12 dicas para se proteger dos cibercriminosos
Estamos
frente a um cenário que não estava dentro de nenhuma previsão. Além do risco da
Covid-19 como epidemia, as pessoas e as empresas têm outro motivo para se
preocupar: o considerável aumento dos ataques cibernéticos. Alguns
especialistas em cibersegurança apontam o aumento de dispositivos conectados,
principalmente pelos acessos remotos das atividades via home office,
responsáveis pelo aumento da vulnerabilidade das empresas.
Milhões
de pessoas estão fazendo uso de computadores, notebooks, laptops e smartphones
pessoais, para continuar a exercer suas atividades de trabalho em suas conexões
domésticas, normalmente desprovidas de segurança. Nestes dispositivos,
normalmente estão contidas informações confidenciais e dados pessoais e agora
com informações da empresa onde atua.
Esse
cenário é o sonho de consumo para os criminosos cibernéticos!
Dados
da Fortinet Threat Intelligence Insider Latin America, conhecida ferramenta que
coleta e analisa incidentes de segurança cibernética em todo o mundo, revelam o
registro de 85 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos no ano de 2019. Só
no Brasil, ocorreram mais de 24 bilhões de tentativas de ataques, uma média de
65 milhões de tentativas ao dia. Números assustadores.
Companhias
elétricas acabam se tornando alvos preferidos dos criminosos, pois por serem
serviços sociais imprescindíveis, podem forçar pagamentos, normalmente cobrados
em criptomoedas. Também a Avon, do segmento de cosméticos, e a Cosan,
conglomerado de açúcar, combustíveis e logística do país foram vítimas desses
criminosos.
Em
casos recentes, como da maior fabricante de produtos militares do mundo, a
Lockheed Martin, teve sua rede invadida por hackers que tinham como alvo os
trabalhadores remotos. Isso é bem preocupante, pois se os hackers conseguem
invadir um sistema desses, podemos imaginar o que eles podem fazer com conexões
com pouca ou desprovidas de segurança.
A
Organização Mundial de Saúde (OMS), o Departamento de Saúde dos Estados Unidos,
além de outras organizações foram alvos dos hackers nos últimos meses. A
Cyfirma, empresa de segurança, afirma que houve aumento de 600% de ataques que
tem o coronavírus como tema, isso apenas entre fevereiro e março. No Brasil, a
Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), Cosan, Aliansce Sonae e Arteris
também foram vítimas do ataque cibernético, de acordo com o El País.
Como
funciona esse golpe? Os cibercriminosos invadem os sistemas, sequestram os
dados e deixam a rede interna criptografada, ou seja, os donos dos dados não
conseguem acessá-los. Na sequência pedem resgate para liberar esses dados, pois
caso contrário as informações roubadas podem ser vendidas ou se tornarem
públicas na deep web.
Alguns
números são assustadores. Só no Brasil já ocorreram mais de 1,6 bilhão de
ataques cibernéticos em três meses no Brasil. Outro problema é que durante a
Covid-19 aumentaram, e muito, os ataques hackers contra empresas. As
ferramentas que permitem o acesso remoto tiveram um aumento de 333% em nosso
país, de acordo com levantamento da Kaspersky. Alertam ainda que não
podemos saber, desse percentual, quantos evoluíram para o crime de dupla extorsão.
Nesse golpe, os hackers sequestram dados, pedem resgate e, caso não recebam o
dinheiro, leiloam as informações em tempo real.
Quem
está por trás desses golpes?
Os
hackers! Alguns estudos, realizados por sites especializados, apontam que
existem no mínimo 11 gangues atuando só neste tipo de cibercrime. Foram
atacadas pelo menos 100 empresas, e destas, 22, que não quiseram pagar pelo
resgate, estão com seus dados sendo leiloados em tempo real. Os dados da pop
star Mariah Carey, por exemplo, têm lance inicial em US$ 600 mil. Os dados da
atriz fazem parte do pacote da Grubman Shire Meiselas & Sacks, de Nova
York, que é um escritório de advocacia do ramo do entretenimento, que também
tem como clientes Madonna, Lady Gaga e Elton John.
Em
abril deste ano, nosso país foi alvo de mais de 60% dos ataques na América
Latina, isso, de acordo com a Kaspersky. Seguem em segundo lugar a Colômbia,
depois o México, Chile, Peru e Argentina.
Mas
os hackers só visam atacar as organizações e personalidades. O interesse deles
é somente financeiro? Não!
Com
a pandemia houve um aumento considerável das conhecidas Lives. Recentemente a
professora Lia Vainer Schucman, integrante do Departamento de Psicologia da
UFSC, e alguns outros integrantes, sofreram um ataque nazista, misógino e racista
durante um debate sobre racismo na plataforma on-line Zoom. Esse debate foi
interrompido por quatro integrantes, colocaram na tela mensagens misóginas,
vídeos de cabeças sendo cortadas, atentado ao pudor e uma suástica. Racismo e a
apologia ao nazismo são crimes. Felizmente, a equipe do Instituto Comunitário
Grande Florianópolis (ICOM) removeu os perfis criminosos, retomando o evento,
que foi gravado. Estas questões raciais e de gênero já sofreram ataques
semelhantes em outras universidades brasileiras como a Unicamp, UFRJ e UFMT.
Antes
da epidemia os crimes cibernéticos já atingiam 65% da população adulta, em
dados demonstrados pelo Relatório de Crimes Cibernéticos NORTON: O Impacto
Humano, divulgado no ano passado. Nesses estudos são apontados registros que
ocorrem em maior número na China, Brasil, Índia e Estados Unidos.
Os
ataques mais comuns provêm de Vírus de computador e ataques de malware; ataques
de phishing, roubo de perfis de redes sociais e fraude de cartão de crédito
também estão na lista dos problemas detectados no relatório. Na Nova Zelândia,
Brasil e China, 6 entre 10 computadores estão infectados (61%, 62% e 65% das
máquinas, respectivamente).
Outros
ataques são provenientes de links falsos de cervejaria, onde oferecem bebida
grátis para os que optarem por isolamento social, clones de lives de show para
arrecadar doações, além dos conhecidos golpes praticados por estelionatários
fazem parte de um relatório da Cybersecurity Intelligence, que durante os meses
de março e maio um aumento de 41.000% de sites suspeitos de fazer uso do
Covid-19 no Brasil. De 2.236 passaram para 920.866. Os criminosos se aproveitam
e utilizam temas que são relacionados à Covid-19 para sensibilizar as pessoas e
consequentemente tirar algum proveito.
O
WhatsApp também tem sido ferramenta para aplicar golpes. O golpista se faz
passar por funcionário do Ministério da Saúde e após algumas questões, o
golpista envia um código de certificação da pesquisa, e após a pessoa enviar a
mensagem seu dispositivo fica bloqueado e seus dados violados, sendo a vítima
coagida a efetuar pagamentos para liberar seu dispositivo.
Mas
o que tem proporcionado esse aumento de ataques durante a pandemia?
Os
especialistas apontam questões básicas como as redes que não fazem uso da
certificação, os roteadores abertos, mais fáceis de configurar, e o maior
volume de conexões em todas as esferas, são possíveis portas abertas para a
invasão dos criminosos. Não podem se considerar seguras nem as empresas que
ofereceram uma VPN, que é uma rede de comunicação privada.
Afinal
de contas, como podemos nos proteger?
Algumas
dicas, simples, mas que podem fazer a diferença:
- Criar senhas fortes, evitando
combinações óbvias, datas de aniversário, nome do pet, da filha, filho
entre outras não devem ser utilizadas. Alterar a senha das redes sociais e
e-mail periodicamente; o ideal seria fazer isso a cada três meses.
- Não compartilhe fotos íntimas,
pois elas poderão servir, além de outras situações, para extorsão. Evitar
divulgar fotos de crianças, principalmente com uniformes escolares.
Colocar apenas a imagem sem a localização pode ser uma alternativa para
quem quer fazer postagens.
- Verificar sempre se a webcam
está desativada, pois alguém pode estar espiando você e sua casa ou
empresa.
- Nunca abrir e-mails
desconhecidos, muito menos responder. Ficar atento a e-mails, links e SMS
falsos: fenômeno chamado de phishing, em que criminosos “pescam” os dados
pessoais logo após o clique.
- Não se deve deixar as redes
sociais ou e-mail abertos quando não estiver usando.
- Não fazer uso de apps bancários
em locais movimentados ou que tenham câmeras.
- Instale antivírus no
computador, notebook ou dispositivos móveis. Manter softwares e antivírus
sempre atualizados, pois os fabricantes costumam lançar atualizações que
corrigem algumas falhas, inclusive contra vírus.
- Evite ter uma só senha para
tudo, e nunca compartilhe essas senhas com alguém.
- Atenção redobrada ao divulgar
por meio de fotos e check-ins o endereço de residência ou lugares que
frequenta. Uma dica útil é postar nas redes após sair do local.
- Evitar publicações que exponham
placa de veículo.
- Analisar bem a pessoa que
solicita amizade ou faz qualquer tipo de contato antes de adicioná-la nas
redes sociais.
- Utilizar o modo de navegação
anônima para garantir mais privacidade. Disponível em navegadores como
Firefox e Chrome. Neles, basta usar o comando Ctrl+Shift+N.
Armando
Kolbe Junior - coordenador do Curso de Gestão de Startups e Empreendedorismo
Digital do Centro Universitário Internacional Uninter
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