A inteligência artificial (IA) se tornou uma das melhores amigas da área de recursos humanos, e não faltam motivos para entender isso. Afinal, sua capacidade de otimizar os processos e trazer “maior segurança” às operações permite uma abordagem e direcionamento de esforços muito mais estratégico para suas responsabilidades, através de diversas soluções modernas e completas. Mas, sua aplicação precisa ser feita com muito cuidado e planejamento, para que consiga tornar os processos mais fluídos possíveis e, ainda, trazer uma maior humanização no recrutamento – algo que, por mais contraditório que possa parecer, é completamente passível e importante de ser atingido.
Essa é uma ferramenta que, definitivamente, veio
para ficar e remodelar diversos processos do RH, e não há espaço para aquelas
que não acompanharem essas mudanças. Mas, isso não significa que essa
tecnologia deva ser encarada como a grande matriz de todas as suas atividades,
sendo incorporada com o objetivo de automatizar tudo o que for feito. A IA deve
ser uma facilitadora dos processos e utilizada com o propósito de tornar este
departamento mais otimizado, através de um mindset mais humanizado possível, ao
invés de “robotizar” suas atividades. Afinal, são as pessoas (ex.: candidatos)
que estão no centro de todas as ações desenvolvidas, e devem ser sempre levadas
em consideração para uma experiência positiva – mesmo quando não selecionado
para a vaga em questão.
Um dos exemplos mais evidentes da junção desta
ferramenta com a humanização, está na elaboração das etapas do processo de
recrutamento. Não são raras as empresas que, logo de início, utilizam esse
recurso exigindo o fornecimento de um volume extenso de dados individuais de
cada candidato e a realização de diversos testes/provas que, nem sempre, fazem
completo sentido para o que será esperado e exigido daquele profissional na
companhia. Na grande maioria das vezes, esse cenário trará uma exaustão imensa
aos participantes e, no fim, correm o risco de não receberem um feedback se não
forem aprovados.
Por mais difícil que seja encontrar este ponto de
equilíbrio da IA no recrutamento, é preciso descobrir esses limites com o
tempo, testando suas possíveis aplicações na prática e, acima de tudo, sempre
perguntando aos envolvidos nesse processo (candidatos, Gestores, equipes de RH)
suas opiniões referentes à experiência passada, assim como o que pode ser feito
de diferente. O que é possível simplificar? O que eu deixaria de pedir? Uma escuta
retroativa, que precisa estar presente a todo o momento para assegurar que o mindset
de “humano” esteja sempre no foco de tudo que for feito.
Decidir pela simplicidade ou complexidade da
inteligência artificial no RH é um processo contínuo, cuja eficácia estará
sempre atrelada ao exercício da empatia, cuidado, e chamado ativo com o
candidato. É dever dos gestores sempre se colocarem à disposição dos
profissionais, tornando o processo mais transparente possível e criando uma
proximidade entre as partes, ao invés de priorizar apenas os entregáveis
estabelecidos.
Nenhuma tecnologia nasce 100% pronta, e todo
recurso, assim como a IA, pode gerar efeitos positivos ou negativos. Por isso,
é obrigatório que os excessos, alta complexidade e etapas desnecessárias sejam
repensados, realizando todos os testes necessários e identificando a melhor
forma de incorporá-la no melhor desempenho do RH. Essa é a melhor forma de
encontrar o equilíbrio entre a digitalização e a humanização neste
departamento, em prol de benefícios para todos os envolvidos.
Wide
https://wide.works/
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