No último dia 7, o plenário do Supremo Tribunal
Federal suspendeu o julgamento que iria analisar uma possível omissão do
Congresso para legislar sobre a licença paternidade. Apesar de ser direito do
trabalhador, a licença paternidade pela chegada de um filho é de apenas 5 dias,
podendo ser prorrogada por mais 15 dias, caso o funcionário trabalhe em uma
empresa cadastrada no programa Empresa Cidadã. Este é um tempo considerado
curto comparado a outros países, como Coreia do Sul, Japão e Dinamarca, onde a
licença é de 52 semanas.
Esta discussão se reflete também no mundo
corporativo. Em 2022 a Bematize,
consultoria de benefícios, realizou um levantamento para identificar quais os
benefícios mais escolhidos por colaboradores em seus programas flexíveis, e em
primeiro lugar estava o auxílio-creche, escolhido por 38,57% dos entrevistados.
Tal escolha demonstra como a priorização da
família e do cuidado com as crianças impacta não só pessoalmente, mas
profissionalmente, motivo pelo qual empresas têm adotado a licença parental
como um chamativo, usando o benefício como parte do seu programa de diversidade
para atrair e manter talentos.
Licenças parentais igualitárias impactam
positivamente
Uma matéria publicada pela Forbes em março
deste ano trouxe um estudo realizado pela McKinsey que, em seu relatório,
mostra como licenças parentais mais igualitárias impactam positivamente não só
aos homens pais, que podem passar mais tempo com seu filho, mas também na
relação com as parceiras, que ficam menos sobrecarregadas e conseguem o apoio e
cuidado necessário após a gestação, especialmente na fase do pós-parto.
Ronn Gabay, sócio fundador e especialista em
benefícios da Bematize, listou algumas ações nas quais as empresas podem
promover a reflexão da paternidade ativa nas organizações.
Aumentar o tempo da licença para promover a
paternidade ativa dos colaboradores
O direito à licença já é previsto por lei, e
é obrigação da empresa cedê-lo. De acordo com Gabay, estender o benefício para
além do estipulado pela CLT é uma forma de estímulo à paternidade ativa,
"Se os colaboradores têm mais tempo para se adaptar à chegada de um bebê,
conseguem se organizar na nova rotina e voltar ao trabalho mais
motivados".
Incluir homens pais em cursos e treinamentos
direcionados a cuidados com recém-nascidos
A chegada de um recém-nascido causa muitas
dúvidas e preocupações. Para Ronn Gabay, o cuidado paterno também é de suma
importância nos primeiros meses do bebê, "Tem que ser constante e tudo é
uma novidade. Convidar os pais de primeira viagem a participar de cursos sobre
cuidados com recém-nascidos é uma forma de prepará-los para as futuras
adversidades’’, esclarece o especialista.
Oferecer benefícios flexíveis e que englobam toda a
família
As empresas podem dar autonomia para que
estes futuros pais escolham os benefícios que mais se enquadrem neste novo
período de suas vidas, como o auxílio-creche, auxílio-educação, plano de saúde,
entre outros. Gabay completa: ‘’é uma maneira de reter talentos e acolher os
colaboradores, deixar que eles escolham o melhor benefício para suas
respectivas realidades democratiza o direito de escolha’’.
Oferecer incentivos e práticas de maior convivência
com a família
Para o diretor da Bematize, permitir que o funcionário
priorize a convivência com sua família cria uma boa relação entre colaborador e
empresa. "As empresas podem oferecer como incentivos vale-presente ou
cartão em época de aniversários dos filhos e do cônjuge, day off e promover
ações para a família conhecer a empresa. Todas esssas opções incrementam ainda
mais a confiança do funcionário na corporação", afirma.
Praticar ações de bem-estar e endomarketing que
auxiliam o colaborador a lidar com temas familiares
Ações de endomarketing têm ajudado diversas
empresas no aumento de produtividade, inovação e qualidade de tarefas. Para
Ronn Gabay, alinhar isso com assuntos referentes à paternidade e aos cuidados
com crianças demonstra a preocupação da empresa com o bem-estar de seus
funcionários e suas respectivas relações com seus filhos. ‘’Promover ações
internas nas empresas, como campanha de Dia das Crianças, campanhas de
vacinação e conscientização sobre saúde e bem-estar das crianças, abrange não
só a preocupação com os trabalhadores internos, mas também com seus filhos,
promovendo um bem-estar geral’’, adiciona Ronn.
Para finalizar, o especialista reuniu algumas
ações que podem ser adotas pelas empresas que desejam promover a ação paternal
ativa no ambiente corporativo:
- Criar um canal de comunicação
exclusivo para homens pais nas empresas;
- Implantar uma política de home
office diferenciada para homens pais;
- Flexibilizar horários e
saídas para compromissos familiares (Ex: Reunião de pais, festas escolares,
consultas médicas, etc.);
- Oferecer incentivos em datas
comemorativas, como aniversário dos filhos, Dia dos Pais e outras que
englobam não só o colaborador, mas outros membros da família;
- Oferecer apoio psicológico e
emocional aos homens pais da empresa, para auxiliá-los nas tomadas de
decisão e a conseguir conciliar trabalho e família sem sobrecargas.
Bematize
https://bematize.com.br/
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