Mais de 50%
dos tomadores de decisão nas universidades da região consideram o cabeamento
estruturado como uma prioridade de investimento para os próximos meses
Não é novidade que o
setor de educação na América Latina apresenta certas desvantagens em relação a
outras partes do mundo. No entanto, o cenário atual o obrigou a evoluir de
forma inédita, principalmente em sua infraestrutura tecnológica, o que pode
significar uma maior evolução para o bem de instituições e estudantes em toda a
região.
Antes que a pandemia
obrigasse as instituições de ensino a deslocarem suas atividades para o mundo
virtual, a estratégia em tecnologia, informação e redes já havia sido
reconhecida como um pilar dos modelos educacionais contemporâneos, e é assim
que figuras como o diretor de TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação), se
estabeleceram nos conselhos diretivos das universidades. Este fato respondeu à
necessidade de transformação digital em áreas como gestão de documentos e
segurança cibernética.
Um novo
cenário para a educação
Antes mesmo que a
educação a distância/virtual se tornasse a forma mais comum de ensino, o avanço
tecnológico e a diversificação do mercado trouxeram novos concorrentes para as
escolas: plataformas de educação online. Nelas, as instituições encontraram
gigantes da tecnologia como o Google, com mais experiência, conhecimento e
infraestrutura necessária para enfrentar os desafios que estavam por vir.
Essas novas opções
educacionais, somadas às deficiências nos estágios iniciais de mudança de
classes e plataformas para a modalidade virtual, a falta de recursos e a
incerteza aumentaram um dos maiores desafios das instituições de ensino nos
últimos anos: retenção de alunos.
De fato, em conferências
internacionais na América Latina, muitos reitores de universidades concordaram
por alguns anos que este era um desafio para o qual deveriam se preparar nos
próximos anos, já que os novos profissionais não buscam um diploma, mas
habilidades, ou seja, competências específicas adequadas às atuais demandas do
mercado.
Investindo em
tecnologia para a educação na América Latina
Além das desvantagens
tecnológicas frente aos novos competidores, as instituições latino-americanas
puderam notar as consequências da falta de investimento na área tecnológica
durante este ano. Os investimentos em tecnologia para a região no setor de
educação são consideravelmente menores do que os de outras regiões, como Europa
Ocidental, Sudeste Asiático e América do Norte.
No entanto, as
perspectivas não são totalmente desanimadoras. Uma das maiores vantagens de ter
um departamento de TI forte é que as universidades agora reconhecem o ambiente
tecnológico e suas necessidades. Para ajudar as instituições a manter um
serviço de qualidade, as estruturas e soluções de rede tiveram que mudar de
enfoque, com vista à virtualização, aos serviços em nuvem e à capacidade de
suportar grande número de dispositivos ligados a serviços digitais.
Na verdade, uma pesquisa
recente da CommScope constatou que mais de 50% dos tomadores de decisão de
tecnologia nas universidades da região consideram que a prioridade de
investimento em infraestrutura e redes para os próximos meses será em
cabeamento estruturado (fibra e cobre) para seus data centers, seguidos por
pontos de acesso (APs) e melhorias de rede interna para funcionários.
O que faz muito sentido,
uma vez que os data centers de ponta dentro dos campi universitários são onde
todo o núcleo do tráfego atravessa. Se esse tipo de tecnologia não for
reforçado, será muito difícil cumprir todos os outros requisitos que eles
necessitam dentro e fora do campus.
Diante dessas novas demandas,
as empresas dedicadas a soluções de infraestrutura e rede tiveram que propor
estratégias combinadas e oferecer soluções para melhorar a camada física das
universidades (cabeamento de fibra e/ou cobre e melhoria de largura de banda)
além de propor soluções de gestão remota adaptadas ao setor.
O futuro das
instituições de ensino na América Latina
Nos últimos meses
chegamos à conclusão de que não estamos numa situação temporária. Assim como em
vários setores, como a educação, um marco disruptivo foi estabelecido e a
partir de agora os reais desafios das universidades estarão associados a
estabelecer com sucesso os modelos de virtualidade e alternância. Isso requer o
fortalecimento da infraestrutura de rede e a garantia da integração e boa
administração dos dispositivos inteligentes e dos alunos (computadores e
telefones celulares, entre outros) dentro e fora das instalações.
A alternância só terá
sucesso na medida em que tanto os alunos quanto o restante da comunidade
acadêmica tenham acesso virtual a todos os recursos que possuíam no campus,
portanto, uma série de recursos e ferramentas devem ser incluídos, cuja
finalidade é tornar a experiência do usuário muito mais rica em qualquer modelo
educacional.
Em última análise, o
papel das universidades e outros centros educacionais é a transformação social
por meio de uma educação de qualidade e, para isso, as instituições de ensino
devem alcançar um nível de tecnologia onde estejam preparadas para enfrentar
qualquer situação de ruptura. O ponto chave são os planos de contingência para
largura de banda e tecnologias, redes e comunicações para equalizar o nível de
educação entre a virtualidade e o modo presencial.
Jonhy Iván
Clavijo - diretor da área de Enterprise da CommScope para a América Latina e
Caribe
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