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quinta-feira, 3 de setembro de 2020

Jejum Intermitente Durante o Treino é Viável? Como Fazer?

Especialista Recomenda Primeiro Preparar o Corpo Para Só Então Partir Para a Prática Que Certamente Traz muitos Benefícios!


Praticar o jejum intermitente durante o treino para ganho de massa muscular parece ir contra o senso comum, que seria a ingestão de carboidratos para se ter energia durante a prática do treino. Segundo os boatos vindos dos bastidores, o ator Hugh Jackman, que interpretou Wolverine, praticou jejum intermitente durante os treinos para ganhar massa muscular.

“Primeiro é necessário saber se você, o seu corpo, está preparado para essa prática. Eu faço e recomendo, mas o ideal é que haja um preparo antes”, diz a Dra. Bruna Marisa, médica pós-graduada em endocrinologia e ortomolecular, com diversos cursos de especialização em medicina esportiva e especialista em emagrecimento.


Mas Qual Prática Seria Melhor?  Jejum Intermitente ou Carga de Carboidrato?

A Dra. Bruna Marisa acrescenta: “Para a prática do treino com jejum, o ideal é: primeiro se livrar do vício do carboidrato, aprender a respeitar a sua fome, comer apenas quando se tem vontade, não fazer pico de glicose, de insulina”. Por isso ela afirma que a low carb é uma preparação para esse tipo de prática. “A gente começa com low carb, depois evolui, diminuindo a fome,  já podemos ir para o jejum intermitente, ou seja, o ideal é tentar buscar uma evolução natural”.

É preciso também levar em conta que um estômago vazio provoca uma série de mudanças hormonais por todo o corpo. Essas mudanças são fundamentais para a construção de massa muscular e para a queima de gordura.


E como se comportam os hormônios no nosso organismo durante os Treinos Feitos com o Jejum Intermitente?

A Dra. Bruna explica que são diversas as vantagens do jejum relacionados com a testosterona, a insulina e o GH, que são os principais hormônios envolvidos neste processo.

                    

TESTOSTERONA

Sabe-se que o jejum apenas, poderá não ter qualquer influência sobre a testosterona. No entanto, alguns estudos indicam que o exercício físico com a prática do jejum, age positivamente na produção deste hormônio. A testosterona também acaba agindo diretamente na libido e ajuda no combate a depressão e nos problemas cardíacos, além de auxiliar no aumento da massa muscular.

 

HORMÔNIO DO CRESCIMENTO (GH)

Foi provado em um estudo recente que, após 24 horas em jejum, o organismo aumenta a produção de GH, de 2.000% para homens e 1.300% para mulheres. Quando o jejum termina o efeito também é interrompido. Isso mostra que o jejum regular ajuda a manter os hormônios musculares em seus níveis mais elevados.


INSULINA

Quando comemos em excesso podemos nos tornar mais resistentes aos efeitos da insulina, e isso é um problema; uma vez que, quando comemos, o corpo libera a insulina para auxiliar na absorção dos nutrientes. Esta resistência pode causar um quadro de síndrome metabólica, ligada ao acúmulo de gordura e ao desenvolvimento de doenças cardíacas e de câncer. Com o jejum eventual, o organismo perde o hábito de ter grandes quantidades de insulina na corrente sanguínea, voltando a sensibilidade natural ao hormônio.


TIPOS DE TREINO


Pode se alcançar muitos benefícios, em diferentes modalidades de esporte, através das atividades físicas e jejum. Por exemplo, se combinarmos exercícios curtos e de alta intensidade com jejum obtemos ótimo resultados na perda de gordura, explica a Dra. Bruna Marisa. Há estudos que indicam o aumento das enzimas oxidantes de gordura como uma das causas.

Quando se pratica exercícios de resistência também se obtém ganhos; quando o corpo se acostuma a se exercitar em jejum, ele fica melhor no desempenho quando tem o combustível disponível.

Estudos também tem demonstrado que exercícios durante o jejum podem melhorar muito o nível de VO2 Max, que vai medir a capacidade de uma pessoa para absorver e utilizar oxigênio na prática do exercício. Quanto maior este índice, maior é a capacidade que o corpo tem de queimar gordura para usar sua energia.


Conclusão


As mudanças produzidas através do treinamento em jejum ajudam a garantir que as proteínas, gorduras e os carboidratos vão para os lugares certos no corpo, sendo armazenados em quantidades muito pequenas como gordura corporal. No entanto, a Dra. Bruna Marisa faz questão de ressaltar: “A desvantagem é que muita gente passa mal, pode ter tonteira e até mesmo enjoo, quando tenta fazer qualquer atividade física com o jejum logo de início, pois o corpo não está acostumado. Por isso você deve se preparar antes. A partir do momento em que seu corpo já está preparado, a pratica de exercícios com jejum trará muitos benefícios. Se vale uma dica para que você comece a se beneficiar da prática do Jejum Intermitente, então eu aconselho que você comece a espaçar os horários entre o café da manhã e o almoço, até que consiga, ficar a manhã inteira sem comer nada e fazer do almoço sua primeira refeição do dia”.

O ideal é ter a assistência profissional, de um médico endocrinologista e um nutricionista, para buscar o desempenho da forma mais adequada para cada pessoa.

 

 

Dra. Bruna Marisa - médica, pós graduada em Endocrinologia, membro da SBEM, pós graduada em Medicina Ortomolecular, especialista em Emagrecimento e Low Carb, com vários cursos na área de Medicina Esportiva, onde também atua. Autora do E-Book: Guia de Emagrecimento Definitivo e Duradouro.

www.drabrunamarisa.com.br

Instagram: @drabrunamarisa

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