Novos tempos exigem novos comportamentos, uma vez que, como toda nova crise, o nosso instinto de segurança é aguçado e criativamente implementado. Contudo, às vezes, tarde demais.
Alguns executivos reagem como os animais quando
acuados e poucos são os que conhecem o caminho para o autoconhecimento.
“Decifra-me ou te devoro” era o misterioso ultimato da esfinge de Tebas no
antigo mito grego. Segundo a história, a mesma observava atentamente cada
viajante que passava pela cidade. O transeunte, assim que se deparava com ela,
precisava resolver um enigma que poderia indicar o fim de sua vida ou recomeço
dela.
A esfinge perguntava qual animal tinha quatro patas
pela manhã, duas pela tarde e à noite tinha três patas. O desafiado precisava
tomar cuidado com a sua resposta, pois, caso errasse. seria comido pela
criatura. A resposta à pergunta dela estava em si: era o homem.
O enxugamento nas empresas, iniciado, na década de
oitenta, com os processos de redimensionamento de atividades, a automação, as
fusões, as incorporações trouxeram mudanças incisivas, e, a partir de 2008,
exacerbado pela crise internacional e a automação célere, empurrou executivos
de larga experiência e capacidade para a transição de carreira, para o
descarte. Agora, com a pandemia ainda mais acelerou!
Na metamorfose, por não mais pertencerem ao mundo
corporativo, acham-se marginalizados. Argumentam eles “de que adianta o ativo
acumulado/maturidade, habilidade e competência testada- se não conseguem
recolocação nas corporações nem estão habilitados de imediato para uma carreira
solo?”. Não investiram neles, delegaram. À pergunta da esfinge de Tebas: Quem
os acolherá e irá usufruir de toda essa experiência que o mercado corporativo,
muitas vezes, prefere desperdiçar? Eles, e os ainda a serem descartados, que
passem a investir neles próprios, o seu principal ativo.
Tradicionais e novos setores demandam de serviços
de consultoria e treinamento conduzido por profissionais experientes, com
vivência e a competência de só quem já passou por situações ou erros que foram
transformadas em degraus para acertos gerenciais. Eles sabem o momento de
intervir, melhorando os processos, treinando pessoas, reconduzindo empresas aos
“eixos”. Entretanto, quem sabe que eles querem participar.
Quem os preparou? Quem os conhece? Onde
encontrá-los? O consultor com múltiplas experiências irá reprogramar os
conhecimentos generalistas e técnicos auferidos na vida profissional do(a)
executivo(a) ora descartado(a), canalizando-os para a Consultoria.
Portanto, antes de tudo, é importante que o(a)
executivo ou gestor(a) decifre o dilema: espalhar currículos, aguardar apático
a recolocação ou empreender se capacitando, por exemplo, para trilhar o caminho
empreendedor e arrojado da Consultoria?
Luiz Affonso Romano - consultor, mentor para desenvolvimento em consultoria, coordenador da pesquisa anual “Perfil das Empresas de Consultoria no Brasil” - CEO do Laboratório da Consultoria.
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