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terça-feira, 14 de março de 2023

Escorpiões: Fehosp orienta hospitais para atendimento de casos

Só neste ano, foram registrados mais de 3 mil acidentes com o animal, no estado de São Paulo

 

Episódios de acidentes com escorpiões têm sido cada vez mais comuns. Na última sexta-feira (10), uma bebê de 1 ano não resistiu à picada do animal, que havia ocorrido na segunda-feira (6), Olímpia.

 

No início do mês, funcionários e passageiros do terminal Grajaú, na Zona Sul de São Paulo – que funciona 24 horas e recebe mais de 30 linhas de ônibus -, relataram que o local está sofrendo com uma infestação de escorpiões. Um vídeo que circulou nas redes sociais mostrou cerca de 12 escorpiões, que foram coletados. Também neste mês, a Escola Municipal Dulce Hauck, localizada na Zona Norte de São Paulo, precisou mudar de endereço por causa de surto de escorpiões.

 

De acordo com dados do CVE - Centro de Vigilância Epidemiológica "Prof. Alexandre Vranjac”, atualizados até 7 de fevereiro, neste ano o estado paulista registrou 3.053 casos de escorpionismo. Em 2022, foram 43.720 ocorrências, 29% a mais do que em 2021 (33.750). Em ambos os anos, 7 pessoas morreram.

 

Para orientar as instituições da rede filantrópica para atendimento a essas ocorrências, já que elas são responsáveis por mais de 50% das demandas do SUS (Sistema Único de Saúde) e os únicos equipamentos de saúde em muitos municípios, a Fehosp (Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo) dispõe de E-book sobre a questão, feito em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde. O material pode ser acessado no link http://www.fehosp.com.br/app/webroot/v2/newsletter/28_10_20/fehosp_book_escorpiao.pdf.


 

Crianças


Como as crianças têm uma massa corporal menor, o risco de óbito por picada de escorpião é grande no público infantil e 90% ocorrem na faixa etária até 10 anos. “As vítimas de escorpião estão crescendo, no Estado de São Paulo, as regiões do extremo oeste paulista concentram o maior número de acidentes e é preciso esclarecer e alertar a população, os profissionais e os gestores de saúde”, ressalta o diretor-presidente da Fehosp, Edson Rogatti.

 

Com apoio da Secretaria Estadual de Saúde, a cartilha produzida pela Federação é voltada aos gestores e profissionais de saúde, lideranças de atendimento ao usuário, SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), coordenadorias de tecnologias das DRS (Diretorias Regionais de Saúde) e também para conscientização da população.


 

Proliferação


Embora o período de maior incidência de escorpiões no Brasil seja na atual estação - o verão, o desmatamento das florestas, o crescimento das cidades, o aumento da temperatura e de produção de lixo são fatores que propiciam a proliferação do animal. A espécie Tityus serrulatus, conhecida como escorpião amarelo, é o grande responsável pela maioria dos acidentes, pois se adapta a todos os tipos de ambiente e sua reprodução é favorecida pela oferta de abrigo e alimento (baratas) em abundância.


Se não tratado, o veneno do escorpião pode provocar um colapso cardiocirculatório e edema agudo de pulmão, o que leva a óbito.


 

Sintomas


Os sintomas variam de acordo com a quantidade do veneno e a massa corporal da pessoa. O local da picada pode apresentar inchaço, vermelhidão e suor.

 

Em crianças – principalmente as mais pequeninas que ainda não sabem falar - há choro intenso e abrupto. Posteriormente, há evolução de quadro clínico para sudorese (suor) e sonolência com alternância de agitação, devido à dor intensa.

Passado mais algum tempo, iniciam-se vômitos, que vão se intensificando ao longo do tempo com aumento dos batimentos cardíacos e da respiração. O vômito indica a necessidade de que se administre o soro antiescorpiônico o quanto antes na criança.


Já os adultos, a maioria recebe medicação para dor. A equipe médica irá avaliar a necessidade da administração do soro antiescorpiônico e encaminhará o paciente para a unidade de referência nesse tipo de atendimento, sem precisar de autorização da CROSS (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde) para transferência ou remoção.

Os centros de referência estão disponíveis no link http://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/unidades-de-referencia/peconhentos_unidades.pdf


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