A
poliomielite é uma doença infectocontagiosa viral aguda, caracterizada por um
quadro de paralisia flácida, de início súbito, que ocorre em cerca de 1% das
infecções causadas pelo poliovírus. O déficit motor instala-se subitamente e
sua evolução, frequentemente, não ultrapassa 3 dias. A transmissão ocorre por contato
direto pessoa a pessoa, pela via fecal-oral (mais frequentemente), por objetos,
alimentos e água contaminados com fezes de doentes ou portadores, ou pela via
oral-oral, através de gotículas de secreções da orofaringe (ao falar, tossir ou
espirrar). A falta de saneamento, as más condições habitacionais e a higiene
pessoal precária constituem fatores que favorecem a transmissão do poliovírus.
Em 1994, a
Organização Pan-americana de Saúde/OMS certificou a eliminação da transmissão
autóctone do poliovírus selvagem nas Américas, após 3 anos sem circulação desse
vírus no Continente. Desde então, todos os países da região assumiram o
compromisso de manter altas e homogêneas coberturas vacinais, bem como uma
vigilância epidemiológica ativa e sensível para identificar, imediatamente, a
reintrodução do poliovírus selvagem em cada território nacional e adotar
medidas de controle capazes de impedir a sua disseminação. Isso de deve porque
no mundo temos ainda três países com a doença: Nigéria, Paquistão e
Afeganistão. A OMS registrou em 2017 apenas 12 casos da doença no mundo.
No Brasil, o último
caso de infecção pelo poliovírus selvagem ocorreu em 1989, na cidade de
Souza/PB.
No Brasil (2018), o
Ministério da Saúde alertou que 312 municípios estão com cobertura vacinal
abaixo de 50% para a poliomielite, sendo que o recomendado é superior a 95%
para não ter risco da doença. Informa ainda, que a vacinação é a única forma de
prevenção da doença em especial para os menores de 5 anos de idade e que a
vacina está disponível pelo SUS o ano inteiro. Uma
oportunidade de atualizar a caderneta de vacinação será na próxima
Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite que acontecerá no
período de 6 a 31 de agosto de 2018.
É
fundamental nesse momento que os gestores locais organizem os serviços de saúde
quanto ao horário de vacinação compatível com a realidade da população,
possibilite o acesso à vacina em especial as regiões mais distantes dos
serviços de saúde e reforço de parcerias com escolas, creches devido a
proximidade com o núcleo familiar.
Outro
alerta importante é que os estados e municípios mantenham os sistemas de
informações atualizados e que as medidas de vigilância sejam cumpridas como
monitorar a ocorrência de Paralisia Flácida Aguda em menores de 15 anos de
idade.
O
Ministério da Saúde reforça a responsabilidade de todos os pais e responsáveis
têm a obrigação de manter a caderneta atualizada das crianças em especial de
menores de 5 anos de idade.
A
informação pelos meios de comunicação é de responsabilidade do Ministério da
Saúde em parceria com os estados e municípios.
O sarampo é uma doença viral, infecciosa aguda, potencialmente
grave, transmissível, extremamente contagiosa e bastante comum na infância. Os
principais sintomas são febre alta, tosse, coriza, conjuntivite e manchas
vermelhas pelo corpo. A transmissão ocorre de pessoa a pessoa através de
secreções respiratórias.
O
Brasil, em 2016, recebeu o Certificado de Eliminação do Vírus do Sarampo pela
OMS, declarando a região das Américas livre do sarampo.
Atualmente
o estado de Roraima notificou 37 casos suspeitos de sarampo, desses 8 casos
foram confirmados por critério laboratorial, sendo procedentes da Venezuela sem
comprovação vacinal, na faixa etária de 9 meses a 10 anos de idade.
A vacina é a única forma de prevenir a ocorrência
do sarampo na população. Foi realizada em março de 2018, no estado de Roraima a
vacinação seletiva (para quem não tomou anteriormente) contra o sarampo na
faixa etária de 6 meses a 49 anos para a população e imigrantes venezuelanos.
Observamos que para evitarmos o risco da
reintrodução da poliomielite e sarampo no nosso meio, além das medidas citadas
acima são fundamentais: a continuidade das vacinas nos serviços de saúde do
SUS, capacitação dos profissionais de saúde, informação à população quanto à
importância da vacinação e continuidade das medidas de vigilância
epidemiológica.
Rosana David - Docente do Curso de Graduação em Enfermagem das
Faculdades Metropolitanas Unidas
Referências
Bibliográficas
1)
BRASIL. Ministério
da Saúde. Portal da Saúde. Disponível em:
http://portalms.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/43797-ministerio-da-saude-alerta-para-baixas-coberturas-vacinais-para-polio Acesso em: 7 de jul, 2018.
2)
BRASIL. Ministério
da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação-Geral de
Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. Guia de Vigilância em Saúde.
volume único (recurso eletrônico)/ Ministério da Saúde, Secretaria de
Vigilância em Saúde, Coordenação-Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em
Serviços. – 2. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2017. 705p.
3)
BRASIL. Ministério
da Saúde. Coordenação-Geral de Doenças Transmissíveis. NOTA INFORMATIVA Nº
57/2018-CGDT/DEVIT/SVS/MS. Disponível em:
http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/marco/07/NOTA-INFORMATIVA-N-57-2018-sarampo-Roraima.pdf Acesso em: 7 de jul, 2018.
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