Infectologista fala sobre os cuidados com as crianças nesse período
Periodicamente entre os meses de março a
junho acontece um aumento de atendimento nos prontos-socorros pediátricos. Isso
se deve à chegada do outono que, ao apresentar um ar mais seco e frio propicia
a maior circulação do Vírus Sincicial Respiratório (VRS)
(metapneumovírus, bocavírus, influenza, adenovírus, rinovírus), causando
infecções das vias aéreas como as gripes e os resfriados, pneumonias e
bronquiolites. E, desde 2020, com o início da pandemia de covid-19, existe a
infecção respiratória causada pelo SARS-Cov-2, embora a sazonalidade deste
vírus ainda não esteja bem estabelecida.
“Essas doenças respiratórias podem ter uma
série de sintomas semelhantes como tosse, febre, coriza e obstrução nasal. Em
crianças mais velhas e adultos, estas infecções habitualmente são leves e
autolimitadas, mas em alguns grupos com crianças pequenas ou com condições
complexas como as decorrentes da prematuridade, as cardiopatas, com doenças
pulmonares prévias e imunossuprimidas, podem evoluir de forma mais grave, necessitando
de atendimento em pronto-socorro ou internação”, explica o infectologista do
Sabará Hospital Infantil, Dr. Francisco Ivanildo de Oliveria Junior.
O especialista explica que nem sempre há
necessidade de correr para o pronto-socorro. Na maioria das vezes, os casos têm
uma melhora nos sintomas após três dias. Mas, caso não se estabilize nesse
período ou a criança apresente: falta de ar e cansaço; dificuldade ao respirar:
esforço maior no pescoço e na barriga; prostração /inatividade ou frequência
respiratória aumentada na ausência de febre (respiração rápida), os pais devem
procurar um especialista.
No Sabará Hospital Infantil os casos
atendidos na urgência em decorrência das síndromes gripais tiveram um aumento
de 66,7% na comparaçãos dos períodos de março a junho entre os anos
de 2021 e 2022. “Por conta de todas as mudanças de rotina pós pandemia, as
infecções por vírus sazonais também sofreram alterações ao longo do ano,
mudando o período e muitas vezes a distribuição dos vírus nos últimos anos. Por
esse motivo, ainda não conseguiremos prever como será o padrão para esse ano”,
explica Dr. Francisco.
O infectologista dá algumas dicas que podem
ajudar na prevenção das doenças respiratórias e até mesmo contribuir com
sintomas mais leves, caso a criança se contamine:
· Aplicar
a vacina contra influenza (gripe), principalmente nas crianças com maior risco
de complicações (menores de cinco anos e crianças de qualquer idade com doenças
crônicas ou imunodeficiência);
· Aplicar
a vacina contra a covid-19 em todas as crianças a partir de seis meses.
· Higienizar
as mãos com frequência e evitar tocar os olhos, nariz ou boca após contato com
superfícies;
· Manter
os ambientes ventilados e procurar fazer mais atividades ao ar livre;
· Evitar
aglomerações e ambientes fechados, principalmente com crianças pequenas ou com
fatores de risco para complicação;
· Seguir
as orientações das autoridades de saúde em relação ao uso de máscaras em
ambientes fechados, como em transporte coletivo, salas de aula ou outros
ambientes com muitas pessoas.
· Não
enviar para a escola, creche ou berçário crianças com sintomas respiratórios de
provável causa infecciosa.
Sabará Hospital Infantil
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