Só neste ano, foram registrados mais de 3 mil acidentes com o animal, no estado de São Paulo
Episódios de acidentes com escorpiões têm
sido cada vez mais comuns. Na última sexta-feira (10), uma bebê de 1 ano não
resistiu à picada do animal, que havia ocorrido na segunda-feira (6), Olímpia.
No início do mês, funcionários e passageiros
do terminal Grajaú, na Zona Sul de São Paulo – que funciona 24 horas e recebe
mais de 30 linhas de ônibus -, relataram que o local está sofrendo com uma
infestação de escorpiões. Um vídeo que circulou nas redes sociais mostrou cerca
de 12 escorpiões, que foram coletados. Também neste mês, a Escola Municipal
Dulce Hauck, localizada na Zona Norte de São Paulo, precisou mudar de endereço
por causa de surto de escorpiões.
De acordo com dados do CVE - Centro de Vigilância Epidemiológica "Prof. Alexandre
Vranjac”, atualizados até 7 de fevereiro, neste ano o estado paulista
registrou 3.053 casos de escorpionismo. Em 2022, foram 43.720 ocorrências, 29%
a mais do que em 2021 (33.750). Em ambos os anos, 7 pessoas morreram.
Para orientar as instituições da rede
filantrópica para atendimento a essas ocorrências, já que elas são
responsáveis por mais de 50% das demandas do SUS (Sistema Único de Saúde) e os
únicos equipamentos de saúde em muitos municípios, a Fehosp (Federação das
Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo) dispõe de
E-book sobre a questão, feito em parceria com a Secretaria de Estado da
Saúde. O material pode ser acessado no link http://www.fehosp.com.br/app/webroot/v2/newsletter/28_10_20/fehosp_book_escorpiao.pdf.
Crianças
Como as crianças têm uma massa corporal
menor, o risco de óbito por picada de escorpião é grande no público infantil e
90% ocorrem na faixa etária até 10 anos. “As vítimas de escorpião estão
crescendo, no Estado de São Paulo, as regiões do extremo oeste paulista
concentram o maior número de acidentes e é preciso esclarecer e alertar a
população, os profissionais e os gestores de saúde”, ressalta o
diretor-presidente da Fehosp, Edson Rogatti.
Com apoio da Secretaria Estadual de Saúde, a
cartilha produzida pela Federação é voltada aos gestores e profissionais de
saúde, lideranças de atendimento ao usuário, SAMU (Serviço de Atendimento Móvel
de Urgência), coordenadorias de tecnologias das DRS (Diretorias Regionais de
Saúde) e também para conscientização da população.
Proliferação
Embora o período de maior incidência de
escorpiões no Brasil seja na atual estação - o verão, o desmatamento das
florestas, o crescimento das cidades, o aumento da temperatura e de produção de
lixo são fatores que propiciam a proliferação do animal. A espécie Tityus
serrulatus, conhecida como escorpião amarelo, é o grande
responsável pela maioria dos acidentes, pois se adapta a todos os tipos de
ambiente e sua reprodução é favorecida pela oferta de abrigo e alimento (baratas)
em abundância.
Se não tratado, o veneno do escorpião pode
provocar um colapso cardiocirculatório e edema agudo de pulmão, o que leva a
óbito.
Sintomas
Os sintomas variam de acordo com a quantidade
do veneno e a massa corporal da pessoa. O local da picada pode apresentar
inchaço, vermelhidão e suor.
Em crianças – principalmente as mais
pequeninas que ainda não sabem falar - há choro intenso e abrupto. Posteriormente,
há evolução de quadro clínico para sudorese (suor) e sonolência com alternância
de agitação, devido à dor intensa.
Passado mais algum tempo, iniciam-se vômitos,
que vão se intensificando ao longo do tempo com aumento dos batimentos
cardíacos e da respiração. O vômito indica a necessidade de que se administre o
soro antiescorpiônico o quanto antes na criança.
Já os adultos, a maioria recebe medicação
para dor. A equipe médica irá avaliar a necessidade da administração do soro
antiescorpiônico e encaminhará o paciente para a unidade de referência nesse
tipo de atendimento, sem precisar de autorização da CROSS (Central de Regulação
de Ofertas de Serviços de Saúde) para transferência ou remoção.
Os centros de referência estão disponíveis no
link http://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/unidades-de-referencia/peconhentos_unidades.pdf
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