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segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

Estresse das festas de fim de ano podem causar crises de enxaqueca; saiba como lidar

Privação de sono é um dos fatores que desencadeiam crises de enxaqueca

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Estresse, alinhado a uma alimentação irregular com excessos, pode engatilhar crises, explica neurologista Idele de Melo Guimarães Cantalice

 

Apesar de ser uma época de festas, reunião da família e momento de descanso para alguns, o final do ano também pode ser um período estressante. Correria para organizar festas, comprar presentes, entregar metas no trabalho, barulhos… a lista é grande. 

Tudo isso, aliado aos exageros na alimentação e bebidas alcoólicas, pode desencadear crises de enxaqueca e, segundo a neurologista Idele de Melo Guimarães Cantalice, o número de pacientes com enxaqueca socorridos aumenta em média 30% nesta época. 

“No período de fim de ano, observamos um aumento das crises, constatada nas urgências médicas, com pacientes sendo medicados por via endovenosa, intramuscular ou nasal. Há vários fatores que contribuem para isso. Para além dos excessos, consumo de alimentos específicos e estresse, estão a privação do sono, por exemplo, comum durante as festas”, explica a neurologista.


 

Cuidado com a alimentação 

A alimentação é um dos fatores que mais engatilham crises de enxaqueca. Entre os vilões mais conhecidos estão bebidas alcoólicas, abuso de bebidas com cafeína, alimentos gordurosos ou industrializados, frutas cítricas, chocolate, carnes curadas e salsichas. 

De acordo com Dra. Idele, no entanto, a experiência não é universal. “Os alimentos são gatilhos já muito bem conhecidos para crises de enxaqueca, porém é muito individual. Um alimento que pode desencadear a dor em um paciente não desencadeia em outro”, diz. 

Contudo, alguns alimentos não devem ser ingeridos em excesso, como bebidas alcoólicas (segundo a médica, a regra varia entre pacientes. Alguns têm crise apenas com vinho tinto, outros, com cerveja) e carnes curadas. 

Já outros, como tender, bacon, salsicha, queijos maturados, salames, chocolate e maionese, comuns em pratos da ceia de Natal, devem ser evitados. 

Quando a crise vem, ela reforça que o ideal é ingerir mais água, tomar analgésicos logo no início da dor, procurar ficar em local escuro e sem barulho e colocar uma compressa fria nos olhos ou na fronte. 

A crise é caracterizada, em seu início, como uma sensação de peso na região da fronte ou do lado da cabeça (geralmente começa de um lado). É uma dor pulsátil, que vai piorando e dura de três a cinco horas, associada a náusea ou tontura, incômodo com luz e barulho. 

Mas a neurologista dá uma dica: manter a regularidade no horário das refeições e ingerir mais água que o habitual. “Por exemplo, caso a pessoa vá ingerir bebida alcoólica, deve procurar intercalar com água. Ao beber água logo no início da dor, é observada uma melhora mais rápida da crise”, finaliza.

 

Idele de Melo Guimarães Cantalice - Médica Neurologista formada pela Universidade Federal de Pernambuco, atua como Secretária de Saúde de Pernambuco e do Cabo Santo Agostinho. Com mais de 17 anos de experiência em neurologista clínica pública e privada, já atuou como médica intensivista da UTI neurológica em diversos hospitais.



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