Nenhuma vacina atingiu a meta entre o grupo de bebês e crianças de até um ano completo em 2019
Além
das preocupações e das atitudes preventivas impostas pela pandemia do coronavírus,
uma nova realidade coloca em risco a saúde pública no Brasil: de acordo com
dados do Programa Nacional de Imunizações, referentes a 2019, pela primeira vez
no século o país não atingiu a meta para nenhuma das principais vacinas
infantis.
A
situação é extremamente preocupante, uma vez que o país já teve bons resultados
nessa área, por isso o Hospital Pequeno Príncipe apoia o “Manifesto pela saúde
das crianças brasileiras – O país precisa aumentar sua cobertura vacinal”, da
Sociedade Brasileira de Pediatria divulgado essa semana e alerta sobre a
importância de manter a vacinação das crianças em dia.
“Sempre
foi muito boa a cobertura vacinal, culturalmente tínhamos uma boa adesão. De
forma universal e gratuita, o acesso à vacina em nosso país é muito fácil, tem
um impacto muito importante na saúde humana e faz a diferença”, comentou a
médica pediatra Heloisa Ihle Garcia Giamberardino, coordenadora do Serviço de
Epidemiologia e Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Pequeno Príncipe
(SECIH).
A
especialista, responsável também pelo Centro de Vacinas do Pequeno Príncipe,
lembra que o acesso à vacinação é um direito das crianças e adolescentes. “Os
pais não podem, simplesmente, deixar de oferecer. Em pleno século 21, não é
possível admitir que uma criança adquira ou tenha uma evolução fatal por conta
de uma doença imunoprevenível”, completou a médica.
O
problema da baixa cobertura vacinal vem se agravando nos últimos cinco anos. No
ano passado, infelizmente, nenhuma vacina atingiu a meta entre o grupo de bebês
e crianças de até um ano completo. Em 2018, para se ter uma ideia da dimensão
do problema, 3 das 9 imunizações mais indicadas nessa faixa etária atingiram o
patamar esperado.
Com
esses resultados pífios, há enorme risco do retorno de doenças já controladas,
como ocorreu com o sarampo, ou ainda o aumento na transmissão daquelas que até
então estavam sob controle. “Ao vacinar as crianças, você assegura a formação
de uma grande rede de proteção também. Vale lembrar que no Paraná, para
efetivar as matrículas nas escolas, é preciso que o estudante esteja com o
calendário vacinal em dia. É importante a conscientização de todos. A vacina é
ciência, uma importante ferramenta de saúde pública e que protege todos nós”,
reiterou Heloisa Ihle Garcia Giamberardino.
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