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terça-feira, 24 de julho de 2018

Cinco coisas que você precisa saber sobre o voto distrital misto


Ana Marina Castro, gerente de mobilização do CLP, comenta questões importantes sobre o projeto de lei que aguarda por votação na CCJC 


Ontem, durante o Roda Viva, o pré-candidato à presidência da república Geraldo Alckmin, ao falar da necessidade de aprovar uma reforma política para o Brasil, citou a proposta do Voto Distrital Misto, que já está em tramitação na Comissão Constitucional de Justiça e Cidadania (CCJC) através do PL 9212/2017, de autoria do senador José Serra (PSDB-SP), já aprovado no Senado em 2017.

A proposta visa diminuir a complexidade do sistema eleitoral e aproximar o eleitor dos representantes eleitos. Se colocada em votação e aprovada no plenário da Câmara dos Deputados ainda este ano, já passaria a valer para as eleições de 2020. “Acreditamos o projeto de lei 9.212/2017 contribui para o fortalecimento da democracia brasileira, pois promove a aproximação entre candidatos e eleitores, reduz o custo de campanha e fortalece o papel dos partidos”, afirma Ana Marina Castro, gerente de Mobilização do Centro de Liderança Pública (CLP).


Maior proximidade entre sociedade e políticos: A adoção do voto distrital misto o acompanhamento dos mandatos pelo eleitor, além de diminuir o custo de campanha, uma vez que, por exemplo, os candidatos a deputado não mais precisarão ir em busca de votos por todo o Estado. “O atual modelo favorece apenas candidatos com padrinhos políticos ou com muitos recursos”, conta Ana Marina.


Mais transparência nas eleições: Segundo especialista do CLP, apesar de não eliminar o voto em lista, a proposta determina que a lista seja reordenada e registrada no TSE antes da eleição, para que os eleitores saibam quem serão os candidatos de cada partido que entrarão por proporcionalidade, diferente do que acontece hoje com a votação em lista aberta.


Mais representatividade: a proposta em tramitação no Congresso também simplifica o coeficiente eleitoral. Cada partido terá direito às cadeiras nas câmaras e assembleias de acordo com a proporção dos votos que obter. Por exemplo, se um partido do estado de São Paulo (que tem direito a setenta cadeiras na Câmara dos Deputados), receber 10% dos votos, ele terá direito a, aproximadamente, sete cadeiras. Primeiro serão eleitos os que receberem mais votos diretos em cada distrito, e as vagas remanescentes ficarão com os candidatos da lista. 


Partidos e ideias mais fortalecidos: se aprovada, a reforma eleitoral prevê o fim da coligação partidária para as eleições proporcionais, ou seja, a eleição em determinada legenda implicará na eleição apenas de candidatos daquele partido. “Isso fortalece o papel dos partidos e os força a ter plataformas mais claras para apresentar ao eleitorado”, explica Ana Marina. 


Minorias na política ganham maior representação: por fim, o sistema distrital misto favorece o aumento do número de candidatas, o que para a representante da ONG é um grande ganho para a democracia. Já pelas regras atuais, 30% do fundo de financiamento de campanhas deve ser aplicado em candidaturas femininas, e pode vir a ser de interesse dos partidos registrar mais candidatas nos distritos e na lista preordenada.






Sobre o CLP
O CLP – Centro de Liderança Pública é uma organização sem fins lucrativos e apartidária, que desenvolve líderes públicos empenhados em promover mudanças transformadoras por meio da eficácia da gestão e da melhoria da qualidade das políticas públicas. Oferecemos aos líderes instrumentos práticos para ajudá-los a mobilizar e engajar a sociedade em mudanças eficazes, com ética e responsabilidade.

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