Estudo mostra que comida feita em casa mantém grande participação no almoço em dias de trabalho, mas constata crescimento da disposição dos clientes para consumo presencial, bem como critérios que avaliam para tomar essa decisão
Desde 2020, a Galunion, consultoria especializada no setor de alimentação fora do lar, realizou quatro edições da pesquisa de alimentação na pandemia, evidenciando as constantes mudanças decorrentes da pandemia no mercado brasileiro de Food Service. A quinta edição traz dados que mostram quais os hábitos e as preferências dos consumidores que irão prevalecer nesse momento. A pesquisa foi realizada de 11 a 17 de fevereiro de 2022, contou com 1.103 entrevistas respondidas por homens e mulheres a partir de 18 anos, das classes ABC, em todo o território nacional.
Quando comparamos os resultados dessa com a quarta
edição do levantamento realizado em julho de 2021, o patamar de 76% das pessoas
trabalhando se mantém estável, sendo interessante notar que 17% destes
complementam a renda de forma autônoma. Temos também nesta edição 33% dos
respondentes indicando que voltam ao trabalho 100% presencial, além dos 38% que
irão trabalhar de forma híbrida, após escolherem duas das alternativas
presentes na pesquisa que indicam essa modalidade de trabalho. Os dados deste
ano trazem detalhes sobre como é o trabalho híbrido entre as classes sociais,
sendo 53% da classe A, 40% da classe B e 33% da classe C atuando nesta
modalidade.
“Quando perguntamos o que os entrevistados devem almoçar quando estiverem trabalhando em casa, notamos que a preferência em comer comida em casa e feita na própria residência persiste como a opção da maioria, representando 78% das respostas. Em segundo lugar, aparecem os pedidos via delivery com 48%. Em seguida, temos escolhas como comer em casa uma comida comprada pronta com 37%, buscar comida pronta em locais próximos com 19% e sair para se sentar e comer presencialmente com 18%. Isso, somado aos resultados que mostram que os consumidores pretendem manter ou reduzir gastos com alimentação fora do lar, demonstra como a pandemia e o aumento dos preços dos alimentos no Brasil impactou de forma direta o segmento de Food Service”, explica a CEO e fundadora da Galunion, Simone Galante.
Com relação ao delivery, o levantamento traz um
detalhe sobre os hábitos de almoço em casa nas diferentes classes sociais. A
prioridade de todas elas é comer comida em casa feita na própria residência,
representando 73% a classe A, 75% a classe B e 84% a classe C. Quando
questionados sobre os pedidos de delivery, nota-se que há uma penetração muito
diferente entre as classes sociais. Enquanto a classe A está mais propensa a
utilizar este tipo de serviço, com 59% e a classe B atinge 53% de penetração,
observamos que esta modalidade é consideravelmente menor nos clientes da classe
C, já que apenas 37% optam pelo delivery.
Seguindo o mesmo raciocínio, a pesquisa levantou informações sobre a preferência quanto ao almoço quando estivessem no local de trabalho. 60% dos ouvidos optam por escolher a opção “trazer comida de casa feita na própria residência”, 33% preferem pedir delivery e comer no trabalho, 30% vão sair para se sentar e comer presencialmente nos locais, enquanto 28% irão efetuar as refeições no refeitório da empresa. Já os hábitos no almoço no local de trabalho, de acordo com a classe social, seguem tendência semelhantes aos de quando se alimentam em casa, com grande parte preferindo comer a comida de casa, e uma diferenciação maior das classes, com a A/B pedindo mais delivery e saindo para comer quando comparados com a classe C.
“A nova edição da pesquisa mostra que enquanto a maior parte da classe C pretende reduzir os gastos com comida fora de casa nos próximos seis meses, com 56% das respostas, na classe A 49% dos consumidores pretendem manter os gastos atuais com alimentação preparada fora do lar. Além disso, é possível notar um equilíbrio entre reduzir gastos, com 41%, e manter os gastos da alimentação fora do lar, com 47%, com relação aos consumidores da classe B. É nítido o posicionamento dos consumidores da classe C, que tem uma tendência maior em optar pela redução dos gastos, já que eles também têm os menores índices sobre planos para aumentar os gastos com alimentação fora do lar, com apenas 6%, ante os 12% da classe B e os 17% da classe A”, revela Nathália Royo, especialista em inteligência de mercado na Galunion.
Um dado que deve ser visto com otimismo, mostra
que, com a queda no número de casos de COVID-19 no Brasil, subiu o número de
consumidores que têm uma disposição maior para consumir no local. Comparando os
dados com a quarta edição, subiu de 30% para 46% o número de pessoas que se
sentem dispostas para comer em bares e restaurantes. Além disso, caiu de 44%
para 37% os clientes que têm evitado comer em bares e restaurantes, assim como
houve uma queda de 26% para 17% daqueles que não se sentem confortáveis em
comer em bares e restaurantes no momento. Isso evidencia uma importante
retomada do setor e uma mudança nos hábitos dos consumidores. É possível traçar
um perfil entre aqueles que se dizem mais dispostos em efetuar refeições no
local, já que dentre o público de 18 e 23 anos 54% indicaram que estão
dispostos a consumir no local. Já entre os consumidores com mais de 66 anos,
apenas 29% têm essa mesma disposição. Nota-se também a classe A mais disposta a
consumir presencialmente que a classe C, com 64% versus 38% de disposição para
consumir no local, respectivamente.
“Além da higiene e limpeza que receberam atenção
maior devido à pandemia, registrando 34% das respostas, critérios como ter uma
comida gostosa com 21% e ter preço justo com 17% são os que os consumidores
consideram essenciais na escolha de um restaurante. Em quarto lugar, com 9%,
destacamos o critério de ter uma comida saudável, que vem crescendo nos
levantamentos realizados pela Galunion e que registrou o maior índice
comparativo desde 2020 dentro da soma dos três principais critérios avaliados
pelos consumidores nesta edição, com 30% das respostas. Para entender melhor
essa questão, perguntamos também quais são os momentos em que o cliente busca
consumir de forma mais saudável e 50% das respostas mostram que isso acontece
nas refeições em família, no dia a dia. Já os momentos em que esse tipo de
alimentação é menos buscado são em refeições em situações estressantes e de
última hora, em refeições de celebrações e com amigos e colegas depois do
trabalho. Sabemos que a preferência dos consumidores é de uma comida gostosa e
que traga conforto, mas ainda há espaço para que as marcas que atuam no
segmento de Food Service possam explorar melhor pratos saudáveis para atingir
um público em crescimento”, pondera Galante.
“Isso revela, cada vez mais, que os restaurantes e
outros locais que atuam no mercado de alimentação fora do lar devem estar
atentos às tendências, mas também ao comportamento e hábitos de consumo dos
clientes. Neste caso, por exemplo, quem opta pela reforma do ponto,
proporcionando um espaço mais flexível e aconchegante ao ar livre, tem uma
vantagem competitiva em relação aos demais pontos que não tem essa
disponibilidade. Assim como ocorre com quem é vegetariano, o ‘voto do veto’
também pode ser aplicado em situações como essa. A pesquisa traz uma visão
atualizada, explorando e confirmando tanto os hábitos relacionados ao trabalho
e as rotinas diárias dos brasileiros, quantos critérios que são motivadores de
compra e tipo de ambiente mais favorável para os consumidores agora”, finaliza
a CEO da Galunion.
Galunion - Especializada no setor de alimentação,
a empresa atua como uma catalisadora de conhecimento, networking e inovação. Os
serviços são voltados para negócios e profissionais que atuam no mercado de
Foodservice.
Nenhum comentário:
Postar um comentário