Especialista alerta
que uso de telas em excesso eleva estímulos e se reflete na saúde mental e
física dos pequenos
Há nove meses sem irem à escola, longe dos amigos e
com uso excessivo de telas, crianças e adolescentes se tornaram
vítimas de distúrbios de sono comuns na idade adulta, como a insônia. É o que
indica o pediatra e especialista do Instituto do Sono, Dr. Gustavo Moreira.
Segundo Dr. Gustavo, muitos pais relatam que seus
filhos apresentam dificuldades para dormir durante a
quarentena. O especialista aponta que uma das prováveis causas disso é o uso
intenso de computadores, celulares, televisores e tablets, seja para o lazer ou
para aulas a distância.
O médico explica que a luminosidade inibe a
produção de melatonina, hormônio essencial para um sono de qualidade. “O estímulo
constante faz com que as crianças percam horas de sono, e isso pode incorrer em
mudança de comportamento”, aponta. Crianças e adolescentes podem se
tornar mais irritadiços, cansados e menos produtivos.
Para piorar, é comum que jovens se sintam atraídos
por jogos violentos, o que aumenta ainda mais os estímulos e atividades
cerebrais.
O médico lembra ainda que, durante o sono, o
cérebro processa aprendizados e memórias, como se estivesse “colocando
cada coisa em seu devido lugar”, o que é muito importante para a
saúde mental. Do ponto de vista físico, o sono insuficiente pode levar à queda de
imunidade, perda de clareza, ganho de peso e maior chance para se acidentar.
O futuro agradece
Dr. Gustavo Moreira orienta que, se os pais não
querem que os filhos sofram consequências pelos distúrbios de sono, devem se
dedicar a criar rotinas para os rebentos. “É preciso
que crianças e jovens tenham horários estabelecidos para dormir, acordar,
comer, estudar, ver TV e acessar as mídias em geral”.
Ele afirma que crianças menores de dois anos
não devem utilizar celulares e outras telas. Para as que têm
entre dois e cinco anos, o uso deve ser de uma hora por dia, no máximo. Os
maiores podem ver até duas horas, mas com atividades gerenciadas de acordo com
a faixa etária e sem que as telas sejam utilizadas como “babás eletrônicas”.
O médico sugere que sejam criadas situações nas
quais as crianças possam fazer atividades físicas, lúdicas como
pintar, desenhar, brincar de esconder – enfim, soltar a imaginação com os
pequenos.
A proposta do especialista pode ser desafiadora
para os pais, visto que muitos ainda estão em home office e
precisam se dividir entre a vida profissional e as tarefas do lar e familiares.
Por outro lado, a dedicação se refletirá de maneira positiva na formação dos
filhos, e isso, por si só, já é bastante recompensador, uma verdadeira prova de
amor e comprometimento com o futuro.
Instituto do Sono
AFIP
(Associação Fundo de Incentivo à Pesquisa
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