Toda atividade, independentemente de
sua natureza, possui um determinado nível de risco, que é medido de acordo com
a possibilidade daquela transação ou projeto não correr como planejado, levando
a perda de recursos financeiros e prazos. Neste cenário de muitas variáveis e
imprevisibilidades, o gerenciamento de riscos surge como uma poderosa
ferramenta para aumentar as chances de reconhecer e aproveitar potenciais
oportunidades e diminuir chances de ameaças reais à operação.
A falência de um fornecedor, a falta de
demanda ou mesmo erros humanos, por exemplo, podem representar um risco para a
operação. Mas cada um desses cenários também pode significar oportunidades
reais de melhoria, a questão é saber como aproveitá-las a partir do
gerenciamento de riscos.
O gerenciamento de riscos é o conjunto
de ações estratégicas que tem por objetivo prever todas as incertezas,
complexidades, volatilidades e ambiguidades de cada operação, de modo a
minimizar as ameaças e maximizar as boas oportunidades que eventos que uma
empresa não pode controlar podem trazer.
No mercado financeiro, o gerenciamento
de riscos se tornou o pivô do controle do setor, especialmente pelas rápidas
mudanças trazidas em grande parte pela transformação digital. Ao mesmo tempo
que trouxe oportunidades, a velocidade com que as informações são compartilhadas
aumentou de forma exponencial a complexidade das análises e predições,
ampliando na mesma proporção a quantidade de riscos.
Há pouco tempo contávamos apenas com
crédito, liquidez, mercado e operacional. Mas hoje os novos riscos e seus
impactos aumentaram. Temos o cyber risk, segurança e privacidade de
informações, risco de modelos, risco de terceiros, entre outros riscos. Neste
novo ambiente de oportunidades e ameaças, o caminho para as instituições é o
gerenciamento de riscos, ou seja, uma elevada e bem desenvolvida cultura de
riscos, com normas bem elaboradas, além de uma declaração de apetite a riscos
da empresa claramente exposta.
Um bom plano de gerenciamento de riscos
se torna aliado no controle e otimização dos riscos. Por isso, ele deve
considerar os seguintes passos:
• Identificar os possíveis riscos a
partir do planejamento de cada processo, atividade e projeto iniciado, para
verificar as oportunidades envolvidas, pois nem todos os riscos representam um
problema para a empresa;
• A análise quantitativa e qualitativa
é o segundo passo após a identificação dos riscos. Assim eles podem ser
classificados de acordo com a severidade, facilitando a busca pela solução e
oportunidades;
• Avalie os riscos para identificar os
possíveis impactos e consequências das ameaças, priorizando as ameaças que
possam gerar maiores ônus para a empresa;
• Busque pelas melhores soluções de
acordo com a urgência de cada uma das ameaças (priorização). É nesse momento
que as oportunidades para maximizar os processos podem ser encontradas. Nesta
fase de tratamento dos riscos, a empresa pode optar por quatro estratégias
distintas: mitigação, transferência, aceitação e eliminação;
• Quando a fase de planejamento for
finalizada, chega o momento para monitorar os riscos de modo a identificar
quando novas oportunidades ou ameaças possam surgir.
Julio Cardozo - diretor executivo de Riscos no Banco Cooperativo
Sicredi
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