13 a 18 de Setembro - Semana da Conscientização sobre a Sepse
Ontem, 13 de Setembro foi o Dia Mundial da Sepse. O
ILAS – Instituto Latino Americano de Sepse todos os anos prepara uma grande
Campanha de Conscientização. Esse ano, a Campanha será toda digital, devido à
pandemia.
E por falar em pandemia, os óbitos por sepse
cresceram, isso porque, no caso da COVID-19, os efeitos no sistema
respiratório são mais frequentes e conhecidos. Esses pacientes que necessitam
de internação hospitalar frequentemente desenvolvem pneumonia de gravidade
variável, mas praticamente todos os outros sistemas orgânicos podem ser
afetados. A partir dos dados científicos recentemente disponíveis sobre
COVID-19, já é possível afirmar que a COVID-19 realmente causa sepse. “Na
pandemia de COVID-19, as pessoas estão morrendo de sepse”, relata a médica
intensivista da Unifesp, Dra. Flávia Machado, coordenadora científica do ILAS.
Sinais de lesões de múltiplos órgãos, que são
típicas na sepse, ocorrem em aproximadamente 2-5% dos pacientes com COVID-19,
após aproximadamente 8 a 10 dias. Muitos pacientes afetados pela COVID-19
morrerão de sepse e suas complicações. Portanto, é vital conhecer e reconhecer
sinais precoces de sepse e iniciar o tratamento imediato quando diagnosticado.
A intervenção de forma oportuna, salva a vida e a função orgânica.
Campanha 2020 - Esse ano, a campanha focará
em quatro pilares:
Prevenção - o principal dos 4 pilares nesta
Campanha. O objetivo é tentar focar na prevenção, principalmente por
estarmos no meio de uma pandemia viral em que os infectados morrem por sepse.
“Prevenir infecção é prevenir, inclusive, a COVID-19 e, consequentemente,
previne-se sepse. Se há prevenção, nenhum dos outros pilares será necessário.
Por isso a importância deste pilar”, explica a Dra. Flávia Machado.
Reconhecimento Precoce - Se há infecção, o
reconhecimento precoce é indispensável para que haja sobrevida deste paciente e
menos sequelas. Reconhecendo precocemente, o tratamento adequado pode ser
imediatamente providenciado, com mais chances de desfecho favorável e promoção
do bem estar do paciente.
Tratamento - Tratamento imediato e adequado baseado
nas diretrizes sugeridas pelo ILAS dentro da primeira hora do diagnóstico de
sepse. Como falado anteriormente, reconhecimento precoce + tratamento adequado
na primeira hora = melhor prognóstico, sobrevida e menos sequelas do paciente
Reabilitação – Muito sobreviventes da sepse ficam com sequelas, algumas bastante graves e por longos períodos. Esse é mais um dos desafios para a sepse.
Todo paciente séptico deve ter acesso a um plano
multidisciplinar de reabilitação ainda durante o período de internação e um
plano de alta adequado, que englobe diversos aspectos na recuperação desse
doente. Além de evitar nova infecção que é tão comum nos pacientes sépticos.
Últimos dados (2019) – Estima-se em cerca de 15 a
17 milhões o número de pacientes com sepse por ano no mundo, os quais
contribuem com mais de 5 milhões de mortes anualmente. No Brasil, recente
publicação evidenciou aumento no número de casos dessa síndrome nos últimos
anos. A incidência de sepse grave e choque séptico situam-se em 27 e 23%
respectivamente e a taxa de mortalidade global foi de 22%, sugerindo que
a sepse é o maior problema de saúde pública nas unidades de terapia intensiva
do país.
Desde 2005, o ILAS computa dados de instituições
que participam do Programa de Melhoria de Qualidade – Protocolos Gerenciados de
Sepse, possuindo, assim, um banco de dados robusto, com mais de 90 mil
pacientes com diagnóstico de sepse e choque séptico em nosso país, registrados
no “Relatório do Programa de Melhoria – Protocolos Gerenciados de Sepse”.
Os dados registrados de 2019, que contou com a
participação de 84 instituições de saúde do Brasil, registrou 15.571 com sepse
e choque séptico, sendo 5.979, em instituições públicas, com letalidade de
38,8%, e 9.592, em instituições privadas, com letalidade de 21,2%. Acesse aqui
o Relatório Completo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário