Informações e sensibilização sobre o tema podem ajudar a salvas muitas
vidas
Atualmente no Brasil,
chega a 50 mil o número de pessoas que aguardam a doação de um órgão, segundo
dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos – ABTO. Esse número
poderia ser diminuído se grande parte da população se conscientizasse da
importância da doação de órgãos. A doação é um ato de amor à vida e ao próximo.
Ao tomar essa decisão, uma pessoa pode salvar até a vida de outras 10 pessoas.
Muitas pessoas têm
dúvidas em relação à doação de órgãos. A Fundação Pró-Rim, instituição que
realiza o tratamento de pessoas com doença renal crônica e que atingiu
recentemente a marca de 1.700 transplantes renais, listou alguns mitos e
verdades frequentes sobre o tema. “Nossa intenção é esclarecer as informações,
sensibilizando mais pessoas a dizer “sim” a doação de órgãos e salvando outras
vidas”, ressalta Dr. Marcos Vieira, nefrologista e presidente da Instituição.
Saiba o que é mito e
verdade sobre a doação de órgãos:
A doação de órgãos pode
beneficiar muitas pessoas.
VERDADE – Como mencionado na abertura da matéria, o
número de pessoas que aguardam a doação de órgãos é muito grande. Um único
doador pode beneficiar até 10 pessoas que aguardam na fila do transplante.
Quase todos os órgãos
podem ser doados.
VERDADE – Os órgãos e tecidos podem ser doados,
sendo estes o coração, rins, pulmão, fígado, pâncreas, pele, ossos e córneas.
Não é necessário deixar
um documento ou registro expressando a minha vontade de ser doador de órgãos.
VERDADE – O mais importante é que você expresse esse
sentimento para sua família. Não há necessidade de qualquer documento ou carta
que tenha esse registro. No momento da doação, serão os familiares que
assinarão o termo de consentimento, por isso, é indispensável que você converse
com seus pais, filhos, cônjuges, irmãos sobre a sua vontade de doar seus
órgãos.
Os custos da doação dos
órgãos deverão ser pagos pela família do doador.
MITO – O doador e sua família não terão nenhum
custo com a doação dos órgãos. Assim como também não terão nenhum ganho
financeiro. A doação é um ato de amor e solidariedade com o próximo.
O corpo fica deformado
após a doação de órgãos.
MITO – Os órgãos doados são removidos
cirurgicamente. Não há nenhuma desfiguração do corpo. O corpo pode ser velado
ou cremado normalmente, não necessitando de nenhum preparo especial.
Pessoas que já tenham
histórico de doença não podem ser doadores.
MITO – Qualquer pessoa pode ser um potencial
doador de órgãos. O que determina a possibilidade de transplante dos órgãos ou
tecidos é a condição de saúde atual que se encontram. Na ocasião da morte, a
equipe médica fará uma avaliação do seu histórico médico e de seus órgãos.
Idosos não podem doar
seus órgãos por conta do avanço de idade.
MITO – Como já mencionado na questão anterior, o
que determina a possibilidade da doação dos órgãos e tecidos é a condição que
estes se encontram. Hoje, muitos idosos de 60 anos podem apresentam melhor
quadro de saúde do que pessoas de 30 a 40 anos. A avaliação dos órgãos será
feita pela equipe médica e encaminhada para a central de transplantes.
Os órgãos podem ser
vendidos após a morte do meu familiar.
MITO - A venda e a compra de órgãos são proibidas
por lei no Brasil. A Lei Federal 9.434/97 estabelece, entre outras coisas, que
comprar ou vender tecidos, órgãos ou partes do corpo humano (artigo 15) é ação
passível de pena de “reclusão, de três a oito anos, e multa, de 200 a 360
dias-multa”, conforme trecho da lei. Após o consentimento da família, as
Centrais de Transplantes das Secretarias Estaduais de Saúde fazem todo o
controle do processo, da retirada dos órgãos até a indicação do receptor e o
transporte aos locais onde será feito o transplante dos órgãos e/ou tecidos
doados.
Pessoas que aguardam na
fila da doação de órgãos e que possuem melhores condições financeiras podem
passar na frente dos demais para receber um órgão.
MITO – Independente da condição financeira ou
classe social, todos os cidadãos brasileiros são incluídos na lista dos
transplantes. A seleção dos candidatos ao órgão é realizada por compatibilidade
com o doador, tudo realizado por um sistema virtual seguro que comporta o
histórico dos pacientes em lista.
A morte encefálica pode
ser confundida com a pessoa estar em coma.
MITO – A declaração de morte encefálica é
atestada por dois médicos diferentes, seguindo os critérios do Conselho Federal
de Medicina. Um exame gráfico, como ultrassom
com Doppler ou arteriografia e eletroencefalograma (EEG), é realizado para
comprovar que o encéfalo já não funciona. A pessoa que está em coma pode
respirar sem a ajuda do ventilador, apresentando atividade cerebral e fluxo
sanguíneo no cérebro. Diferente da morte encefálica, o sangue que vem do corpo
e supre o cérebro é bloqueado fazendo com que o cérebro morra.
Se eu
estiver internado, posso correr o risco de morrer para que ocorra a doação de
órgãos.
MITO – Quando você procura um
hospital por causa de uma doença ou em busca de um diagnóstico, a prioridade da
equipe médica é salvar sua vida, independente da sua condição de saúde. A
doação de órgãos só ocorrerá após a sua morte mediante consentimento familiar.
Pró-Rim
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