Redação exigiu
reflexão sobre espaço público, passando pela desigualdade social, cidadania,
segregação e violência. Para especialista do SAS Plataforma de Educação, prova
teve nível médio de dificuldade, equivalente aos anos anteriores
Na última segunda feira (19), 32.066 estudantes
realizaram a prova da segunda fase da Unesp (Universidade Estadual Paulista).
Os convocados para essa etapa disputam agora uma vaga entre as 7.680 oferecidas
pela universidade, espalhadas por 24 cidades do estado de São Paulo. Segundo o
professor e Gerente de Ensino e Inovações Educacionais do SAS Plataforma de
Educação, Idelfranio Moreira, a prova teve um nível de médio de dificuldade,
semelhante aos anos anteriores, mas exigiu conhecimentos específicos e contemporâneos
das áreas de conhecimento, especialmente de Ciências da Natureza, e bastante
interpretação de texto para driblar as questões de Ciências Humanas e a
redação.
O tema da redação de gênero dissertativo foi “A
lógica do condomínio.” Para Idelfranio, “apesar da concretude dos espaços públicos
citados, a problemática proposta pelo tema da redação levou à abstração e o
duplo sentido, exigindo muita atenção dos candidatos. Os textos motivadores
foram de contexto poético da ocupação de espaço à uma metáfora (do condomínio)
como conforto psicológico, passando pela diferenciação de espaço público e
privado, cidadania, segregação e violência. Porém, entendeu-se que o tema não
foi sobre o espaço público em si, mas sobre as pessoas e a sua relação com
ele”.
Nas questões de ciências humanas houve uma boa
divisão entre história geral e história do Brasil. Atualidades, geopolítica e
geomorfologia constituíram maior parte da prova de geografia, com destaque para
as discussões sobre as disputas presidenciais recentes no Chile e na França e a
relação entre pandemia, economia e migrações. Já em filosofia, houve destaque
para a questão filosófica contemporânea relacionada ao Afropessimismo e a
relação entre filosofia e metaverso, assuntos bastante atuais.
Em linguagens (língua portuguesa e inglês), chamou
atenção a demanda por interpretação de texto, destacando autores como Laerte,
Machado de Assis e Mario de Andrade. Há também forte presença da literatura
negra, com temáticas de antirracismo, trazido pelo livro “Pequeno Manual
Antirracista”, de Djamila Ribeiro, e diversidade cultural, com destaque para
obras e autores brasileiros e negros contemporâneos.
Já sobre ciências da natureza, o exame exigiu
bastante conhecimento técnico e teórico. Em biologia, por exemplo, questões
contextualizadas falaram sobre o funcionamento do autoteste de covid-19,
preparo correto dos alimentos e floração dos Ipês para testar o conhecimento
dos alunos sobre os conceitos da disciplina. As questões de química já foram
mais conteudistas, trazendo duas teóricas, de química orgânica e química geral,
e três de cálculo. Física teve todas as suas frentes contempladas na prova,
exigindo interpretação de gráficos e tabelas, cálculos numéricos e
interpretação de circuitos elétricos. Por fim, matemática abordou geometria
plana, espacial e outras questões tradicionais de probabilidade, logaritmos,
representação vetorial, porcentagens e unidades de medida.
“A prova exigiu conhecimento técnico ao mesmo tempo
em que trouxe temáticas atuais inseridas no contexto da sociedade, o que
evidencia ainda mais a necessidade de os estudantes estarem atualizados e
preparados para relacionar conhecimentos aprendidos dentro e fora da sala de
aula, ponto que deve ser reforçado pelos docentes ao longo de todo o ano
letivo”, conclui Idelfranio.
O gabarito e a prova já estão disponíveis no site
da Vunesp, e o resultado será divulgado no dia 1º de fevereiro de 2023.
https://saseducacao.com.br/
facebook.com/SASEducacao/
instagram.com/saseducacao/
linkedin.com/company/saseducacao
Nenhum comentário:
Postar um comentário