Saldo é
62% superior à criação de empregos no mesmo período de 2021
O setor
de serviços gerou 29.607 empregos celetistas em janeiro, no Estado de São
Paulo, registrando o maior número para o mês nos últimos três anos, desde a
instituição do novo Sistema do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
(Caged). Os dados são da Pesquisa de Emprego no Estado de São Paulo (PESP), da
Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo
(FecomercioSP). De acordo com o levantamento, o saldo de janeiro é 62% superior
à criação de vagas laborais observada no mesmo período do ano passado, quando o
setor apontou a geração de 18.264 postos de trabalho.
O desempenho mensal é reflexo principalmente dos serviços educacionais e de
saúde, que se destacaram entre as atividades. Dentre os setores de educação, os
segmentos de educação infantil e ensino fundamental foram responsáveis pela
criação de 6.353 vagas. Já em saúde, o atendimento hospitalar respondeu pelo
surgimento de 2.347 postos de trabalho. Com pouco mais de 6,571 milhões de
empregos, o avanço do primeiro mês do ano significou crescimento de 0,45% na
empregabilidade do setor. O que justificou os números da educação foi o início
do ano letivo. Contudo, o desempenho também foi resultado do processo de
reconstrução das atividades no pós-pandemia.
Movimentação do emprego celetista nos serviços do Estado de São Paulo – 2021/2022
A tendência para os próximos meses, porém, é de arrefecimento do mercado de
trabalho. Ainda que exceções setoriais possam ocorrer às atividades que ainda
se reequilibram após a reabertura, a queda na economia frente à inflação
elevada, que obriga o aumento dos juros – somada às incertezas geradas pelo
período eleitoral e a acontecimentos internacionais, como a guerra na Ucrânia,
trazendo reflexos diretos em preços e cadeias de suprimentos –, cria um cenário
ruim para o consumo. Isso afeta diretamente a capacidade de geração de receitas
das empresas, assim como os níveis de investimentos.
Comércio perde vagas
No comércio, o movimento observado em janeiro foi o inverso do registrado nos
serviços. O setor sofreu queda de 20.668 empregos no Estado. A perda mensal
significou redução de 0,76% na empregabilidade do setor. Dentre as três
divisões, o pior e único desempenho negativo foi o do varejo, com -22.746
vagas, puxado pelos hipermercados e supermercados (-8.516) e pelos varejistas
de vestuário e acessórios (-5.365).
É comum, no entanto, que os primeiros meses do ano sejam marcados pela dispensa
de muitos trabalhadores contratados formalmente para o período de aumento da
demanda no fim do ano. Isso ocorre em especial nos segmentos de gêneros
alimentícios, vestuário e calçados e acessórios. Portanto, a perda de vagas no
mês é um movimento natural.
No acumulado em 12 meses, o comércio paulista acresceu em seu mercado de
trabalho 146.816 empregos, dos quais 95.483 são vagas no varejo; 37.679, no
atacado; e 13.654, em comércio e reparação de veículos. Já o setor de serviços
registra a criação de quase 425 mil empregos. As atividades administrativas
(101.529), os serviços profissionais e técnicos (55.518) e os de saúde e
sociais (55.303) são os destaques no período.
Comércio e serviços na capital
Na capital, o comércio também ficou negativo em janeiro. Houve redução de 6.271
vagas, puxado pelo varejo (-6.950), especialmente nos hipermercados e
supermercados (-2.915 vagas), e pelos varejistas de vestuário e acessórios
(-1.649). Entre o início de fevereiro do ano passado e o fim de janeiro de
2022, o comércio da capital criou 44.299 empregos celetistas. O varejo
participou com 28.529 vagas; o atacado, com 10.869; e o comércio e reparação de
veículos, com 4.901 postos de trabalho.
Nos serviços paulistanos, são mais de 202 mil vagas com carteira assinada em 12
meses. Os melhores resultados foram observados nos serviços administrativos e
complementares (48.640), influenciados predominantemente pelo segmento de
serviços para edifícios e atividades paisagísticas (19.850); além das
atividades de informação e comunicação (31.786), puxadas pelos serviços de
tecnologia da informação (22.967). Em janeiro, o setor gerou 11.795 postos. O
desempenho geral foi influenciado pelos grupos de serviços de informação e
comunicação (2.834) e dos profissionais, científicos e técnicos (2.691).
Nota metodológica
A Pesquisa de Emprego no Estado de São Paulo (PESP) sofreu uma reformulação em
sua metodologia e, agora, analisa o nível de emprego celetista do comércio e
serviços do Estado de São Paulo a partir de dados do novo Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia, passando a se
chamar, portanto, PESP Comércio e Serviços.
FecomercioSP
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