Uma boa comunicação e liderança têm total relação com conexão. Se você
pode se conectar com outras pessoas em todas as esferas, — individual, em
grupos e com uma plateia — seus relacionamentos se tornam fortes, sua percepção
de comunidade melhora, sua influência aumenta e sua produtividade vai à
estratosfera.
“Quando me refiro à comunicação, não está em causa a capacidade oratória do líder, mas as competências que lhe permitem dirigir, instruir, compartilhar e inspirar os seus colaboradores. É através da comunicação e do relacionamento que o líder vai conhecer os seus colaboradores, proporcionar-lhes crescimento, inspirá-los e motivá-los para elevados desempenhos, para que sejam autônomos e capazes de contribuir para o desenvolvimento da organização”, reflete a Dra. Cristiane Romano, fonoaudióloga, mestre e doutora em Ciências e Expressividade pela USP.
As barreiras na comunicação podem acontecer pelos seguintes motivos:
Filtragem
Ocorre quando o emissor manipula a informação de modo a agradar ao receptor. Por exemplo, um gestor diz ao seu chefe o que acha que este quer ouvir, e não o que realmente se passou ou pensa.
Erros de percepção
Os indivíduos têm tendência a projetar os seus interesses e as suas expectativas na comunicação, ouvindo o que lhes convém, e não o que foi realmente transmitido.
Excesso de informação
Os indivíduos não conseguem processar demasiada informação (a informação fornecida não deve ultrapassar a capacidade de processamento dos indivíduos).
Defesa
Quando, de alguma forma, os indivíduos se sentem ameaçados, tendem a
reduzir a sua capacidade de comunicar eficazmente, ficando na defensiva.
Linguagem
Não são apenas as diferenças do código linguístico que se tornam barreiras à comunicação. Mesmo quando as pessoas falam a mesma língua, nem sempre conseguem se comunicar eficazmente, porque acabam atribuindo sentidos diferentes às mesmas palavras.
Lidar com estas barreiras é o primeiro passo que deve ser dado. É preciso criar um ambiente de abertura e franqueza, não hostilizar as diferenças de interpretação e fomentar as trocas de comunicação.
O processo de comunicação não se resume a falar, até porque todo tipo de comportamento e postura é uma forma de comunicação. Mesmo as pausas e os silêncios indicam a nossa posição no processo de comunicação, e devemos estar despertos e atentos a cada movimento.
“É necessária a consciência de que comunicar não é um processo fácil,
uma vez que se reveste de fatores complexos, muitas vezes emocionais, e
sujeitos a erros e interpretações questionáveis acerca da real intenção das
mensagens. Será possível a comunicação plena, sem falhas? O grande desafio dos
envolvidos é a redução dos erros e das barreiras na comunicação”, aponta
Cristiane Romano.
Seguem aqui algumas diretrizes para ajudar a minimizar os impactos da comunicação:
- Diga o que pretende comunicar o mais cuidadosamente possível, e no momento apropriado
- Tenha atenção a quem se dirige. A comunicação deve ser adequada ao “outro”
- Seja verdadeiro, autêntico e natural – meias verdades são também meias mentiras
- Procure saber se os receptores realmente perceberam a mensagem. Faça perguntas, solicite feedback
- Quando estiver mal-humorado, tente não expressar emoções negativas
- Use exemplos e ilustrações da vida real
- Não tema repetir-se. A repetição pode ajudar a fazer-se entender. Nem todos percebem uma mensagem à primeira vez. Se possível, nunca diga nada de muito importante apenas uma vez
- Evite transmitir mensagens muito longas, pois podem fazer com que os receptores desviem a atenção
- Não use, de forma alguma, sarcasmos ou insultos
- Admitir que não sabe tudo traz credibilidade. Ao admitir que não é perfeito, as pessoas vão acreditar em você mais facilmente
- Aprenda quando deve ficar calado. Se estiver sempre a falar, não pode ouvir o que o outro tem para lhe dizer. Os melhores comunicadores são, antes de tudo, bons ouvintes.
- Não receie em mostrar as suas emoções. Se for muito frio, não vai conseguir captar a atenção do seu receptor. Mostrar o seu entusiasmo, por exemplo, pode persuadir mais facilmente os “outros”
- Ouça a si próprio e analise a forma de transmitir
as suas ideias.
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