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sexta-feira, 13 de julho de 2018

Você sabia que a falta de higienização dos equipamentos de serviço dos pontos de vendas pode contaminar o chope?


Flávio Athayde, responsável pela cervejaria Votus, explica como a falta de sanitização pode interferir na qualidade do produto  

Você sabia que a falta de assepsia dos equipamentos de serviço de bares e restaurantes impacta na qualidade dos chopes? Atualmente, com a grande variedade de estilos disponíveis no mercado, caso não seja feita a limpeza e sanitização corretas das torneiras ou taps, como são conhecidas, é possível que um chope mais delicado seja prejudicado pela bebida que foi servida anteriormente.

“O chope é uma bebida não pasteurizada. Sendo assim, existe uma carga microbiológica ativa maior nele do que na cerveja. Esses microorganismos se prendem na tubulação da  chopeira e, se o equipamento não for limpo de maneira adequada, haverá liberação de subprodutos dos processos orgânicos que vão impactar sabor, aroma, cor e cristalinidade”, afirma Flávio Athayde, responsável pela cervejaria Votus.

Os chamados off-flavours ou “defeitos” no chope vão depender das bebidas que passaram anteriormente naquela torneira, mas de forma geral, eles podem ser: Ácido Caprílico (que lembra sabão de coco), Ácido Acético (que remete a vinagre), Ácido Capróico e/ou Caprílico (este, em baixa concentração, lembra sabão de coco e, em altas concentrações, lembra couro molhado, couro velho). Outro off-flavor possível é o sabor metálico (como de alumínio ou ferrugem), gerado quando a limpeza e sanitização do equipamento são feitas de maneira incorreta.

E não são apenas as torneiras que devem ser higienizadas corretamente, mas também utensílios como os copos e taças. “Copos sujos são fáceis de identificar por causa das bolhas que se formam na lateral quando o chope é servido. O que mais prejudica no serviço em copos sujos é a formação de muita espuma, ou a baixa retenção dela causada por gorduras”, pontua Flávio.

Outra coisa que pode prejudicar a qualidade do chope é a má conservação do produto no ponto de venda. Para que ele seja servido fresco e em condições ideais, as casas que o comercializam deve conservá-lo em temperaturas adequadas, que variam de estilo para estilo, de preferência em câmara fria. Além disso, após aberto o barril, o chope deve ser consumido em até três dias.

Segundo Athayde, a má conservação dos chopes nos pontos de vendas prejudica a imagem das cervejarias que os produziram. Muitas vezes, por conta de uma demora do comerciante para vender o chope ou por erros de cálculos na hora de fazer o pedido, o consumidor acaba experimentando um produto pouco fresco, longe do ideal. Além da falta de assepsia, que contribui para descaracterizar ainda mais o produto.

“Tudo isso leva a experiências ruins do consumidor com o produto, que dali em diante passará a evitá-lo em qualquer ponto de venda, e não apenas naquele, achando que o problema é com o chope, quando na verdade a falha é falta de assepsia e conservação do produto no ponto de venda. Por isso, o cuidado com a higienização é importante também para a produtora, que pode ter sua imagem prejudicada”, finaliza o responsável pela cervejaria Votus.


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