Fungos e bactérias presentes na
flora vaginal, quando em desequilíbrio, podem causar corrimento. Eles precisam
de medicamentos diferentes para o tratamento e a automedicação pode causar
resistência ao patógeno. Além disso, as IST´s também têm esse sintoma e não
devem ser tratadas sem orientação médica, causando danos à saúde da mulher
Todas
as mulheres têm uma secreção fisiológica vaginal normal, que pode ser
transparente ou esbranquiçada, composta por muco e micro-orgnismos protetores
da flora vaginal. Por isso, é perfeitamente normal a mulher chegar ao final do
dia com uma pequena umidade na calcinha.
A
flora vaginal da mulher possui lactobacilos, sendo que o predominante é o
cristato. Quando a concentração desse lactobacilo fica em menor quantidade,
causa desequilíbrio na secreção vaginal e surge o que é chamado popularmente de
corrimento, um aumento de líquido, que pode apresentar odor forte e mudança de
cor (cinza ou esverdeada). “Nessa hora, é preciso ir ao ginecologista, para
checar se há alguma doença e tratá-la”, aconselha a ginecologista, obstetra e
mastologista Mariana Rosario.
Segundo ela, dentre os agentes mais
comuns causadores das infecções vaginais estão o fungo Candida albicans e a
bactéria Gardnerella vaginalis.
Ambos são micro-organismos presentes na flora vaginal, que justamente crescem
desordenadamente neste desequilíbrio citado acima.
No caso da candidíase, embora o
habitat natural desse fungo seja dentro do sistema gastrointestinal, se o
sistema imunológico da mulher estiver fraco, esse fungo pode viajar até a
vagina e se proliferar por lá. Os sintomas são: coceira na vulva e na vagina,
inchaço, ardência ao urinar e na relação sexual e um corrimento esbranquiçado,
com odor característico, semelhante a água sanitária.
Já
a gardnerella é uma bactéria comum da flora vaginal. Em desequilíbrio, ela
causa corrimento amarelado a cinza, de odor desagradável, com bolhas e coceira.
Esse desequilíbrio pode vir do uso de determinados medicamentos, estresse,
alteração do pH vaginal e sexo praticado com múltiplos parceiros sem uso de
preservativo.
O
tratamento dos quadros sintomáticos agudos devem ser sempre orientados pelo
ginecologista, porque apenas ele consegue identificar qual é o problema e
indicar o tratamento correto. “Perceba que eles não são causados pelo mesmo
patógeno (o mesmo ‘bichinho’) e, por isso, exigem medicamentos diferentes para
serem combatidos. O erro acontece quando as mulheres tomam medicamentos que não
combatem o problema e criam ou resistência bacteriana ou destroem a flora
vaginal, porque acabam matando também os micro-organismos que protegem a área”,
resume a médica.
IST´s e corrimento
As
Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST´s) também são causadoras de
corrimento. Por isso, é imprescindível que se procure um médico quando algo
está fora do normal. “Imagine se a mulher decidir tratar um corrimento com um
medicamento que tem em casa, achando que tem uma candidíase, e for portadora de
gonorreia ou clamídia, por exemplo? As doenças podem não só piorar, como ela
ser a transmissora do problema para outras pessoas”, alerta a médica.
Corrimento
é coisa séria e merece atenção. “Com o tratamento adequado, a mulher se livra
do problema. Não se deve confiar em propagandas de pomadas, que vendem livremente.
O correto é procurar um médico”, defende a especialista.
Dra.
Mariana Rosario – Ginecologista, Obstetra e Mastologista. CRM- SP: 127087. RQE
Masto: 42874. RQE GO: 71979.
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