Especialista
recomenda que pais gravem vídeo e levem à consulta, a fim de evitar que o
diagnóstico seja confundido com questões comuns
Desde o nascimento, e muito
antes de aprender a falar, o ser humano já é capaz de se expressar e de
interagir com os demais, sejam adultos ou outros bebês, por meio de olhares,
gestos, posturas, vocalizações e outros recursos próprios da idade. O
importante é se atentar a essas reações emitidas, pois elas podem ser sinais
escondidos de problemas dos pequenos.
A síndrome de West é
composta pela conjunção de três fatores, que são as crises do tipo espasmos
infantil; atraso no desenvolvimento neuropsicomotor; e um eletroencefalograma
com padrão muito desorganizado (hipsarritmia).
A doença é descrita como um
tipo raro de epilepsia, que provoca atraso no desenvolvimento da criança. De um
modo geral, se manifesta antes do primeiro ano de vida por meio de pequenas
convulsões que podem ser de flexão ou de extensão. O diagnóstico pode ser
demorado, pois os espasmos em flexão ou extensão podem passar desapercebidos e
ter intensidade variada de acordo com cada criança.
No inicio, podem ser tão
leves que não são notados ou confundidos com cólicas, tremores ou refluxo
gastresofágicos, bem como com outros acontecimentos muito prevalentes nos
bebês. São como se, de repente, a criança apresentasse sustos sucessivos.
Dados da Organização Mundial
de Saúde (OMS) indicam que a prevalência é de cerca de um em cada quatro mil ou
seis mil nascimentos. Segundo a estatística, os meninos são mais afetados que
as meninas, com a proporção de dois para cada bebê do sexo feminino. Geralmente
se inicia nos primeiros meses de vida e desaparece após o segundo ano, com pico
maior de ocorrência entre o terceiro e nono mês de vida.
O Dr. Paulo Breinis,
neuropediatra do Hospital da Criança, no Jabaquara, e do Hospital e Maternidade
São Luiz Anália Franco, ambos da Rede D'Or São Luiz, explica que um dos grandes
macetes é pedir às mães para filmarem o evento e levarem o vídeo para a
consulta no próprio celular. “Ao ver o vídeo, o especialista consegue
identificar de forma precisa o problema, não confundindo com um acontecimento
banal, e sim caracterizando como uma síndrome epilética”.
Quando o diagnóstico é
demorado, o paciente vai perdendo as aquisições antes conquistadas, pois a
síndrome de West provoca deterioração psicomotora. Sendo assim, quanto mais
rápida a descoberta, maior a chance de um tratamento eficaz, pois fará com que
o paciente se livre das crises convulsivas, retornando ao seu estado normal, se
desenvolvendo no ritmo habitual.
O
tratamento é feito por meio de medicamentos prescritos pelo neurologista, além
de reabilitação multidisciplinar – que é composta por fisioterapia, terapia
ocupacional e fonoaudiologia.
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