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domingo, 20 de março de 2022

Alunos com transtornos mentais sofrem dificuldades com aulas remotas: como tem sido a readaptação ao ensino presencial?

 Especialistas falam sobre o impacto dos transtornos mentais durante o EAD e como isso mudou a forma de interação social no retorno das aulas nos colégios e universidades

 

A falta de interação social, a incerteza de se passar por essa crise de saúde, e em muitos casos a falta de recursos e um ambiente favorável ao aprendizado, gerou bastante defasagem entre estudantes que precisaram se superar e contar com uma rede de apoio para vencer tais dificuldades. Em meio a distrações, sensações de incapacidade e inúmeras inquietações, muitos alunos ainda se encontram desconexos com o retorno das atividades. 

Após quase dois longos anos, alguns colégios e universidades retomaram as aulas presenciais trazendo para a maioria dos estudantes um mix de sentimentos que oscilam entre alívio e preocupação. Afinal, foi um período conturbado para todos, sobretudo para os alunos que sofrem de transtornos mentais ou foram diagnosticados durante esse tempo com TDAH, dislexias, depressão, ansiedade e diversas outras adversidades.  

“Ao ter que se adaptar totalmente ao novo ensino presencial, acredito que a maior dificuldade seja no sentido de socialização e ao se adequar a um fluxo de estudos mais intenso. No caso de alunos com transtornos mentais, precisamos monitorar e ser empáticos. É injusto que haja uma cobrança imediata referente ao rendimento acadêmico, é uma nova realidade”, observa Ciomara Schneider, professora do curso de psicologia do CEUB. 

Em uma pesquisa realizada por brasileiros, publicada em 2022 pela FAPESP, os pesquisadores observaram que de 672 estudantes, 161 não se inscreveram nas plataformas de aulas à distância enquanto se encarava o período de isolamento. A pesquisa concluiu que ao apresentar sintomas prévios de transtornos mentais, a chance do jovem não assistir às aulas online era maior.  

Para o Dr. Lucas Cruz, neurologista do Hospital Anchieta de Brasília, misturar um espaço que deveria ser de lazer com um ambiente que precisou ser de produtividade como a casa trouxe um estresse, “a dificuldade em se manter constante acarretou na queda do rendimento dos estudantes, seja em fase escolar ou universitária. Por isso é preciso que sejam trabalhadas expectativas realistas, rotinas factíveis, tudo isso no objetivo de recuperar a perda do aprendizado remoto e fazer com que esses alunos resgatem sua autoestima intelectual”.

 

Qual o impacto das atividades físicas nisso tudo? 

Muito além de benefícios estéticos, tanto a prevenção quanto o tratamento de transtornos mentais, são fortemente influenciados de forma positiva com a prática de exercícios físicos. Atualmente em meio a tantos estímulos, é um grande desafio encontrar um ponto de descanso mental. Trabalho, estudos, responsabilidades afetivas e afins, são demandas que ocupam uma grande parte do dia e por vezes geram sobrecargas. 

Lucas Victor, educador físico da rede Bodytech Brasília, traz tal prática como válvula de escape nos tempos atuais e ainda complementa lembrando sobre a importância do autocuidado, “hoje através do exercício físico muitas pessoas conseguem se desligar desses inúmeros estímulos mentais e tiram um tempo para si. A liberação de hormônios como serotonina, adrenalina e endorfina, fazem com que nos sintamos melhores e tenhamos uma sensação maior de bem-estar”.


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