A pandemia do novo coronavírus tem sido apontada como responsável pela quebra de paradigmas em muitos setores das empresas brasileiras e até de outros países. Entre eles, o setor de Recursos Humanos (RH). Responsável pelo trabalho de seleção, acompanhamento e aprimoramento profissional dos colaboradores de uma empresa, este ano os profissionais da área tiveram que inovar. Assim como a Hesselbach Company, que já tinha esquematizado o lançamento de um programa de seleção de estagiários - presencial - para 2020. Um problema? Até poderia ser. Porém, a equipe da empresa, unindo tecnologia, criatividade e empatia, conseguiu com que a seleção fosse realizada 100% de forma online e, na opinião de todos, avaliadores e candidatos, demonstrou não apenas ser possível, como também comprovou uma maior facilidade de acesso dos candidatos ao processo seletivo.
“Avaliamos muito a questão do trabalho remoto: como seria iniciar
as atividades de um estagiário nesse formato, quais seriam os impactos”,
explica Mauro Francisco Rodrigues, gerente de RH da Hesselbach Company.
“Concluímos que seria positivo, pois trata-se de uma geração extremamente
antenada com as novas tecnologias, e chegamos à conclusão que sim, seria
possível realizar tudo de forma remota. Daí tivemos que pensar em adaptar
dinâmicas para o modo virtual e o resultado foi positivo”.
Mesmo assim, o fato do processo ter sido 100% online impactou
pouco a forma de trabalho do RH da empresa. Rodrigues explica que o
departamento já estava habituado a realizar processos seletivos de forma remota
antes mesmo da pandemia começar. A grande novidade foi a realização de
dinâmicas de grupo de forma online, o que acabou sendo muito bem recebido pelos
participantes.
“Destacamos como diferenciada também a etapa que batizamos de
“Bate-papo com os gestores”, onde os estagiários conversaram com os líderes de
cada área da empresa. Dificilmente conseguiríamos reunir todos para esse
momento se estivéssemos trabalhando de modo presencial. Além do mais, antes
da pandemia sempre encontrávamos a resistência de um gestor ou outro que
acreditava que só seria possível fazer uma seleção se a entrevista fosse
presencial. E esse paradigma foi completamente derrubado com a conclusão do
processo seletivo online do nosso Programa de Estágio”.
Uma das novidades tecnológicas foi a implementação do envio de
videocurrículos por parte dos candidatos. Mas, apesar de a Hesselbach Company
ter recebido mais de 90 inscrições, a maioria provavelmente não se atentou à
solicitação de envio do vídeo e a equipe de Rodrigues acabou aderindo a um
“plano B”, que foi a triagem dos currículos em texto encaminhados. Apenas 10
entre os 90 candidatos encaminharam seus vídeos.
“Tirando esse fator complicador, conseguimos reunir um grupo de
participantes extremamente tranquilos. Como qualquer outro processo seletivo
que realizamos, procuramos continuar a manter essa tranquilidade e atualizá-los
sobre as próximas etapas. Eles sempre foram receptivos, e como acordamos no
inicio do processo que as atualizações aconteceriam por e-mail, eles sempre nos
davam retorno sobre o recebimento das mensagens. E também a cada anúncio de
participação para a próxima etapa sentimos a alegria de cada um pela
oportunidade”, resume o gerente.
Tempo, custo e comodidade foram alguns dos fatores positivos
registrados pelo setor de RH da Hesselbach com relação ao processo seletivo
online. Os negativos foram a falta de preparo do candidato com o mundo virtual,
conexões ruins de internet e a ausência de um contato mais próximo com o
candidato.
Dicas para quem quiser seguir a ideia
Depois de passar pela experiência pessoalmente, Rodrigues deixa, a título de sugestão, algumas dicas para empresas que tem o desejo de seguir a ideia da Hesselbach e realizar seus próprios programas de seleção online. Na opinião do gestor, empresas que querem ser referência no mercado precisam estar atentas às novidades que ele apresenta. Para muitas, no momento, a novidade é realizar processos remotamente.
“ É possível, é viável e traz muitos ganhos para a empresa. Não
tenham medo, e realizem o mesmo bate-papo que fariam se estivessem
presencialmente. Façam testes entre os membros da equipe antes de convocar o
primeiro candidato para ter noção do que pode dar certo e o que pode dar errado
durante o processo”, recomenda.
Empatia supera a obrigação tecnológica
“Não tenho palavras para descrever o quanto esse processo seletivo foi incrível!”, declara Fernanda Rodrigues da Costa Basaglia, que está cursando Engenharia de Produção na FEI (Fundação Educacional Inaciana "Padre Sabóia de Medeiros”) e está estagiando na área de Processos da companhia. “Desde o começo a empresa buscou explorar o lado humano e ter empatia com todos os candidatos. A atenção que todos tiveram conosco com certeza faz toda a diferença para que as entrevistas fluam bem e o candidato consiga ficar a vontade para se expressar e ser ele mesmo. Só tenho agradecer por essa oportunidade”.
Cursando Engenharia Química na FEI, Igor Soares Batista
também iniciou seu estágio na área de Processos. Para ele o processo seletivo
foi incrível, do começo ao fim. Tanto nas etapas de classificação quanto nos
dias de integração entre os candidatos. “De uma forma leve e descontraída, foi
o único processo seletivo que eu me senti participando de verdade a cada etapa.
Eu já vinha participando de algumas seleções, mas os processos eram lentos e
nunca a gente tinha uma resposta. Eu estava muito desanimado com tudo, mas
percebi que o programa da Hesselbach estava sendo diferente, a forma como o RH
estava tratando os candidatos, uma preocupação única com cada um, me animou a
continuar”.
Outra candidata aprovada, Carolina Nasario Gines, que também
ganhou uma oportunidade de estágio na área de Processos, contou que, a cada
etapa da seleção, a equipe de RH da empresa passava apoio, calma e motivação
para que os candidatos dessem o seu melhor. “Na etapa da elaboração do case
situacional, tivemos liberdade para usarmos nossa criatividade e expor nossas
ideias diante de um cenário atual, nos dando também a oportunidade de
apresentar para os líderes da empresa”, conta.
“Foi um processo bastante atencioso e divertido, e a cada etapa eu
ficava mais contente e animado com a conversa que tínhamos”, afirma Caio
Gabriel Bezerra da Silva, estagiário selecionado para a área de Tecnologia da
Informação (TI). “Todos eram muito tranquilos e acolhedores, e era fácil de
notar que até mesmo os mais introvertidos se sentiam animados e mais abertos à
conversas”.
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