Muitas empresas ainda estão lutando para manter seu capital intelectual e fluxo de caixa enquanto o mundo vê casos e mais casos de Covid-19. Apesar do incentivo dos governos, as economias oscilam e os executivos mantém dúvidas sobre o futuro.
No Brasil, até agosto, o governo já havia destinado
o equivalente a 11,8% do PIB (Produto Interno Bruto) em estímulos econômicos
para amenizar a crise desencadeada pelo novo coronavírus. No restante da
América Latina apenas o Chile contava com 1% a mais (12,3%). Pelo ranking
mundial, o Brasil ocupava a 24ª posição em investimento contra a crise
pós-pandemia.
Nesse cenário, formas de arrecadação além do uso do
PIB como incentivo se fazem necessários. Um novo caminho vem sendo
traçado através da reforma tributária, evitando assim desmoronamento da
economia e fuga de investidores.
Como preparar a empresa
Em todos os países, consultores tributários estão
de olho nos rumos das políticas para o setor.
O que os empresários se perguntam é quando o
governo conseguirá a aprovação da reforma e, portanto, a consequente redução da
complexidade tributária. Tal medida seria um alívio para as empresas na
recuperação pós-crise da covid-19.
Para estar pronto para o mercado que se desenha, é
recomendado:
– Revisão e reorganização da cadeia de suprimentos.
É importante remover registros fiscais desnecessários e identificar outras
deficiências de custos.
– Não procrastinar os pagamentos. Se for capaz de
pagar as contribuições dentro do prazo e em sua totalidade, é o ideal, ao invés
de solicitar quaisquer possíveis extensões. A última coisa que as empresas
querem é iniciar suas operações pós-pandemia com um débito tributário. Haverá,
possivelmente, outros débitos com os quais você precisará lidar.
– Correr atrás de suas restituições de imposto, mas
também esteja preparado para uma auditoria fiscal. Não é incomum que
autoridades fiscais revejam solicitações de restituições de crédito por meio de
uma análise de seu arquivo. Se tiver um histórico de pagamentos atrasados ou
solicitações de extensões, a empresa pode estar mais propensa à lista de
auditorias.
Esses primeiros passos são fundamentais para
suportar a realidade das políticas fiscais governamentais no mundo tributário
pós-pandemia.
Reforma Tributária
Diante do cenário, o governo apresentou a primeira
etapa da Reforma Tributária ao Congresso em 22 de julho, por meio do Projeto de
Lei nº 3.887/2020, que prevê a criação da Contribuição Social sobre Operações
com Bens e Serviços (CBS) em substituição à atual cobrança das alíquotas de
PIS/Pasep e Cofins.
A nova CBS, com alíquota de 12%, é uma nova forma
de tributar o consumo, alinhada aos modelos internacionais de Imposto de Valor
Agregado (IVA). Com a CBS será possível acabar com a cumulatividade de
incidência tributária, com cobrança apenas sobre o valor adicionado pela
empresa.
Segundo o Ministério da Economia, a Reforma
Tributária vai simplificar e modernizar o sistema tributário brasileiro,
gerando impactos positivos na produtividade e no crescimento econômico do país.
A meta é substituir o atual modelo, que é caro e complexo, por mecanismos
modernos e mais eficazes e novas etapas deverão ser apresentadas ainda este
ano.
CBS
Os benefícios e regimes especiais eliminados pela
proposta da Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços (CBS)
totalizam R$ 28,2 bilhões, enquanto os mantidos representam R$ 64 bilhões. Sem
a cesta básica, seriam R$ 48 bilhões. Esses são valores estimados para 2021.
De acordo com a Agência Câmara de Notícias, foi
defendido pela secretaria da Receita Federal, a simplificação tributária
proposta para evitar que as empresas tenham que continuar gastando 1.500 horas
por ano para administrar seus pagamentos de impostos. No momento foi exposto
que a legislação atual do PIS e da Cofins tem duas mil páginas com 60 só de
índice.
A exemplo uma nota fiscal de 52 campos para
preencher terá redução para apenas nove campos. Ainda foi afirmado que o
projeto é compatível com as propostas de emenda à Constituição em tramitação e
que prevê uma transição de seis meses. E um novo imposto único estadual seria
implantado seis meses após a entrada em vigor da CBS. Foi também adiantado que
o governo vai enviar proposta com redução do Imposto de Renda das empresas e
taxação de dividendos.
Sérgio Fioravanti - sócio da Baker Tilly no Espírito Santo. Contador com registro no Cadastro Nacional de Peritos Contábeis. Especializado em Finanças Empresariais, com quase 30 anos de experiência profissional em auditoria interna e externa. Registro profissional na CVM. Presidente do IBRACON – 6ª Regional (RGSul e Santa Catarina – gestão 2009/2011). Vice-presidente da ADVB (Associação dos Dirigentes de Vendas do Brasil – RGSul) Atual e Gestão 2004 a 2008. Conselheiro fiscal em empresas de diversos segmentos. Instrutor de cursos e seminários internos e externos. Professor de graduação (Normas Internacionais de Contabilidade), de pós-graduação em Auditoria e Perícia, Controladoria e Finanças da PUC do RGSul desde 1998, Cursos de pós-graduação na FAPA, FACCAT, São Judas e IPA.
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