Segundo a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) as regiões Norte e Nordeste foram as mais afetadas com queda de 47,4% e 37%, respectivamente, no número de doadores efetivos[1]
O Brasil é um dos únicos países do mundo que
oferece acesso integral, universal e gratuito aos serviços de saúde para toda a
população do país através do Sistema Único de Saúde (SUS)2. Entre as diversas
atividades exercidas pelo SUS estão os transplantes de órgãos. Segundo o
Ministério da Saúde, 96% dos procedimentos no país são financiados pelo SUS[3].
E para conscientizar a população sobre a importância da doação de órgãos, a
Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) realiza diversos eventos
e atividades durante esse mês, conhecido como Setembro Verde em apoio a causa
O Brasil ocupa o segundo lugar em números
absolutos de transplantes de órgãos no mundo, ficando atrás apenas dos Estados
Unidos[3]. De janeiro a junho desse ano foram realizados 3.632 transplantes
entre coração, fígado, pâncreas, pulmão e rim; 3.963 de córnea e 1.302 de
medula óssea no país[1]. O levantamento da ABTO mostra que houve queda de 6,5%
na taxa de doadores efetivos no primeiro semestre desse ano, comparado ao mesmo
período de 2019. "Devido à pandemia, o Brasil viu uma diminuição no número
de procedimentos, porém, ainda assim, a queda não foi tão drástica quanto a que
foi vista em países como Espanha e Estados Unidos[1]", afirma Gustavo Fernandes
Ferreira, médico nefrologista e Vice-presidente da ABTO.
Em comparação com o primeiro semestre do ano
passado, a maior diminuição foi a de transplante de córnea com queda de 44%,
seguido da de pâncreas (29,1%), pulmão (27,1%), coração (27,1%), rim (18,4%) e
fígado (6,9%)[1]. As regiões do país que viram maior diminuição na taxa de
doadores efetivos foram Norte (47,4%), Nordeste (37%) e Centro-Oeste (12,6%).
Enquanto isso, as regiões Sul e Sudeste tiveram um aumento de 5% e 3,1%,
respectivamente[1].
O Dr. Gustavo explica que as doações de órgãos
podem ser feitas por pessoas vivas ou por falecidos. "É possível doar
parte do fígado, da medula óssea ou do pulmão, assim como um dos rins, ainda em
vida. Para doadores falecidos, o procedimento só é autorizado quando há morte
encefálica e autorização da família[3]", explica o Vice-Presidente da
ABTO.
Cada órgão possui um tempo de isquemia para que
o transplante pode ser realizado. "A isquemia é o tempo máximo em que o
órgão pode ficar sem receber irrigação sanguínea. Esse tempo varia de acordo
com o órgão. Por exemplo, o coração tem um tempo de isquemia de 4 horas,
enquanto o do fígado é de 12 horas e o de rim, 48 horas[3]", esclarece o
nefrologista.
Como se tornar um doador de órgão?
O Dr. Gustavo afirma que é preciso avisar a
família sobre o desejo de ser um doador de órgãos, "pois, a família
precisa autorizar a doação quando há morte encefálica. Só com esse
consentimento, conseguimos avaliar os órgãos do falecido que poderão ser doados
a quem necessita de um transplante".
O Sistema Nacional de Transplantes (SNT) é o
órgão responsável pelo controle da lista de espera que é definida pela Central
de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada estado[3]. O paciente que espera
por um transplante pode esperar por um longo tempo, já que a demanda por órgãos
é maior do que o número de doadores. "Por isso, é de extrema importância
que as pessoas se conscientizem sobre o assunto e caso se tornem doadores que
comuniquem junto à suas famílias", ressalta.
No caso da doação de medula óssea é possível se
cadastrar voluntariamente no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea
(Redome), que já possui mais de 4 milhões de cadastros, colocando o Brasil como
o terceiro maior registro do mundo. O Redome também possibilita uma busca
global, o que aumenta as chances de o paciente encontrar um doador compatível
para o transplante de medula óssea[3].
Para saber mais sobre as ações da ABTO durante
a campanha Setembro Verde e doação de órgãos em geral, acesse: http://site.abto.org.br/
Novartis
Referências:
1- Registro Brasileiro de Transplantes. Ano XXVI
Nº2. Disponível em: http://site.abto.org.br/wp-content/uploads/2020/08/rbt-1sem-final-leitura.pdf. Acesso em 29/09/2020.
2- Sistema Único de Saúde (SUS). Ministério da
Saúde. Disponível em: http://www.saude.gov.br/sistema-unico-de-saude. Acesso em 19/09/2020.
3- Doação de Órgãos. Ministério da Saúde.
Disponível em: http://saude.gov.br/saude-de-a-z/doacao-de-orgaos.
Acesso em 19/09/2020.
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