ABHH destaca que terapia disponibilizada no Brasil possibilita
crianças e pessoas com hemofilia a terem vida normal
O dia 17 de abril foi escolhido como o Dia Mundial da Hemofilia
em homenagem a Frank Schnabel, fundador da Federação Mundial de
Hemofilia, que era portador de hemofilia A grave e nasceu nesta data. A
Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular
(ABHH) informa que, a partir da
disponibilidade do tratamento preventivo no dia a dia dessa população, foram
inseridas atividades como práticas esportivas moderadas, participação de
educação física na escola, além de frequência escolar e universitária, bem como
ter rotina de trabalho como qualquer outra pessoa. A hemofilia é
uma disfunção crônica, genética e não contagiosa que afeta a produção de um dos
10 fatores responsáveis pela coagulação do sangue, não tem cura, mas com
tratamento adequado possibilita às crianças e pessoas com hemofilia terem
qualidade de vida.
A partir da distribuição do fator de
coagulação pelo Ministério da Saúde, as mais de 12 mil pessoas com hemofilia,
segundo o mesmo órgão, quebraram o tabu de que pacientes com a coagulopatia não
podem realizar atividades rotineiras, já que repõem o fator não produzido pelo
organismo por meio de infusão de duas a três vezes por semana, a partir da
indicação do médico hematologista, especialidade responsável pelo tratamento
“A hemofilia ocorre 1/3 das vezes por
mutação genética e 2/3 por hereditariedades. Ela se manifesta prioritariamente
em homens, mas é transmitida pelo gene que está ligado ao cromossomo
X, que é herdado da mãe. Deste modo, quando há casos na família, a mulher é
uma provável portadora, principalmente se tem irmão, pai, avô ou tios maternos
com hemofilia”, explica Paula Villaça, médica hematologista e membro do Comitê
de Hemostasia e Trombose da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e
Terapia Celular (ABHH).
Após a comprovação do gene na mulher para a
hemofilia, para cada gestação, independentemente do sexo, o bebê terá
50% de chance de nascer com o distúrbio hemorrágico. Isso significa que se
for menina há 50% de possibilidade de ser portadora igual a mãe e no caso de
menino, 50% de nascer com a hemofilia.
Os sintomas mais comuns da hemofilia são
manifestações clínicas conhecidas como hemartroses, que são os sangramentos
dentro das articulações. Há também os hematomas, quando há sangramentos dentro
dos músculos que se não tratados podem se transformar em sequelas graves, que
afetam o dia a dia da pessoa o que pode impede a prática de atividades simples
e cotidianas.
Paula ressalta que existem dois
tipos, que podem ser classificados entre leve, moderada e grave. A hemofilia A
é a mais comum e representa 80% dos casos e ocorre devido a
deficiência do Fator VIII (FVIII) de coagulação no sangue. Já a hemofilia B
acontece pela deficiência do Fator IX (FIX). Os casos graves ocorrem quando há
menos de 1% de atividade do fator de coagulação, os leves quando há
entre 5 e 40% de produção e o moderado quando há entre 1 e 5% de atividade de
fator no sangue da pessoa, sendo que uma pessoa normal tem de 50 a 150 unidades
de fator de coagulação por decilitro de sangue.
Nenhum comentário:
Postar um comentário