Empresas precisam reforçar boas práticas da
cultura organizacional para não afetar qualidade de vida do colaborador;
trabalho híbrido traz novos desafios
Com a pandemia de Covid-19 e
o isolamento, não só a população precisou redobrar os cuidados com a saúde e
higiene como as empresas, sejam elas públicas ou privadas, precisaram investir
em ações de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT). Desde 1º de janeiro, a
Organização Mundial da Saúde (OMS), via Classificação Internacional de Doenças
(CID), classifica o Burnout como uma doença ocupacional, uma síndrome de
estresse crônico relacionado ao trabalho.
No Brasil, estima-se que 30%
dos profissionais se encontram hoje sem condições emocionais, mentais ou
físicas para seguir trabalhando. Os dados da pesquisa da Isma-BR (International
Stress Management Association no Brasil) colocam o país como um dos lugares com
maior número de ocorrência do problema.
A psicológica Thaís Alves,
especialista em Psicologia Organizacional e do Trabalho e sócia da Core
Psicologia, chama a atenção para o excesso de trabalho diariamente. “Trabalhar
diversas horas diariamente, sem parar, não é produtivo. Além do excessivo
cansaço mental e físico, a pessoa pode acarretar outras doenças que afetam o
bem-estar”, explica.
A jornada de trabalho para
quem trabalha como colaborador é de 8 horas diárias e 44 horas semanais por
lei, conforme o Art. 58 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A exceção
ocorre nos casos em que a Lei ou os acordos coletivos estabelecem jornada
reduzida. No entanto, profissionais liberais, autônomos e empresários podem ter
uma jornada um pouco maior devido a outras questões, como financeiras.
Ambiente de trabalho
As empresas que não se atentam à realidade do Burnout também saem perdendo.
Alta rotatividade, baixa produtividade, aumento do número de licenças médicas e
ações trabalhistas na Justiça podem se tornar frequentes.
Diante disso, é necessário que as empresas tomem iniciativas proativamente para evitar possíveis casos ou sanar os existentes. “Há casos em que o colaborador chega a ter os sintomas de Burnout devido a metas agressivas, rigidez da hierarquia e até do job description (traduzindo “descrição do trabalho”) que está mal elaborado, tendo mais atividades do que uma pessoa só consiga fazer com excelência. Por isso, contar com um setor de RH ou profissional especializado contribui para criar e manter ações positivas que contribuem para um bom ambiente de trabalho”, detalha.
A psicóloga Leidiane Martinez indica alguns pontos que podem ajudar as empresas a melhorarem a QVT:
1) Bom clima organizacional;
2) Acesso a oportunidades;
3) Participação ativa e proativa;
4) Bom trabalho em equipe;
5) Qualidade de vida fora do trabalho.
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