Muito
se fala da autopunição e dos chicotes imaginários os quais usamos para nos
culparmos por repetições de comportamentos, situações ou emoções destrutivas:
os chamados ciclos viciosos.
Porém,
a culpa que imputamos a nós quando percebemos que estamos, novamente, fazendo
as mesmas coisas é na verdade, uma tentativa interna de alívio da sensação
ruim. Uma maneira de nos sentirmos melhores apesar dos erros. Tentando
demonstrar que se está errando de novo, mas não queria estar agindo assim.
Como
se, a sua culpa se fosse eliminada neste momento. Mas assumir uma culpa e não
tomar atitude de mudança, de nada adianta para que o ciclo seja quebrado.
No
fundo do nosso inconsciente, agimos assim para assumir para nós mesmos que não
somos pessoas tão perversas, tão cruéis ou tão ingênuas. O que não minimiza os
impactos e ações que nos prejudicam.
Essas
punições são na verdade, manipulações que criamos para nós e para o outro,
objetivando um alívio interno e a valorização desta falta de atitude em agir em
prol de uma verdadeira mudança.
Existe,
portanto, uma necessidade real de alteração desse comportamento. Continuar
fazendo as mesmas coisas, da mesma maneira ou vivenciando situações que causam
a culpa no final, para criar justificativas eternas, não ajudam no aprendizado,
e de fato não nos confrontam com o real motivo da repetição.
Indagar-se:
Por que errei? Por que sempre estou agindo desta forma? Por que repito sempre
os mesmos tipos de relações? Sempre o mesmo perfil de pessoas? O que me faz me
perder?
Ou
porquê perco o controle da situação, se eu já cometi o mesmo erro antes? Essas
perguntas investigativas são de extrema importância no processo de eliminação
dos seus atos repetitivos e, consequentes, punições imaginárias, através de
culpas impostas.
O
processo de cura acontece quando eu realmente compreendo a função desta culpa e
olho para o acontecido com um olhar mais crítico, diagnosticando esse desvio no
comportamento.
Se
culpar pelos erros e repetições apenas, não é uma ação produtiva. É preciso
aprender a não sofrer e não se punir sem tomar atitudes que, de fato modifiquem
esse processo. Revisitando a situação que gera o desconforto e investigando
suas reais motivações.
Seja
honesto consigo mesmo e desnude-se da armadura de proteção que pode estar
impedindo o ajuste desta incoerência emocional.
Descubra
através do seu próprio diagnóstico, qual o gatilho que foi acionado para
desencadear o comportamento vicioso, fazendo com que os mesmos erros sejam
sempre cometidos.
Não
se justificar através da culpa e assumir os riscos de uma correção é a maneira
mais sensata para evitar com que essa roda continue a girar como em outras
situações anteriores.
Enfim,
apenas sofrer por estar sempre fazendo tudo da mesma maneira, repetindo e
repetindo, não adianta nada e não irá ajudar você a livrar-se da culpa e da
autopunição. Vai ficar no mesmo lugar.
O
correto é se auto responsabilizar, investigando seu inconsciente. Questionando
e buscando respostas verdadeiras sobre as motivações aplicadas, até se
conseguir perceber a razão de ser dos sentimentos, emoções e comportamentos.
Pare
de se lamentar. A chave do sucesso desta ruptura é o autoconhecimento. Só
através dele, permite-se que, a aplicação correta da inteligência emocional
seja capaz de enfraquecer suas resistências e limitações para dar lugar às
transformações positivas no alcance de um equilíbrio emocional.
Andréa Ladislau - Psicanalista (SPM); Doutora em
Psicanálise, membro da Academia Fluminense de Letras –cadeira de número 15 de
Ciências Sociais; administradora hospitalar e gestão em saúde (AIEC/Estácio);
pós-graduada em Psicopedagogia e Inclusão Social (Facei); professora na
graduação em Psicanálise; embaixadora e diplomata In The World Academy of Human
Sciences US Ambassador In Niterói; membro do Conselho de Comissão de Ética e
Acompanhamento Profissional do Instituto Miesperanza; professora associada no
Instituto Universitário de Pesquisa em Psicanálise da Universidade Católica de
Sanctae Mariae do Congo; professora associada do Departamento de Psicanálise du
Saint Peter and Saint Paul Lutheran Institute au Canada, situado em souhaites;
graduada em Letras - Português e Inglês pela PUC de Belo Horizonte.
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