Nas últimas décadas, o ambiente corporativo foi palco de várias revoluções. Vimos a ascensão da era digital, a valorização do trabalho remoto e o foco crescente na diversidade e inclusão. No entanto, há uma área que ainda rasteja atrás do progresso: a saúde mental dos colaboradores e líderes. Mesmo com estudos contínuos apontando o alarmante crescimento dos transtornos mentais no ambiente de trabalho, muitas empresas ainda parecem adormecidas diante dessa realidade.
Uma pesquisa recente da Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou
que a depressão será a doença mais incapacitante do mundo até 2030. Se
traçarmos um paralelo com o ambiente corporativo, veremos que muitos dos
gatilhos para transtornos mentais estão presentes ali: pressão por resultados,
horas extras, metas inatingíveis e a constante necessidade de adaptação às
mudanças.
Outro estudo, desta vez publicado no Journal of Occupational Health
Psychology, apontou que o burnout, essa sensação de esgotamento profissional,
não afeta apenas os colaboradores. Líderes, muitas vezes, estão tão ou mais
vulneráveis. Afinal, carregam o peso de suas responsabilidades e,
frequentemente, a de suas equipes.
Mas, então, o que fazer? Como garantir que o escritório, virtual ou
físico, seja um ambiente de fomento ao bem-estar e não um caldeirão de
estresse?
1. Abertura ao diálogo: A primeira
medida é, sem dúvida, criar um ambiente em que as pessoas sintam-se à vontade
para falar sobre suas angústias e desafios. A saúde mental ainda é cercada de
estigmas, e cabe às organizações quebrar essas barreiras.
2. Flexibilidade: O modelo
tradicional de trabalho, com horários rígidos e metas inflexíveis, está em
descompasso com a realidade atual. É hora de entender que a produtividade não é
medida pela quantidade de horas trabalhadas, mas pela qualidade do trabalho
entregue.
3. Capacitação de líderes: Os gestores precisam
ser treinados não apenas para extrair resultados, mas para
cuidar de suas equipes. Isso envolve identificar sinais de esgotamento,
promover pausas e encorajar o equilíbrio entre vida profissional e pessoal.
4. Programas de Apoio: As empresas
podem investir em programas de saúde mental, oferecendo terapias, workshops
sobre gestão do estresse e até mesmo aulas de meditação.
5. Política de descanso:
Férias, feriados e fins de semana devem ser respeitados. O descanso é
fundamental para a recuperação mental e emocional.
Temos, hoje, uma geração que valoriza mais do que nunca a saúde
mental e o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. E as empresas que não se
adaptarem a essa realidade correm o risco de ficar para trás, perdendo talentos
e, mais crucialmente, perdendo a humanidade.
No final das contas, empresas são feitas de pessoas. E cuidar da
saúde mental é, antes de tudo, um investimento no bem mais valioso de qualquer
organização: seu capital humano. É hora de fazer da saúde mental no ambiente
corporativo uma prioridade, não apenas um tópico de conversa.
CEO Mundo RH
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