A ansiedade é um grande problema no Brasil, que hoje é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o país com a maior prevalência de ansiedade no mundo. Esse problema tem grandes reflexos nas empresas e seus resultados
Isso
se intensificou com a pandemia e agora, mesmo com a abertura vivida a situação
ainda é complexa sendo que as empresas vivem essa situação diariamente. “Hoje
temos observados, principalmente entre os mais jovens casos constantes de
problemas oriundos da ansiedade vivida. Isso impacta diretamente nos trabalhos
e no ambiente corporativo”, explica Jessica
Camargo, analista de Recursos Humanos da Confirp Contabilidade.
Segundo
a analista, casos de ansiedades sempre foram comuns, mas a situação vem tomando
preocupações alarmantes em relação a reação das pessoas. “Tivemos situações de
pessoas que não conseguiram desenvolver os trabalhos e que com isso pediram o
desligamento do trabalho. Existe todo um conjunto de ações para minimizar essa
situação, mas os caminhos estão cada vez mais complexos.
Essa
doença e os transtornos que as permeiam correspondem a um conjunto de doenças
psiquiátricas, caracterizadas por preocupação excessiva ou constante de que
algo negativo vai acontecer.
As
crises de ansiedades quando ocorrem levam as pessoas a não se atentarem ao
presente, podendo até mesmo resultar em reflexos físicos, como falta de ar,
sudorese e arritmia. A situação é realmente complexa, conforme detalha Vicente
Beraldi Freitas, médico e consultor e gestor em saúde
da Moema Assessoria em Medicina e Segurança do Trabalho.
“A ansiedade é uma patologia que é desencadeada pela própria pessoa por fatores internos ou externos e os motivos podem ser várias formas de estímulos. A questão é que a ansiedade está presente em cada indivíduo e na pandemia as pessoas passaram por situações que nunca haviam vivenciado isso com certeza um gatilho para muitas pessoas”, explica Vicente Beraldi.
O especialista complementa que existem pessoas que
estão mais propensas a essa situação e também que encontram mais dificuldade de
formular reações. “Geralmente pessoas mais flexíveis tem maior tendência para
se adaptarem e sofrem menos de ansiedade”, analisa.
Contudo,
mesmo antes de acontecer a pandemia já se observava um aumento dos casos principalmente
nas novas gerações, sendo que muito é explicado pela forma com que as pessoas
são criadas atualmente, sendo que ficam praticamente o dia inteiro em frente a
smartphones e computadores.
“Os jovens cada vez menos estão vivenciando experiências fora do mundo virtual, e também se estabelece uma sociedade em que todos acreditam que alcançaram o sucesso profissional ou pessoal de forma simples. Isso não é uma realidade no mundo real e um dos impactos dessa frustração com certeza é ansiedade”, alerta Vicente Beraldi.
Para combater esses problemas existem caminhos para
empresas, um desses passa pela intensificação de ações relacionadas a medicina
do trabalho que trabalhem o lado de bem-estar. “Uma alternativa é que as
empresas podem fazer grupos para vivenciamentos, onde se aprenda a lidar com
situações e pessoas. Além disso, as vezes o que falta nas empresas é um setor
para prepara a equipe e acompanhe a situação”, explica Vicente Beraldi.
Jessica
Camargo conta que na Confirp, tem desenvolvido diversas ações para combater
esse problema. “A área de recursos humanos da empresa busca cada vez mais
próxima aos colaboradores. Fazendo um acompanhamento desde a contratação. Caso
se observe algo que posso direcionar a esse quadro já iniciamos uma ação mais
aprofundada”, detalha.
Ela
conta que mesmo sabendo que a situação é de grande complexidade e que os
gatilhos para esse problema são variados. As empresas podem e devem buscar
reverter essa situação, se aproximando da pessoa com problema e buscando
auxiliar. Com isso o retorno se dará em produtividade, diminuição de turnover e
em um ambiente profissional mais saudável.
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