Você sabia que nem
toda infecção precisa de antibiótico? No Brasil, vivemos a "cultura do
antibiótico", na qual pacientes esperam receber o medicamento e médicos
banalizam sua prescrição. No entanto, febres, resfriados e gripes, por exemplo,
não indicam necessariamente o seu uso.
“O corpo humano carrega trilhões de bactérias e, ao longo da vida,
teremos contato com outros milhares de vírus. Felizmente, a maioria desses
micro-organismos não nos traz qualquer problema, entretanto, alguns deles podem
comprometer seriamente nossa saúde.”,
explica Dra. Rosana Richtmann, infectologista da CCIH do Instituto de
Infectologia Emilio Ribas.
Infecções são
situações comuns no dia a dia, portanto é importante entender como ocorrem e
quais os sintomas e tratamentos corretos. Podemos dividi-las entre virais e
bacterianas. As infecções virais são causadas por vírus e, geralmente, a
melhora costuma ser espontânea, em algumas semanas, sem necessidade de
tratamento específico. Já as bacterianas são causadas por bactérias, que
geralmente precisam de tratamento específico.
“No caso de
doenças causadas por bactérias, o tratamento é feito com antibióticos. Como há
diferentes tipos de bactérias que ocasionam os mais diversos tipos de
infecções, o ideal é que seja feita uma avaliação médica prévia para
identificar qual tipo de micro-organismo está causando a infecção para, então,
indicar a medicação adequada e ter um resultado efetivo. Vale lembrar que o
tempo de tratamento dependerá da doença, da gravidade e do medicamento
utilizado e todas essas questões são determinadas pelo profissional de saúde.”,
esclarece Dra. Rosana Richtmann.
Em
contrapartida, o uso indiscriminado de antibióticos por instituições de saúde e
pela população é um fator que contribui para a disseminação da resistência
bacteriana[1].
O uso de antibióticos, por mais apropriado que seja, contribui para o
desenvolvimento da resistência a esse tipo de medicamento, mas o uso
desnecessário e excessivo desses fármacos torna-a pior. A administração correta
de antibióticos eficazes, somada a um programa abrangente de controle das
infecções, tem mostrado limitar a ocorrência e a transmissão de bactérias
resistentes a antibióticos.
“A
Organização Mundial da Saúde (OMS) apontou a resistência bacteriana como a 5ª
ameaça à saúde global[2]. É urgente quebrarmos os estigmas da cultura do antibiótico e munirmos
o paciente de informações e argumentos para ele entender que não prescrever
antibióticos trará benefícios no curto e no longo prazos”, finaliza Dra.
Richtmann.
MSD no Brasil
[1]
Portal Fio Cruz.
Acesso em 29/06//2019. Disponível em: https://portal.fiocruz.br/noticia/cartilha-alerta-para-os-riscos-da-resistencia-aos-antibioticos.
[2] ONUBR – OMS define 10 prioridades
de saúde para 2019: https://nacoesunidas.org/oms-define-10-prioridades-de-saude-para-2019/amp/.
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