O Dia Internacional da Mulher é uma data que nos traz a reflexão sobre a valorização feminina na sociedade. Embora nos últimos anos foram obtidos ganhos em termos de maior conquista de espaço e direitos iguais, ainda existe um longo caminho pela busca do fim dos estereótipos criados sobre a presença da mulher no ambiente de trabalho.
Com o avanço da globalização, as empresas tiveram a
necessidade de investir mais em recursos de tecnologia da informação. Essa
demanda fez com que o mercado tecnológico expandisse em termos de oportunidades
e criação de vagas, gerando a necessidade de encontrar pessoas capacitadas para
o setor. O fato abriu mais oportunidades para elas, mas ainda vivemos em um
ambiente em que as forças de trabalho são masculinizadas, sendo difícil
consolidar uma maior diversidade de gênero na área.
De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (Caged), a representatividade feminina na área de TI teve um
aumento de 60% nos últimos cinco anos. Embora os números enfatizem uma
tendência de melhora, as mulheres ainda estão sujeitas a enfrentarem
preconceitos ao ingressarem no setor. Isso se dá pela herança cultural
transmitida de geração para geração, em que a mulher é melhor considerada para
capacidades emocionais do que lógicas.
Esse é, justamente, o grande desafio enfrentado
pelas mulheres que atuam em TI. Elas precisam romper com esses paradigmas
diariamente, já que, muitas das vezes, são expostas a situações de
discriminação. Segundo uma pesquisa realizada pela Yoctoo, consultoria de
recrutamento e seleção especializada nesse segmento, 81% das mulheres já
sofreram preconceito de gênero, seja na escola ou no ambiente de trabalho.
A associação negativa referente as características
femininas, faz com que elas precisem trabalhar o dobro para comprovar sua
capacidade e eficiência no gerenciamento da área. Outro fator importante a ser
considerado, é que esse tipo de comportamento eleva a discrepância na hora da
contratação e oferta de vagas, o que por sua vez também dificulta a
acessibilidade para que um maior número de mulheres invista na área de TI.
O mercado de tecnologia possui uma vasta
abrangência de serviços que compõem o seu desenvolvimento, por essa razão está
sempre em busca de pessoas capacitadas para o setor. Entretanto, muitas
empresas ainda não reconhecerem a importância de se investir na diversidade de
gênero para as áreas de atuação, a fim de promoverem melhores resultados
operacionais.
Essa precarização da presença feminina no setor faz
com que muitas não optem pela área. Entretanto, o universo de tecnologia é uma
excelente oportunidade para que a mulher possa se desenvolver
profissionalmente, além de proporcionar uma maior flexibilidade para que ela
possa conciliar a vida profissional às suas outras múltiplas funções dentro da
perspectiva domiciliar e materna.
Uma comprovação disso é que o setor de tecnologia
está em plena fase de ascensão e aumentando a demanda por contratação de
profissionais para atuarem principalmente no desenvolvimento de softwares e
análises de processos e sistemas. Cabe aqui ressaltar que ambas as áreas estão
carentes de uma maior participação feminina.
Embora a presença das mulheres esteja
gradativamente aumentando na área de TI, se tornando menos incomum vê-las
ocupando o mesmo espaço antes destinados exclusivamente para homens, ainda é
necessário reforçar algumas mudanças nesse meio para, de fato, corroborar para
uma transformação na área. É importante que as empresas invistam na diversidade
de gênero a fim de trazer exemplos e ajudar no despertar daquelas que possuem
vocação para o segmento e se sentem desencorajadas.
Outro ponto a ser reforçado está na quebra de paradigma a respeito das características femininas, que atualmente são vistas por muitos colaboradores como um sinal de fraqueza – enquanto deveriam ser interpretadas como qualidades. Para ser uma boa profissional de TI, não se deve deixar essas características femininas de lado. Ao contrário, elas precisam acreditar em suas habilidades e competências, sem a exigência de uma perfeição inexistente.
Monica Ferreira - atua como diretora operacional da SPS Group, uma das maiores parceiras
SAP Business One do Brasil.
SPS Group
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