Está chegando o
dia das bruxas e nada melhor do que uma delas pra falar sobre o assunto - Por
Tânia Gori
O Haloween ou Dia das Bruxas, como é mundialmente
conhecido, surgiu há mais de 2 mil anos, baseado nas datas festejadas pelo povo
Celta. Naquela época, os celtas acreditavam que o Halloween – chamado também de
Samhain – era uma ocasião especial, onde a divisão entre os mundos visível e
invisível se tornava mais sutil. Era o momento em que as forças sobrenaturais
estavam ativas e os fantasmas e espíritos estavam livres para fazer o que bem
quisessem. Estavam abertas as portas para todos os seres.
Nos dias de hoje, a tradição de mais de 2 mil anos
tornou-se uma grande brincadeira. Na noite do dia 31 de outubro, crianças
americanas, inglesas, irlandesas e escocesas preparam-se para relembrar a data,
conhecida também como Festival do Fogo. Vestidas com fantasias de bruxa,
fantasma, monstros e duende, elas percorrem longas distâncias saudando os
moradores com a frase “Gostosuras ou Travessuras” pedindo doces e guloseimas
para serem saboreadas no final da noite. A brincadeira surgiu do medo que os
povos antigos tinham das criaturas do outro mundo. Para amansar os humores
desses seres, as pessoas colocavam na frente de cada casa um prato com doces.
Durante o caminho, as crianças são iluminadas pelo
grande amigo Jack, uma abóbora com careta em forma de lanterna, usada para
iluminar as Fadas, Gnomos e Duendes e auxiliar a realização dos pedidos nessa
noite mágica. Conta a lenda que Jack era um fazendeiro e, na noite de
Halloween, não deu uma abóbora a uma bruxa. Irritada, a feiticeira o
transformou em uma lanterna de abóbora.
Outra possível origem do costume “
Trick-or-Treating” ( Travessuras ou Gostosuras – dê-nos coisas gostosas ou
faremos travessuras) foi atribuída a um costume europeu do século IX chamado “
Souling”. No dia 2 de novembro, Dia de Todas as Almas ou Dia dos Mortos, os
cristãos andavam de vila em vila para ganharem as chamadas “ Soul Cakes”,
tortas feitas com pedaços quadrados de pão e groselha. Quanto mais tortas
recebiam, mais orações eles prometiam em memória dos parentes mortos daqueles
que doavam as tortas. Naquela época acreditava-se que os mortos permaneciam num
limbo por um período de tempo após a morte e, por meio de orações, mesmo de
estranhos, aconteceria a passagem do limbo para o céu.
Na tradição Celta, o Halloween celebrava a chegada
do Ano Nono. Um Reveillon que começava no dia 31 de outubro e só terminava no
dia 02 de novembro. Chamada de Época de Passagem, a data era considerada o
momento mais propício para a realização dos desejos.
Nos países católicos, como a Igreja não conseguiu
desvincular essa tradição do povo do campo, originou-se o Dia de Finados. No
Brasil, comemora-se o Dia de Todos os santos em 1º de novembro e Finados, no
dia seguinte. As pessoas usam as datas para relembrar os mortos,
decorando túmulos e lápides das pessoas que já faleceram.
O costume do Halloween foi levado para os Estados
Unidos na década de 1840 pelos imigrantes irlandeses que saiam de seu país por
causa da escassez de seu principal alimento, a batata. Nessa época a travessura
(brincadeira) favorita na Nova Inglaterra (Estados Unidos), era escrever sobre
as paredes das casa e retirar as trancas dos portões.
Na noite do dia 31 de outubro, os Druidas,
sacerdotes do povo Celta, faziam oferendas na floresta entre os carvalhos
(consideradas árvores sagradas). Acendiam fogueiras e, enquanto dançavam ao
redor do fogo, agradeciam pela conheita. Ao amanhecer, os druidas davam a cada
família uma centelha daquela fogueira para que ela acendesse com ele o fogo com
o qual iria cozinhar. Acreditava-se assim, que a casa estaria protegida dos
maus espíritos.
Origem da palavra Halloween
A igreja católica designou o dia 1º de novembro
para honrar todos os santos (All Saints or All Hallows). A noite anterior ao
Dia de Todos os Santos (All Saints Day) era chamada de Noite de Todos os Santos
(All Hallows Even). A expressão Noite de Todos os Santos (All Hallows Even) foi
abreviada para Halloween.
Os esotéricos têm outra versão para o Halloween.
Para eles, a palavra Halloween se originou das Hallowinas, conhecidas como as
guardiãs femininas do Saber Oculto das Terras do Norte (Escandinávia). Após a
conquista da Gália pelos romanos, os vencedores apagaram a cultura
pré-existente como forma de desestruturar e impor a nova ordem. Isso assegurou
ao vencedor o afastamento do risco de reorganização do vencido.
Prepare sua Festa de Halloween
Significados simbólicos
Use e abuse de abóboras recortadas! Faça orifícios
em forma de olhos, boca e nariz e ilumine internamente com velas nas
cores preta, roxa e laranja. A abóbora simboliza a fertilidade e a sabedoria. A
vela indica os caminhos para os espíritos do outro plano astral.
Dentro do caldeirão, os convidados devem atirar
moedas e mensagens escritas com pedidos dirigidos aos espíritos. Para
substituir a fogueira, use lâmpada envolvida em papel celofane vermelho,
amarelo e laranja. No final da festa, as moedas devem ser recolhidas para serem
doadas aos necessitados. Os bilhetes com os pedidos devem ser queimados para
que os desejos sejam mais rapidamente atendidos, pois se elevarão por meio da
fumaça.
Para servir seus convidados, você poderá preparar
tortas e bolos e decorar a mesa com abóboras iluminadas, maçãs vermelhas e
ainda servir vinho e cerveja.
O Halloween é um momento de grande festa e
confraternização , pois como os portais estão abertos, podemos estabelecer um
contato maior com todos os elementais. Por isso, no final da festa é importante
reunir os amigos e fazer um bonito ritual.
Sugestão:
Separe algumas maçãs e um bom vinho. As maçãs devem
ser cortadas em pequenos cubos e depositadas num jarro de vidro, acrescidas do
vinho. À noite, deve-se acender duas velas cor de laranja e os participantes do
ritual farão uma roda com as mãos dadas e mentalizarão seus desejos. Nesse
momento, quem estiver liderando o ritual coloca o vinho nos cálices dos
participantes. Quem tiver mais pedaços de maçã no seu cálice terá seu desejo
realizado mais depressa. Já, quem não conseguiu essa graça, deve acender um
incenso e pedir proteção para as bruxas.
Tânia Gori - bruxa, autora do livro “Bruxaria
Natural – Uma Escola de Magia” e proprietária da Universidade Livre Holística
Casa de Bruxa
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