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sábado, 5 de setembro de 2020

Saiba quais os cuidados necessários para que pacientes oncológicos possam ter animais de estimação durante tratamento

Convivência com bichinhos diminui o estresse e é recomendada por especialistas


Há mais animais de estimação no Brasil do que crianças: são cerca de 140 milhões deles, incluindo cachorros, gatos, aves, répteis e peixes, segundo dados do IBGE. E, em plena pandemia causada pela Covid-19, a presença deles tem aplacado o distanciamento social. Além de fazer companhia e trazer alegria para muitas casas, animais de estimação também oferecem um importante suporte psicológico para quem passa por momentos difíceis ao longo da vida.

Para os pacientes em tratamento oncológico, conviver com os bichinhos não só é seguro, mas também altamente recomendável, explica Regina Chamon, hematologista e especialista em medicina integrativa do Centro Paulista de Oncologia (CPO)/ Oncoclínicas. "Além deste apoio emocional, os pets são ótimas companhias para os momentos de isolamento social, reduzindo os riscos de solidão e depressão. Ter um bichinho de estimação faz com que a gente invista tempo cuidando dele, e isto pode nos manter ocupados, evitando uma atenção excessiva a informações alarmantes e que não são produtivas", afirma a médica.

Segundo Regina, pesquisa científicas já confirmam que o contato com os bichinhos ajuda a liberar os chamados "hormônios do bem", aumentando a produção de endorfina (considerada um analgésico natural) e serotonina (que atua no cérebro regulando humor, sono e apetite) e reduzindo as taxas de cortisol (relacionado ao estresse).

Ainda sim, algumas espécies oferecem mais riscos e devem ser evitados. E mesmo cães e gatos precisam de cuidados especiais para quem está em tratamento oncológico. "Nada que impeça os pacientes de terem os bichinhos e aproveitarem da companhia". Saiba quais os cuidados e tire suas dúvidas de como conviver com o seu pet de forma segura: 



Quais são os riscos e cuidados que o paciente deve ter?

Leve seu bichinho ao veterinário para garantir que a saúde dele está em dia. Mantenha-o sempre limpo, com as unhas bem aparadas e vacinação e vermifugação atualizadas. Evite lambidas principalmente em área que estejam com alguma ferida ou machucado, ou ainda próximo a cateter ou outros dispositivos. Evita também lambidas na região do rosto. Evite também mordidas e arranhões. Isso pode levar a uma ferida que expõe a um maior risco de infecção, principalmente para as pessoas que estão com a imunidade alterada devido a tratamentos como a quimioterapia. Se isso acontecer, lave bem a área afetada com água e sabão e fique de olho em qualquer sinal de infecção como vermelhidão, aumento da temperatura no local ou sinais de pus. Ao cuidar da higiene e limpeza do seu bichinho utilize luvas para evitar contato com urina e fezes, e lave bem as mãos assim que terminar a limpeza. Se alguém puder ter este cuidado por você, ainda melhor. 



Quais são os benefícios que o pet/ pode trazer para o paciente oncológico principalmente neste momento de pandemia?

Os pets são importantes companheiros durante o tratamento do câncer, principalmente quando pensamos no suporte emocional que eles trazem à pessoa que está em tratamento. 



Quais são os animais que devem ser evitados?

Alguns animais trazem maior risco de infecção e por isso devem ser evitados. São eles répteis (cobras, iguanas, tartarugas), roedores (hamster, porquinho-da-índia) e aves como galinha e pato. Estes animais com maior frequência podem transmitir um tipo de bactéria chamada Salmonela, que pode levar a infecções graves em quem tem o sistema imunológico comprometido. Outros animais exóticos, como macaco e chinchila, também devem ser evitados devido ao risco maior de mordidas e infecções. Também não é recomendado que um novo animal venha para casa ao longo do tratamento. 



Todo paciente oncológico pode ter um animal de estimação?

Sim, com os devidos cuidados de higiene. Os pacientes submetidos a transplante de medula óssea devem ter cuidado redobrado devido ao sistema imune muito fragilizado no período logo após o transplante. Os cuidados também devem ser intensificados com as crianças em tratamento, sendo ideal ter sempre a supervisão de um adulto durante o contato com os pets.


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