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quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Isolamento - Crianças em idade escolar podem apresentar distúrbios de sono

Especialista alerta que uso de telas em excesso eleva estímulos e se reflete na saúde mental e física dos pequenos

 

Há nove meses sem irem à escola, longe dos amigos e com uso excessivo de telas, crianças e adolescentes se tornaram vítimas de distúrbios de sono comuns na idade adulta, como a insônia. É o que indica o pediatra e especialista do Instituto do Sono, Dr. Gustavo Moreira.

Segundo Dr. Gustavo, muitos pais relatam que seus filhos apresentam dificuldades para dormir durante a quarentena. O especialista aponta que uma das prováveis causas disso é o uso intenso de computadores, celulares, televisores e tablets, seja para o lazer ou para aulas a distância.

O médico explica que a luminosidade inibe a produção de melatonina, hormônio essencial para um sono de qualidade. “O estímulo constante faz com que as crianças percam horas de sono, e isso pode incorrer em mudança de comportamento”, aponta. Crianças e adolescentes podem se tornar mais irritadiços, cansados e menos produtivos.

Para piorar, é comum que jovens se sintam atraídos por jogos violentos, o que aumenta ainda mais os estímulos e atividades cerebrais.

O médico lembra ainda que, durante o sono, o cérebro processa aprendizados e memórias, como se estivesse “colocando cada coisa em seu devido lugar”, o que é muito importante para a saúde mental. Do ponto de vista físico, o sono insuficiente pode levar à queda de imunidade, perda de clareza, ganho de peso e maior chance para se acidentar.


O futuro agradece

Dr. Gustavo Moreira orienta que, se os pais não querem que os filhos sofram consequências pelos distúrbios de sono, devem se dedicar a criar rotinas para os rebentos. “É preciso que crianças e jovens tenham horários estabelecidos para dormir, acordar, comer, estudar, ver TV e acessar as mídias em geral”.

Ele afirma que crianças menores de dois anos não devem utilizar celulares e outras telas. Para as que têm entre dois e cinco anos, o uso deve ser de uma hora por dia, no máximo. Os maiores podem ver até duas horas, mas com atividades gerenciadas de acordo com a faixa etária e sem que as telas sejam utilizadas como “babás eletrônicas”.

O médico sugere que sejam criadas situações nas quais as crianças possam fazer atividades físicas, lúdicas como pintar, desenhar, brincar de esconder – enfim, soltar a imaginação com os pequenos.

A proposta do especialista pode ser desafiadora para os pais, visto que muitos ainda estão em home office e precisam se dividir entre a vida profissional e as tarefas do lar e familiares. Por outro lado, a dedicação se refletirá de maneira positiva na formação dos filhos, e isso, por si só, já é bastante recompensador, uma verdadeira prova de amor e comprometimento com o futuro.

 


Instituto do Sono

 www.institutodosono.com

 

AFIP (Associação Fundo de Incentivo à Pesquisa

www.afip.com.br

 

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