Bancos de São Paulo ficam sem estoque com pandemia do novo Coronavírus
O isolamento social imposto pela pandemia do novo
Coronavírus acabou interferindo nos estoques de sangue que abastecem os
hospitais de São Paulo. Para conscientizar a população sobre a importância
deste ato que salva vidas, o Hospital Paulista realizará uma ação para
incentivar seus cerca de 250 funcionários e 2 mil médicos cadastrados a doarem
sangue ao Hemocentro do Hospital São Paulo, hospital universitário da
Universidade Federal de São Paulo (HSP/HU Unifesp), vizinho ao Hospital
Paulista. A ação será direcionada também aos pacientes e sociedade em geral,
através de publicações nas redes sociais da instituição.
O ato de doar sangue tem duração de cerca de 40 minutos, e não há risco ou
prejuízo à saúde do doador, que pode salvar até quatro vidas em uma só doação.
No entanto, é necessário ter entre 16 e 69 anos, pesar mais de 50 kg, estar em
boas condições de saúde, alimentado (recomenda-se evitar a ingestão de comida
gordurosa nas 4 horas que antecedam a doação e bebidas alcoólicas 12 horas
antes da coleta) e levar documento de identidade original com foto. Menores de
idade devem estar acompanhados de um responsável legal.
"Ficamos muito sensibilizados com a necessidade de novos doadores para o
Hemocentro, que é nosso vizinho. Geralmente, as pessoas só se lembram de doar
sangue quando um parente ou amigo está necessitando, mas esse gesto tão nobre é
muito importante para a reposição dos bancos de sangue e, por isso, precisa ser
um ato consciente e constante", destaca Gilberto Ulson Pizarro,
otorrinolaringologista do Hospital Paulista.
“Faremos uma campanha interna de sensibilização junto aos colaboradores e médicos,
mas esta é uma decisão individual e voluntária”, complementa.
Medidas de segurança para doação
Por conta da crise de saúde pública mundial, os hemocentros adotaram medidas
específicas para garantir a segurança dos doadores. Entre elas está o agendamento
de horário para a doação de sangue, o que evita aglomerações e a disseminação
de Covid-19. Salas de espera também foram adaptadas para aumentar a distância
entre os doadores.
Segundo o médico hematologista Denys Fujimoto, do Hemocentro da Unifesp, atualmente,
o número de doações fica entre 25 e 40 por dia. No entanto, para o bom
funcionamento do serviço, o ideal seria de 90 a 100 doações por dia.
“Todos os dias, há pacientes que aguardam por uma transfusão de sangue, alguns
para melhorarem seus sintomas, outros para poder fazer uma cirurgia importante
e muitos onde a transfusão de sangue pode ser a esperança para a manutenção de
uma vida. A sua contribuição faz a diferença, doe sangue”, pede o especialista
do hemocentro.
Mulheres grávidas ou em fase de amamentação não podem doar, assim como usuários
de drogas, pessoas expostas a doenças sexualmente transmissíveis e com
diagnóstico de hepatite após os 11 anos de idade.
Pessoas que contraíram o Covid-19 não podem doar por 30 dias, após recuperação clínica
completa (estar assintomático), e quem teve contato com casos suspeitos ou
confirmados para o vírus devem esperar 14 dias após o último dia de contato
para fazer a doação de sangue.
Na hora de doar, todos passam por uma entrevista, que tem como objetivo dar
mais segurança ao doador e aos pacientes que receberão o sangue. Por isso, é
importante que as respostas sejam sinceras. Tudo será mantido em sigilo. Todo
sangue doado é separado em diferentes componentes, tais como hemácias,
plaquetas, plasma e, assim, poderá beneficiar mais de um paciente com apenas
uma doação.
Tipos sanguíneos
Atualmente, cerca de 75% das doações são voluntárias no Brasil, ou seja,
quando não são motivadas por algum caso de parentes ou amigos.
Doadores de todos os tipos sanguíneos são necessários. No entanto, os dos tipos
O, negativo e positivo são sempre os mais procurados, pois são universais,
podendo ser recebidos por pessoas com todos os tipos sanguíneos.
Após a doação, a bolsa de sangue é encaminhada para o fracionamento, onde será
separada em até quatro componentes. Em seguida, esses componentes são levados
ao armazenamento, onde aguardarão os resultados dos exames.
No laboratório para detecção de agentes infeciosos são realizados os exames
sorológicos para as seguintes doenças: Chagas, hepatites B e C, HIV, sífilis e
HTLV-I/II e o teste NAT (do inglês, Teste de Ácido Nucleico) para Hepatites B e
C e para o vírus HIV. Descartadas as doenças acima, as bolsas de sangue ficam à
disposição dos hospitais. No caso do hemocentro em questão, serão distribuídas
para Hospital São Paulo, Hospital do Rim, Hospital Pirajussara, Hospital
Geral de Diadema, Hospital Geral de Guarulhos, Hospital Brigadeiro, Hospital de
Mogi das Cruzes e Hospital da Vila Maria.
Interessados em doar devem
agendar atendimento pelo telefone (11) 5576-4240, das 7h30 às 12h30. O
hemocentro funciona de segunda a sexta-feira, à Rua Dr. Diogo de Faria, 824, na
Vila Clementino, zona sul de São Paulo.
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