Mais de 60% dos casos têm
diagnóstico tardio
No
calendário das cores que marcam as campanhas de saúde, 27 de julho foi
escolhido como o Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e
Pescoço. A iniciativa contribui para disseminar informações e alertar a
população para os sintomas muitas vezes ignorados pelas pessoas, por puro
desconhecimento.
“A
falta de informação prejudica o diagnóstico do câncer de cabeça e pescoço no
Brasil. São tumores que não são tão conhecidos como os de mama ou próstata, mas
que estão entre os seis que mais atingem a população no nosso país”, afirma Dr.
Hézio Jadir Fernandes Junior, coordenador da Oncologia Clínica do Leforte
Oncologia.
De
acordo com o especialista, o alcoolismo, o tabagismo, o desconhecimento e a
falta de acesso aos serviços de saúde contribuem para a taxa de 60% de
diagnósticos tardios, que deixam sequelas nos pacientes. “Qualquer lesão na
região de cabeça e pescoço que dure mais de duas semanas e tenha causa
desconhecida deve ser submetida a biópsia”, destaca.
No
Brasil, os tumores de cabeça e pescoço com maior incidência atingem a cavidade
oral e a laringe. Por isso, dentro da boca devem ser observados gengivas,
mucosa jugal (bochechas), palato duro (céu da boca), língua (principalmente as
bordas) e assoalho (região embaixo da língua). Na garganta, a rouquidão,
a dificuldade para engolir e uma sensação estranha na altura do pescoço podem
ser sinais de câncer de laringe. Para 2018, o INCA (Instituto Nacional de
Câncer José Alencar Gomes da Silva) estima mais de 22 mil novos casos, sendo
mais de 75% em homens.
HPV
O
Papiloma Vírus Humano (HPV) tem contribuído também para o aumento de casos de
câncer de garganta não só em adultos, mas também em jovens. De acordo com o
Ministério da Saúde, cerca de 54,6% dos brasileiros entre 16 e 25 anos estão
infectados com o vírus. “O Ministério da Saúde faz a campanha de vacinação que
deve ter impacto positivo, mas é preciso reforçar os cuidados para se evitar o
contágio, ou seja, atuar na prevenção e, paralelamente, abordar este tipo de
câncer, seus sintomas e busca por diagnóstico precoce”, conclui o Dr. Hézio.
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