Darolutamida, associada ao tratamento convencional, reduz em 32,5% o risco de morte de pacientes com a doença
Contemplando um dos principais desafios da
comunidade científica, o Núcleo de Pesquisa Clínica do Hospital São Camilo de
São Paulo participou de um estudo com o objetivo de testar um novo medicamento
que possibilita o aumento da sobrevida de pacientes com câncer de próstata
metastático.
A pesquisa Arasens, patrocinada pela Bayer e publicada no renomado periódico
científico internacional New England Journal of Medicine,
avaliou a associação da darolutamida, um potente inibidor de receptores
androgênicos, ao tratamento convencional de quimioterapia e bloqueio hormonal.
Conforme o co-investigador e coordenador médico do Núcleo, Dr. Felipe Cruz, a
substância é objeto de pesquisa há alguns anos. “Estudos anteriores já
comprovaram sua eficácia no tratamento de pacientes que tiveram recidiva
bioquímica. Agora, estamos animados com os bons resultados no estágio
metastático.”
A análise primária foi realizada com 1.306 pacientes com câncer de próstata
resistente à castração, sendo que, destes, 86,1% apresentavam metástase no
momento do diagnóstico inicial. Segundo o especialista, o estudo revelou uma
redução do risco de morte em 32,5% dos pacientes participantes.
Além disso, o medicamento foi associado a benefícios consistentes em relação
aos desfechos secundários da doença. “Além de aumentar a sobrevida, a
darolutamida melhorou o tempo até a progressão da doença, diminuiu a
necessidade do uso de opioides e aumentou o tempo necessário para uso de outros
tratamentos, sem ocasionar a piora da qualidade de vida dos pacientes”, destaca
Dr. Felipe.
O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que, a cada ano, sejam
diagnosticados 65.840 novos casos de câncer de próstata no Brasil. Considerado
o segundo tipo mais comum entre os brasileiros (depois do câncer de pele não
melanoma), a doença é a segunda principal causa de morte por câncer entre os
homens, atrás apenas do câncer de pulmão.
O urologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo Dr. Álvaro Bosco
explica que, quando o câncer de próstata é resistente à castração, a doença
continua progredindo mesmo com a terapia padrão de privação hormonal.
“Uma vez que inserimos a darolutamida no tratamento do paciente com este
quadro, ela age impedindo que o hormônio responsável por estimular as células
do câncer de próstata seja recebido pelas células do tumor. Dessa forma,
retardamos o seu avanço”, comemora.
Os pesquisadores ainda acrescentam que, durante o estudo, não foram registrados
efeitos adversos adicionais àqueles que já são comuns no tratamento
convencional.
Hospital São
Camilo
@hospitalsaocamilosp
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