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quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Sífilis: Seconci-SP explica os sintomas e forma de tratamento


Doença é tratada à base de penicilina e tem cura, podendo o paciente ficar livre das sequelas quando diagnosticado nos primeiros estágios

Os últimos dados disponíveis do Ministério da Saúde apontam crescimento nos casos de sífilis no Brasil. Somente em 2017 foi registrado um aumento de 28,5% na taxa de detecção em gestantes; 16,4% na incidência de sífilis congênita e 31,8% nos casos de sífilis adquirida, quando comparado a 2016. Diante deste cenário, o Seconci -SP (Serviço Social da Construção) aproveita a celebração do Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita, comemorado no próximo sábado (19), para esclarecer os principais sintomas e formas de tratamento destas doenças.
A médica clínica da instituição, Dagmar Maia Kistemann, explica que a sífilis é considerada porta de entrada para infecções sexualmente transmissíveis (IST), incluindo o Vírus da Imunodeficiência Humana (popularmente conhecido como o vírus HIV). “Apesar de não ser uma regra, o primeiro sintoma da sífilis é uma úlcera indolor, que pode desaparecer sem deixar cicatrizes”, explica a doutora.
Além disso, por serem infecções sexualmente transmissíveis, é muito importante que as pessoas utilizem o preservativo durante todo o ato sexual para evitar o contágio. A médica explica, ainda, que muitas pessoas podem nem saber que estão infectadas pela enfermidade. 

Sintomas e evolução da doença
A sífilis é causada pela bactéria Treponema pallidum. Além da relação sexual, o contágio também pode ocorrer de mãe para filho, no momento do parto e, de forma mais rara, por meio de transfusão de sangue. Após a contaminação, a doença se desenvolve em quatro estágios: primário, secundário, latente e terciário.
Na sífilis primária, os sintomas se manifestam de dez a noventa dias (média de 21 dias) após o contágio, nas regiões da boca, ânus e área genital, onde são formadas feridas indolores (cancros). As feridas podem ter remissão espontânea em até quatro semanas sem deixar cicatrizes. Após este período, se o paciente não for tratado, a infecção continuará no organismo sem sintoma aparente (infecção latente).
Na sequência, o paciente entra na fase secundária, em que os sintomas são variados e duram em média entre quatro a 12 semanas. Nesta fase, a pessoa pode apresentar manchas na pele em diferentes partes do corpo, diversas lesões como alopecia (perda de cabelo), especialmente na cabeça e nas sobrancelhas (madarose).
Segundo a médica clínica do Seconci-SP, após os estágios iniciais, a doença entra no período chamado de latência, no qual a pessoa não apresenta sintomas, mas continua infectada. Se não for submetido a tratamento, o indivíduo entrará na fase terciária. Esta etapa pode levar de dois a 40 anos depois do início da infecção para se manifestar e a pessoa está sujeita a problemas mais graves, como danos no cérebro ou na medula, no nervo ótico, nos sistemas ósseo e cardiovascular e lesões cutâneas.
Já a sífilis congênita ocorre em qualquer fase gestacional, podendo levar ao abortamento ou sequelas tardias. “A criança pode apresentar manchas na pele, anemia severa, pneumonia, baixo peso, prematuridade e outros manifestações graves. Já entre as manifestações tardias da doença podemos destacar: má formação dos dentes, surdez, cegueira, dificuldade de aprendizado, má formação dos ossos, convulsões, entre outras complicações mais graves”, pontua a médica.

Os problemas ao bebê podem ser evitados por meio da realização do pré-natal, onde é feita a sorologia para sífilis e seu tratamento precoce. 

Tratamento e cura
A dra. Dagmar destaca que a detecção da sífilis é realizada por meio de análise laboratorial do sangue, feita de forma gratuita no Sistema Único de Saúde (SUS) ou nas unidades públicas de saúde. “Quando é detectada e tratada logo no início, aumenta a possibilidade de o paciente se curar da sífilis sem nenhuma sequela. Por isso, é muito importante realizar os exames periódicos e, no caso das grávidas, fazer o pré-natal durante toda a gestação”.
A médica pontua ainda que o tratamento da sífilis é realizado à base de penicilina, mas a dosagem e período podem variar de acordo com a fase da doença em que a pessoa se encontra.


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