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sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Inversão da pirâmide etária: por que você precisa saber sobre este assunto

O envelhecimento da população brasileira é notável. E isso é demonstrado através do que podemos chamar de pirâmide etária. Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam que o número de idosos no Brasil deve passar de 29 milhões de pessoas, o que equivale a cerca de 15% da população do país.

A inversão da pirâmide etária pela qual o Brasil e outros países do mundo vem passando foi um dos motivos que impulsionou a Reforma da Previdência em 2019.  Os números do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) mostram que essa inversão já estava gerando um déficit bilionário nas contas do governo.

Nos anos de 1980, o Brasil era classificado como um país jovem, mas com o aumento da expectativa de vida nas décadas seguintes, atualmente o país passa por uma transição populacional. Hoje, somos considerado um país de adultos, mas a expectativa é que em 2050 sejamos classificados como um país de idosos.

As mudanças na previdência pública vão ao encontro dessa nova realidade, onde nós viveremos mais do que gerações anteriores. E por isso também é importante entender como a previdência privada funciona para termos um complemento de renda no futuro.

O que contribui para a inversão da pirâmide etária?

A inversão da pirâmide etária é um fenômeno mundial causado pela queda nas taxas de natalidade e mortalidade. Em outras palavras, nas últimas décadas o número de nascimentos está reduzindo e a expectativa de vida das pessoas está aumentando.

Com os avanços tecnológicos na área de saúde, se tornou possível controlar, prevenir, retardar e curar algumas doenças que antes não era possível. Com a melhora da nossa qualidade de vida, vivemos mais e com os métodos de prevenção contra gravidez e um foco maior no trabalho, é cada vez mais difícil ver famílias grandes hoje em dia.


Inversão da pirâmide etária é um fenômeno mundial

E a inversão da pirâmide etária não é um fenômeno brasileiro, ele já é uma realidade para muitos países do mundo. O estudo Fardo Global das Doenças 2017, publicado pela Revista Lancet mostra que a taxa de fecundidade em 195 países reduziu pela metade entre 1950 e 2017.

Em 1950, as mulheres tinham, em média, 4,7 filhos ao longo da vida. Em 2017, essa média caiu para 2,4 filhos por mulher. É lógico que essa média varia de país para país. No Brasil, por exemplo, os números estão abaixo da média, o índice aqui é de 1,8 filhos por mulher.

O diretor do Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde (IHME) da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, Christopher Murray, ressalta que essa diminuição brusca na taxa de fecundidade pode fazer as populações de países como o Brasil entrarem em declínio.

George Leeson, diretor do Instituto de Envelhecimento Populacional de Oxford, no Reino Unido explica que os países com baixa taxa de fecundidade podem enfrentar o envelhecimento e o encolhimento de suas populações, mas que não precisa ser algo negativo, basta que a sociedade se ajuste à mudança demográfica.


Quais impactos a inversão da pirâmide etária pode ter no Brasil?

O impacto da pirâmide etária no Brasil pode ser devastador. Isso porque o país está em processo de envelhecimento antes de enriquecer. O Brasil é considerado um país em desenvolvimento e a força de trabalho populacional é importantíssima para manter o crescimento do país.

Pesquisas mostram que em 2050 existirão cerca de 2 bilhões de idosos em todo o mundo, sendo 1,7 bilhão vivendo em países em desenvolvimento como o Brasil, ou seja, vivendo em países mais pobres. E caso estes países como o Brasil não consigam melhor sua situação financeira, a inversão da pirâmide etária será um grande desafio no longo prazo.

Quem irá sustentar o aumento do número de idosos? A Reforma da Previdência veio para consertar a conta pública, mas até certo ponto deve dificultar a obtenção de aposentadoria pública para boa parte da população no futuro. É quase certo que não consigamos receber o valor equivalente a 100% da média de renda salarial.

Então como viver em um país com uma média de renda menor. Nesse ponto, a previdência privada vira uma opção responsável da nossa parte para complementar a renda no futuro. Mesmo assim, é importante que o país enriqueça e se prepare para as profundas mudanças demográficas nas próximas três décadas.

O que pode ajudar a diminuir o impacto do envelhecimento da população mundial, principalmente em países como o Brasil, é a ampliação do acesso a serviços básicos de saúde, principalmente da rede de atenção primária, e a estipulação de uma renda mínima para a população.

A inversão da pirâmide etária é um assunto com o qual os adultos precisam se importar. É fundamental começar a planejar a velhice a partir de agora para tentar viver em um país de idosos no futuro mantendo uma boa qualidade de vida.

 

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