Privação de sono é um dos fatores que desencadeiam crises de enxaqueca
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Apesar de ser uma época de festas, reunião da família e momento de descanso para alguns, o final do ano também pode ser um período estressante. Correria para organizar festas, comprar presentes, entregar metas no trabalho, barulhos… a lista é grande.
Tudo isso, aliado aos exageros na alimentação e bebidas
alcoólicas, pode desencadear crises de enxaqueca e, segundo a neurologista
Idele de Melo Guimarães Cantalice, o número de pacientes com enxaqueca
socorridos aumenta em média 30% nesta época.
“No período de fim de ano, observamos um aumento das crises,
constatada nas urgências médicas, com pacientes sendo medicados por via
endovenosa, intramuscular ou nasal. Há vários fatores que contribuem para isso.
Para além dos excessos, consumo de alimentos específicos e estresse, estão a
privação do sono, por exemplo, comum durante as festas”, explica a
neurologista.
Cuidado com a alimentação
A alimentação é um dos fatores que mais engatilham crises de enxaqueca. Entre os vilões mais conhecidos estão bebidas alcoólicas, abuso de bebidas com cafeína, alimentos gordurosos ou industrializados, frutas cítricas, chocolate, carnes curadas e salsichas.
De acordo com Dra. Idele, no entanto, a experiência não é
universal. “Os alimentos são gatilhos já muito bem conhecidos para crises de
enxaqueca, porém é muito individual. Um alimento que pode desencadear a dor em
um paciente não desencadeia em outro”, diz.
Contudo, alguns alimentos não devem ser ingeridos em excesso, como
bebidas alcoólicas (segundo a médica, a regra varia entre pacientes. Alguns têm
crise apenas com vinho tinto, outros, com cerveja) e carnes curadas.
Já outros, como tender, bacon, salsicha, queijos maturados,
salames, chocolate e maionese, comuns em pratos da ceia de Natal, devem ser
evitados.
Quando a crise vem, ela reforça que o ideal é ingerir mais água, tomar analgésicos logo no início da dor, procurar ficar em local escuro e sem barulho e colocar uma compressa fria nos olhos ou na fronte.
A crise é caracterizada, em seu início, como uma sensação de peso na
região da fronte ou do lado da cabeça (geralmente começa de um lado). É uma dor
pulsátil, que vai piorando e dura de três a cinco horas, associada a náusea ou
tontura, incômodo com luz e barulho.
Mas a neurologista dá uma dica: manter a regularidade no horário
das refeições e ingerir mais água que o habitual. “Por exemplo, caso a pessoa
vá ingerir bebida alcoólica, deve procurar intercalar com água. Ao beber água
logo no início da dor, é observada uma melhora mais rápida da crise”, finaliza.
Idele de Melo Guimarães Cantalice - Médica Neurologista formada pela
Universidade Federal de Pernambuco, atua como Secretária de Saúde de Pernambuco
e do Cabo Santo Agostinho. Com mais de 17 anos de experiência em neurologista
clínica pública e privada, já atuou como médica intensivista da UTI neurológica
em diversos hospitais.
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