Vírus, que afeta homens e mulheres, pode ser evitado com
o uso preservativo e vacinação
O vírus papiloma humano, mais conhecido como HPV, causa diversas doenças
que podem ser transmitidas através do ato sexual ou de mãe para filho durante o
parto. Dados de um estudo realizado pelo Ministério da Saúde indicam uma
prevalência de 54,6% de casos entre a população do País. A doença pode causar
câncer no colo do útero, que atualmente é o quarto maior motivo de morte entre
mulheres brasileiras, além de riscos de cânceres de pênis, garganta e ânus.
O HPV, um vírus que infecta a pele ou mucosas, possui mais de 200
variações, conforme explica o infectologista do Hapvida Saúde, Alfredo
Passalacqua. “A maioria está ligada a lesões benignas, como verrugas e tumores,
encontradas no cancro do colo do útero”. O aparecimento de verrugas cutâneas
nas áreas do lábios, boca e cordas vocais e regiões genital e anal costuma ser
o principal sintoma perceptível da doença. As verrugas genitais necessitam de
atenção especial, já que podem provocar a manifestação de tumores considerados
malignos no colo no útero e no pênis.
Geralmente a descoberta ocorre a partir de exames preventivos, como o
Papanicolau. Já o diagnóstico das verrugas genitais pode acontecer com a
realização de exames urológico, ginecológico ou dermatológico. “O tratamento
para as verrugas costuma ser complicado: pode ser feito por laser, crioterapia
(congelamento) ou cirurgia com uso de anestésicos locais. No colo do útero,
dependendo do nível da lesão, cirurgias locais e até histerectomia total
(retirada do útero) podem ser necessárias”, explica o infectologista.
Um dos recursos de prevenção contra o problema, fora o uso do
preservativo, é a vacinação que pode ocorrer em meninos e meninas antes da
exposição à infecção. A vacina tende a ser mais efetiva quando aplicada antes
do início da atividade sexual, por isso as campanhas focam nos adolescentes e
pré-adolescentes. “O pico de anticorpos foi verificado em meninos e meninas de
9 a 13 anos, exatamente a faixa etária alvo dos programas de vacinação para
HPV. Ou seja, menores de 15 anos apresentam excelente resposta imunológica”,
comenta dr. Passalacqua.
Vale ressaltar que quem já iniciou a vida sexual também pode se vacinar.
“ A vacina quadrivalente demonstrou ser altamente eficaz na prevenção de
doenças de colo de útero, vagina e vulva”, finaliza o especialista.
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