Equipe do Grupo
Leforte, que realizou o maior número de transplante de pâncreas no mundo, em
2018, alerta que falta de informação é principal obstáculo para aumento de
procedimentos
A
equipe do Programa de Transplantes de Pâncreas, Fígado e Rim do Hospital
Leforte, juntamente com o Grupo Hepato, quer disseminar informações que
contribuam para o aumento de doações e diminuição da fila de pacientes que
aguardam um órgão.
“O
transplante é o único tratamento de saúde no qual a sociedade pode atuar de
forma efetiva e este assunto merece destaque nos debates civis. Falar sobre a
questão da doação, esclarecer a população sobre como funciona o procedimento e
o seu impacto na vida dos receptores é fundamental”, declara Dr. Tércio
Genzini, que atua na coordenação do programa.
Pela
legislação brasileira, a doação de órgãos pode se dar em vida ou após a morte.
A doação pós-morten só pode ser feita após autorização dos membros da
família. O doador deve ter sofrido morte encefálica e passa por protocolo
rigoroso de confirmação diagnóstica através de dois exames clínicos e um método
gráfico que confirme ausência de fluxo sanguíneo ou atividade elétrica no
cérebro. Após a morte encefálica, o doador pode ser mantido por aparelhos ainda
com coração batendo por período variável de até 48h. Após esse prazo, os
batimentos cardíacos inevitavelmente cessarão e os órgãos não poderão ser mais aproveitados
para doação.
Este
intervalo de tempo entre a confirmação da morte encefálica e a parada cardíaca
definitiva do doador é o prazo que as equipes têm para deflagrar todo o
processo da doação. O tempo de cada órgão varia e por isso a agilidade é
primordial.
Órgão
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Tempo de isquemia (de retirada de um órgão e
transplante deste em outra pessoa)
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Coração
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04 horas
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Pulmão
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04 a 06 horas
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Rim
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48 horas
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Fígado
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12 horas
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Pâncreas
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12 horas
|
Também
existe a possibilidade de doação em vida, nos casos de órgão duplo ou quando a
retirada de parte dele não prejudicará a saúde do doador: rim, parte do fígado
e medula óssea. Os doadores vivos permitidos pela legislação nacional incluem
parentes até quarto grau ou cônjuges. Além deste vínculo, pode haver doação em
vida, mas que requer autorização judicial para que se confirme o altruísmo da
doação. Novos métodos de doadores em vida já praticados em diversos países, mas
ainda em debate, são a doação pareada (quando duplas incompatíveis trocam os
doadores entre si) e os doadores altruístas (doadores renais, por exemplo, que
doam para desconhecidos, sem vínculo afetivo, à semelhança do que ocorre com a
doação de sangue ou medula).
Pâncreas, Rim e
Fígado
Em
2018, o Programa de Transplantes de Pâncreas, Fígado e Rim do Hospital Leforte,
juntamente com o Grupo Hepato, realizou 67 transplantes de pâncreas (sendo 39
pâncreas isolado e 28 de pâncreas/rim), o maior número de procedimentos deste
tipo em todo o mundo.
“Ficamos
muito felizes com o dado, mas sabemos que podemos aumentar este número. As
pessoas desconhecem a possibilidade de transplante de pâncreas para pacientes
com diabetes tipo 1 – que surge na fase da infância ou adolescência – e começam
a apresentar complicações secundárias nos rins, nervos e visão, após 15 ou 20
anos da descoberta da doença. Neste caso, a indicação dependerá da gravidade
das complicações do diabetes. Quando bem indicado e realizado, representa o
melhor tratamento, eliminando a necessidade de insulina, restabelecendo dieta
livre e sem restrições”, explica o Dr. Marcelo Perosa, coordenador do Programa
de Transplantes de Pâncreas e Rins do Hospital Leforte.
No
total, em 2018 a equipe do Hospital Leforte realizou 219 procedimentos,
incluindo, além dos transplantes de pâncreas, 39 de fígado e 113 de rim
(intervivos de rim e parte do fígado).
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