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sábado, 19 de fevereiro de 2022

Pele seca no verão?

 

A dermatologista Luciana Garbelini explica quais preocupações são importantes quando o assunto é esse tipo de pele e as estações do ano


Ainda no auge do verão, uma das principais preocupações quando se trata dessa época do ano é como controlar o aumento da oleosidade da pele estimulada pelos dias mais abafados. “Cuidados que visam minimizar a oleosidade são os mais comuns e difundidos. Muito se preocupa com a derme oleosa, mas a pele seca também precisa de cuidados específicos, seja nas estações mais frias (como o inverno) ou com o calor,” destaca a dermatologista Luciana Garbelini, da Clínica Luciana Garbelini de São Paulo. 

Para a pele oleosa os dias quentes são um problema, já para quem tem pele seca essa mudança de estação pode ser até benéfica. “A pele vai produzir mais sebo, mas em contrapartida também é um período de maior exposição solar, ao sal e ao cloro, aspectos que contribuem ainda mais para o ressecamento da epiderme. Por isso, apesar do verão ser uma época mais ‘tranquila’ para quem tem pele seca é preciso se manter alerta a fatores que possam estimular a perda de oleosidade pela pele, o que acaba interferindo na sua função de barreira protetora”. 

A médica destaca que a atenção deve ser ainda maior com áreas que já são naturalmente secas, como os pés, que no verão ficam expostos e consequentemente acabam ressecando mais. “Rachaduras na derme são porta de entrada para microrganismos nocivos, que podem levar a problemas de pele mais sérios”. 

Além da predisposição genética para apresentar esse tipo de pele, e os fatores externos que acabam contribuindo para o ressecamento, algumas doenças também podem estar associadas à pele seca. “Diabetes, mudanças hormonais - como a menopausa - ou uso de certos medicamentos. Além disso, algumas questões dermatológicas, como dermatites, são outras causas que levam uma pele a se tornar mais seca”.
 

Pele seca x Pele ressecada (desidratada)

Peles secas são mais ásperas e propensas a descamação. Menos elásticas -- muitas vezes apresentando sensação de sempre estar ‘rachando’ - e coceira é outra reclamação relacionada a esse tipo de derme. “A pele seca já apresenta uma condição natural de desequilíbrio na quantidade de óleo produzida por ela. Assim, uma pele ressecada não é necessariamente uma pele seca, mas uma pele seca será uma pele ressecada,” explica a especialista. “O uso de hidratantes, por exemplo, é uma forma de contornar e aliviar a situação. Mas não há um tratamento que possa reverter essa predisposição”. 

Já se tratando de uma derme com ressecamento ou desidratação pontual, essa condição pode se instalar em todos os tipos de pele. “Com cuidados, como a aplicação de um creme já é possível devolver água para a derme, reequilibrando suas funções”.
 

Cuidados

Pacientes de pele seca precisam muitas vezes adaptar os cuidados que se tem com esse tipo de epiderme de acordo com cada estação. “Em muitos casos, mais que pessoas de pele mista e oleosa”, diz doutora Luciana. O sabonete, por exemplo, é um aliado na higiene. Mas também pode ser um vilão para as pessoas de pele seca. “Limpeza em excesso só atrapalha. Buchas ou esfoliantes tendem a serem especialmente agressivos para uma pele que em alguns casos também é mais sensível pelo fato do ressecamento. Por isso, esses itens precisam ser usados com moderação, testando a reação da pele a eles. A água quente ainda entra como mais um fator que resseca a pele, não sendo aconselhável para quem já tem predisposição a uma derme menos hidratada”. 

A dermatologista aconselha dar preferência para hidratantes mais densos e que são voltados para pele extra seca. “Por ser uma epiderme naturalmente mais ressecada, ações que façam com que a hidratação se mantenha na pele são fundamentais. O uso de creme diariamente é um cuidado básico, que pode ser complementado com aplicação corporal de um óleo após a secagem do hidratante. Além disso, evitar se expor a situações que levem a pele a ficar ainda mais seca, mas caso isso ocorra buscar ‘recuperar’ essa derme o quanto antes,” indica.
 

 

Dra. Luciana Garbelini - Dermatologista Formada pela Universidade de Santo Amaro. Residência médica em Dermatologia na Universidade de Santo Amaro, Pós-graduada em cosmiatria e estética no Instituto Superior de Medicina. Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

 

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