Quais procedimentos podem ser realizados para restaurar a mobilidade de quem sofre com problemas na coluna vertebral
As doenças degenerativas dos ossos e articulações atingem cada vez mais não apenas os idosos, mas também uma parcela jovem da população. Esses males continuam sendo uma das maiores preocupações da área da saúde, principalmente, quando o assunto é qualidade de vida.
Ficar muito tempo numa mesma posição, manter hábitos de má postura e o desgaste natural, são apenas algumas situações que trazem consequências graves e demonstram que a coluna vertebral precisa de atenção.
Uma vez instalados os mais variados tipos de problemas, como Cervicalgia, Lombalgia, Espondilose, Hérnia de Disco, Artrose, Lordose, Cifose, Escoliose, entre outros, o principal objetivo, durante o tratamento da coluna, é livrar o paciente da dor tendo em vista o menor prejuízo para suas funções diárias.
Muitos medicamentos prescritos nos consultórios, dependendo das características químicas de cada um, terão efeitos colaterais nos rins, fígado, coração e sistema nervoso central, resultando em problemas, muitas vezes, mais graves, como insuficiência renal ou hepática, infarto, sonolência e déficits em geral de concentração e memória, citando apenas alguns deles.
Para reduzir a administração de medicamentos, muitos médicos lançam mão da fisioterapia, práticas de melhorias na postura e reeducação de comportamento e atitudes para uma coluna mais saudável, menos comprometida e sem dores.
Porém, o que muita gente não sabe é que, quando o desarranjo que se estabelece na região e causa dores tem origem numa alteração mecânica (isto é, uma estrutura saiu de seu lugar e invadiu o espaço de outra). Essa situação vai afetar em grandes proporções toda a anatomia original da coluna com pioras progressivas e, mesmo com o grande apelo popular das práticas
descritas acima, o sucesso será sempre temporário.
A única maneira de restabelecer o equilíbrio é "remover o invasor da área invadida", ou seja, se o paciente tem uma hérnia de disco, uma dilatação do disco intervertebral causando compressão de uma raiz do ciático, não haverá outra medida capaz de resolver definitivamente o problema a não ser uma intervenção nesse local.
De acordo com o ortopedista José Otávio Correard Teixeira, graças à evolução técnica, hoje é possível abordar diferentes problemas da coluna vertebral por vídeo cirurgia, acessos microscópicos e procedimentos minimamente invasivos. "É feita uma pequena dilatação de espaços entre os músculos, onde será possível abordar diretamente o problema que causa a dor, com o intuito de corrigí-lo sem grande perturbação das estruturas vizinhas. A não introdução de 'corpos estranhos', por exemplo, oferece a possibilidade de uma rápida regeneração e permite um quadro cirúrgico de pequena agressão ao corpo, fazendo com que o paciente retorne rapidamente às atividades rotineiras. E sempre bom lembrar que problemas tratados no seu início têm soluções mais simples e recuperação mais rápida".
Quanto mais cedo se avaliar a necessidade deste tipo de tratamento, mais fácil será a recuperação e maiores serão as chances de uma vida sem dor e com mais qualidade.
A anestesia costuma ser local com sedação e o procedimento demora em torno de uma hora e meia a duas horas. A internação dura 24 horas, com 15 dias de repouso e, após este período, já é possível o retorno gradativo do paciente às atividades normais.
As cirurgias minimamente invasivas estão se tornando o procedimento mais eficaz para tratar esses problemas e garantir uma vida sem preocupação aos pacientes que sofreram durante anos com problemas na coluna vertebral.
Uma vida sem dores e a mobilidade para realizar as tarefas do dia-a-dia têm comprovado que, quanto mais cedo os diagnósticos forem detectados, mais qualidade de vida os pacientes terão. "Uma vez observado que alguns paliativos já foram adotados e não surtiram o efeito esperado, uma avaliação médica e um bom planejamento cirúrgico garantem resultados satisfatórios e eficientes", finaliza o especialista.
JOSÉ OTÁVIO CORREARD TEIXEIRA - Formado em Medicina pela Universidade de São Paulo, fez residência médica durante 3 anos na Universidade Católica de Louvain, na Bélgica, com destaque para cirurgia da coluna, cirurgia de grandes articulações, criopreservação de tecidos para transplante. Também estudou por 3 anos na UCLA, nos EUA, com ênfase em cirurgia da coluna vertebral, fatores de crescimento e diferenciação celular e células tronco. Nesses locais teve contato com as pesquisas de regeneração de tecidos, transplantes e células tronco.
Instalou o Banco de Tecidos para o Hospital das Clínicas de SP e desenvolveu aloenxertos de válvulas cardíacas para o INCOR.
Atua há 20 anos como ortopedista e trabalha nos Hospitais Sírio-Libanês, Santa Catarina e 9 de Julho. Foi pioneiro em técnicas minimamente invasivas e, além da rotina de cirurgião nos hospitais citados, desenvolve técnicas de regeneração discal e participa do desenvolvimento de aplicativo para prevenção de problemas da coluna.
Realizou um bem-sucedido transplante de cotovelo num paciente que sofreu um acidente de carro e chegou ao hospital sem sentidos por conta do impacto da batida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário