Saiba como a saúde bucal pode
afetar o rendimento dos jogadores
Cerca de 5 milhões de dentes são perdidos por
ano em função de alguma atividade física, de acordo com dados da American Dental Association.
É neste cenário que a presença de um cirurgião-dentista durante práticas
esportivas como o futebol se faz necessária, reforçando os cuidados especiais
de saúde bucal para a população de atletas profissionais e amadores. Em 2015, a
Odontologia do Esporte foi reconhecida, inclusive, como uma especialidade pelo
Conselho Federal de Odontologia (CFO).
"O principal instrumento de trabalho de
um jogador é o próprio corpo e, durante um campeonato importante como o
Mundial, todo cuidado com a saúde bucal é pouco. A odontologia do esporte pode
interferir positivamente na preparação física, psicológica e nutritiva e na
recuperação de lesões musculares. É de suma importância que dentistas integrem
o time de especialistas no acompanhamento dos atletas", pontua o
superintendente Técnico de Odonto da SulAmérica, Rodnei Yogui.
Segundo o especialista, uma higienização
adequada deve estar no topo da lista de cuidados com a saúde bucal também para
os atletas. O aparelho ortodôntico, por sua vez, é um forte aliado no
tratamento de complicações como respiração bucal e má oclusão dentária. Em
casos mais graves, o dentista pode recomendar cirurgias reparadoras como a
ortognática, para alterar a forma dos ossos do rosto, ou solicitar apoio
multidisciplinar, como de um otorrinolaringologista.
Confira a lista com 7 complicações bucais comuns
no mundo do futebol:
1- Respiração bucal
Algumas das funções do nariz são: filtrar,
umedecer e aquecer o ar, tornando-o mais adequado à passagem pela laringe,
traqueia e pulmões. Entretanto, existem jogadores que têm o hábito de respirar
pela boca, fato que diminui em 22% o seu rendimento, e ficam expostos a
infecções como faringites e amidalites. Além de ressecar as mucosas, causando
irritações, alguns podem ter noites mal dormidas e perda de paladar.
2- Má oclusão dentária
A oclusão dentária é o encaixe dos dentes
superiores com os inferiores no ato de fechar a boca. Em condições normais, o
arco dentário superior deve cobrir parcialmente o arco inferior. Alterações
nesse mecanismo podem causar dores de cabeça e zumbido nos ouvidos,
comprometendo o desempenho dos jogadores nos treinos ou em campo. A má oclusão
dentária também pode levar ao desgaste dos dentes, presença frequente de
cáries, dificuldade para mastigar, problemas na articulação da mandíbula e, em
casos mais graves, desvios na coluna e má postura.
3- Traumas bucais
Os traumas orofaciais ou dentários são comuns
em esportes de contato, como é o caso do futebol. O risco de fraturas é 10%
maior entre esses atletas, segundo especialistas. Além disso, o apertamento
contínuo dos dentes nos momentos de explosão muscular pode provocar um
traumatismo funcional. Em muitos casos, a utilização de um dispositivo de
proteção bucal durante a prática esportiva é essencial.
4- Doenças periodontais
São inflamações nas gengivas que podem ser
classificas em três estágios: gengivite, periodontite e periodontite avançada.
Doenças periodontais nem sempre apresentam dor, por isso é importante estar
sempre atento a alguns sinais como gengiva inchada, vermelha ou dolorida e que,
muitas vezes, sangram facilmente durante a escovação. Por serem focos
infecciosos, determinam queda de até 17% no condicionamento físico e podem
aumentar o risco para algumas doenças coronarianas, como a endocardite
bacteriana.
5- Ausências dentárias
No esporte, manter uma alimentação saudável e
equilibrada é de fundamental importância para o bom rendimento dos jogadores.
Ausências dentárias podem comprometer o processo de mastigação e trituração dos
alimentos, o que prejudica o máximo aproveitamento do processo nutricional,
resultando em quantidade insuficiente de energia e até fadigas precoces da
musculatura esquelética.
6- Consumo de isotônicos
Mesmo sendo popular na dieta de atletas, o
consumo de isotônicos deve ser moderado. A bebida possui alto índice de
açucares, que contribui com a proliferação de placa bacteriana, principal
causador de doenças odontológicas como cáries e gengivites.
7- Dentes do siso
Em esportes de contato, a presença do
terceiro molar, o siso, incluso na cavidade oral pode representar um perigo,
com risco de fratura mandibular. Se mal posicionado ou em processo de erupção,
o siso pode aumentar o risco de infecções bucais, como a pericoronarite, uma
inflamação nos tecidos moles ao redor da coroa de um dente parcialmente
erupcionado.
Você sabia?
- A primeira vez em que um cirurgião-dentista brasileiro acompanhou uma Copa do Mundo de Futebol foi em 1958. O Dr. Mário Trigo acompanhou a seleção durante a competição, repetindo este trabalho nas Copas de 62, 66 e 70;
- A partir do fim do século XX, muitos jogadores começaram a usar protetores bucais durante as partidas para prevenir boladas e encontrões;
- No Japão, a Odontologia do Esporte já está consolidada há mais de 20 anos.
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SulAmérica
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