Chuva de meteoros, eclipse solar e alinhamento planetário
vão ocorrer a partir da próxima semana
Vai
valer a pena dar uma esticada na noite do próximo domingo, 13 de dezembro: na
madrugada para o dia 14, será possível observar em todo o Brasil uma densa
chuva de meteoros geminídeas – segundo os astrônomos, uma das melhores deste
ano de 2020.
Poucas
horas depois, após o meio-dia de 14 de dezembro, para quem está na Região Sul,
será possível acompanhar um eclipse parcial do Sol: ele ficará parcialmente
encoberto pela Lua durante quase duas horas.
Já
no dia 21 de dezembro ocorrerá o ápice da conjunção entre os dois maiores
planetas do Sistema Solar: Júpiter e Saturno, já visíveis a oeste desde o
início de dezembro, estarão em seu ponto máximo de aproximação relativa. No
próximo dia 21, a proximidade fará com que eles pareçam muito próximos um do outro
e extremamente brilhantes. Desde 1623 os dois astros não ficavam a uma
distância tão pequena.
O
doutor em Física Marcelo Girardi Schappo, professor do Câmpus São José do IFSC,
explica que a conjunção Júpiter-Saturno só ocorre uma vez a cada 20 anos, mas,
este ano, eles atingirão uma proximidade que não ocorre há 397 anos. “Essa
conjunção pode ser percebida facilmente a olho nu, mas quem tiver binóculos ou
telescópios poderá ainda perceber alguns detalhes dos astros, como algumas luas
ao redor deles e, eventualmente, os anéis de Saturno. Vale a pena acompanhar o
fenômeno ao longo do mês, pois ele ocorre apenas a cada 20 anos. A próxima
oportunidade será apenas em outubro de 2040”, explica Schappo, que coordena o
projeto de extensão Astro&Física, de divulgação científica sobre Física e
Astronomia.
Veja
mais detalhes sobre os fenômenos astronômicos de dezembro:
1)
Madrugada de 13 para 14 de dezembro
O
quê: chuva de meteoros geminídeas
Como
observar: procure um local com pouca
iluminação artificial. É preciso ter paciência, já que a incidência de cada
meteoro ocorre ao acaso. O professor Marcelo Schappo recomenda escolher um
local afastado e sentar-se numa cadeira de praia, “montando guarda” ao longo de
uma ou duas horas. Mantenha apagados aparelhos eletrônicos, para que seus olhos
se acostumem com a escuridão e consigam observar os pontos luminosos se
deslocando no céu.
Sobre
o fenômeno: “À medida que a Terra percorre a sua
órbita ao redor do Sol, ela passa por regiões que estão repletas de pequenos fragmentos
de rocha vagando pelo espaço. Quando esses fragmentos entram na nossa
atmosfera, em alta velocidade, acabam sendo incinerados pelo resultado da
interação com o ar. Isso gera um rastro de luz de curta duração, que as pessoas
comumente chamam de ‘estrelas cadentes’, cujo nome técnico é ‘meteoro’. Ocorrem
várias chuvas de meteoros ao longo do ano, mas esta de dezembro é considerada
uma das melhores, por ter alta taxa esperada de incidência dos meteoros. O
ápice do fenômeno está previsto para toda a madrugada de 13 para 14 de
dezembro, e poderá ser visto em todo o Brasil”, explica o professor Marcelo
Schappo. Ele acrescenta que o nome “geminídeas” faz referência à constelação de
Gêmeos.
2)
14 de dezembro
O
quê: eclipse solar parcial
Como
observar: basta olhar para o sol no período do
eclipse, fazendo uso de um vidro de soldador tonalidade 14 (vendido em lojas de
materiais de construção e ferragens). A proteção com o vidro é imprescindível,
pois há alto risco de lesão na retina em função da intensidade da luz solar.
Não se deve usar proteções improvisadas, como filmes fotográficos revelados ou
lâminas de raio-x.
Sobre
o fenômeno: Trata-se de consequência do
alinhamento astronômico entre Sol, Lua e Terra, com a Lua entre o Sol e a
Terra. No Brasil será possível ver a Lua encobrir parte do disco solar. Na
região Sul, o encobrimento ficará entre 40% e 60%. Os horários de início do
eclipse dependem do local do observador. Em Florianópolis, onde o encobrimento
no ápice será de 46%, o fenômeno poderá ser observado a partir das 12h33, com
ápice às 13h58 e fim às 15h16.
3)
21 de dezembro
O
quê: conjunção entre Júpiter e Saturno
Como
observar: os planetas já podem ser observados
na direção oeste, após o pôr do sol, desde o início do mês. Porém, no dia 21
estarão no auge da proximidade, a uma distância que não atingiam desde 1623.
Vale a pena fazer a observação com binóculos ou telescópios para enxergar
detalhes como luas ou os anéis de Saturno.
Sobre
o fenômeno: Os diferentes planetas do Sistema
Solar orbitam o Sol a diferentes distâncias e velocidades. Os mais próximos do
Sol viajam mais rapidamente que os mais distantes. Eventualmente, a depender da
posição desses planetas, alguns deles podem acabar formando um alinhamento com
a Terra. “Quando isso acontece, as pessoas têm a oportunidade de olhar para o
céu e ver os planetas aparentemente bem próximos uns dos outros, uma espécie de
‘encontro celeste’ que é chamado de conjunção”, explica o professor Marcelo
Schappo. As conjunções entre Júpiter e Saturno ocorrem sempre a cada 20 anos,
mas a grande aproximação que será observada neste ano só teve equivalente há
quase quatro séculos.
Professor
Marcelo Girardi Schappo
Professor
do IFSC – Câmpus São José
Coordenador
do projeto de extensão Astro&Física, de divulgação científica de Física e
Astronomia
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