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segunda-feira, 23 de abril de 2018

Fim do prazo de validade da MP 808 gera insegurança jurídica

A medida provisória (MP) n. 808, que alterou trechos polêmicos da reforma trabalhista (Lei n.13.467/2017), perde a validade hoje (23). O advogado Maurício Pepe De Lion, especializado em direito do trabalho há praticamente vinte anos e sócio responsável pelo grupo de prática trabalhista do Felsberg Advogados, alerta que os empregadores devem avaliar casos concretos e adotar medidas preventivas, evitando, dessa forma, promoverem ajustes de maneira abrupta nos contratos de trabalho em curso (a exemplo da exposição de gestantes a ambientes insalubres e pagamento de gorjetas), ainda mais diante do cenário de insegurança jurídica causado pela queda da MP - uma nova medida provisória só poderá ser enviada ao Congresso daqui um ano. Outra opção seria o governo emitir um decreto de regulamentação, mas que pode ser derrubado pelos parlamentares.

De Lion lembra que, com a perda da validade da MP, a reforma passa a valer exatamente como havia sido aprovada. O cenário, que já é marcado pela insegurança jurídica, tende a piorar. O resultado poderá ser de um grande volume de incertezas sobre a interpretação das normas, o que deve provocar aumento de ações na Justiça do Trabalho.

A MP foi editada pelo presidente Michel Temer (PMDB) em novembro do ano passado, três dias após a entrada em vigor da reforma, mas emperrou no Congresso nos últimos meses. O governo resolveu publicá-la para evitar atrasos na aprovação do projeto no Senado, onde o texto inicial havia deparado com resistências.





Maurício Pepe de Lion – Sócio do Felsberg Advogados 

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