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O
desmatamento, somado à expansão desordenada das áreas urbanas,
faz com que os
animais migrem para as cidades
Créditos: Pixabay |
Sem as áreas
naturais, insetos se proliferam com mais facilidade e migram para as regiões
urbanas. Nas últimas três décadas, a presença de doenças transmitidas por
mosquitos dobrou no Brasil
As mudanças de uso da terra, geradas principalmente
pelo desmatamento, monocultura, pecuária em grande escala e mineração, estão
entre as principais causas de surtos de doenças infecciosas em humanos e pelo
surgimento de novas doenças no continente americano. Essa é uma das conclusões
apontadas no
Relatório de Biodiversidade da ONU, que analisou mais de 15 mil pesquisas
científicas e informações governamentais durante três anos.
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Sem as
áreas naturais, insetos se proliferam com mais facilidade
e migram para as regiões urbanas
Créditos: Pixabay |
“Os bens e serviços fornecidos pela natureza são os
fundamentos definitivos da vida e da saúde das pessoas. A qualidade do ambiente
em que vivemos desempenha papel essencial na nossa saúde. Em ambiente natural,
com florestas intactas, mamíferos, répteis, aves e insetos se autorregulam. O
desmatamento, somado à expansão desordenada das áreas urbanas, faz com que os animais
migrem para as cidades. No caso dos mosquitos, que são vetores de muitas
doenças, a crise climática e o aumento da temperatura também trouxeram
condições favoráveis à reprodução desses indivíduos. Nas cidades, eles passam a
se alimentar também do sangue das pessoas, favorecendo a transmissão de enfermidades”,
explica a gerente de Conservação da Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário
de Proteção à Natureza, Leide Takahashi.
Nessa linha, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e
a Convenção da Diversidade Biológica (CDB) reconheceram que a biodiversidade e
a saúde humana estão fortemente interligadas e, durante a COP-13, em 2016,
recomendaram uma série de ações. Segundo a OMS, ao menos 50% da população
mundial corre o risco de contaminação por doenças transmitidas por mosquitos,
chamadas de arboviroses. No Brasil, o Ministério da Saúde estima que o número
de arboviroses tenha dobrado nas últimas três décadas. Algumas delas, como
malária, dengue, febre amarela e zika, já causaram surtos em áreas urbanas.
Doutora em Ciências Florestais, Leide destaca ainda
que a conservação do patrimônio natural é importante para o controle de outras
doenças, especialmente as mentais. O contato com a natureza é capaz de diminuir
a ansiedade e o estresse, contribuindo com o bem-estar da população. “A
natureza nos fornece água, ar puro, alimentos e outros recursos essenciais para
o nosso dia a dia. Precisamos encontrar um ponto de equilíbrio para que as
pessoas aproveitem esses recursos de forma responsável, sem prejudicar a fauna
e a flora e sem colocar as próximas gerações em risco”, afirma Leide, que
também é membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza.
Sobre a Fundação Grupo
Boticário
A Fundação Grupo Boticário é fruto da inspiração de
Miguel Krigsner, fundador de O Boticário e atual presidente do Conselho de
Administração do Grupo Boticário. A instituição foi criada em 1990, dois anos
antes da Rio-92 ou Cúpula da Terra, evento que foi um marco para a conservação
ambiental mundial. A Fundação Grupo Boticário apoia ações de conservação da
natureza em todo o Brasil, totalizando mais de 1.500 iniciativas apoiadas
financeiramente. Protege 11 mil hectares de Mata Atlântica e Cerrado, por meio
da criação e manutenção de duas reservas naturais. Atua para que a conservação
da biodiversidade seja priorizada nos negócios e nas políticas públicas, além
de contribuir para que a natureza sirva de inspiração ou seja parte da solução
para diversos problemas da sociedade. A instituição defende que o patrimônio
natural bem conservado é a base para o desenvolvimento econômico e bem-estar
social. Também promove ações de engajamento e sensibilização, que aproximam a
natureza do cotidiano das pessoas.


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