Supervisão na vida da criança é necessária, mas a
mediação, somente quando ela não resolveu o problema
Fazer
a tarefa de casa e amarrar o cadarço do tênis do filho são alguns exemplos de
atitudes de mães que exercem um cuidado excessivo na vida da criança. A
metáfora utilizada para este comportamento é mãe “helicóptero”, aquela que
sempre “paira” sobre a vida do filho e está a postos para solucionar qualquer
adversidade, não deixando com que ele mesmo o faça. Mas, proteger demais pode
prejudicar a criança?
A
orientação educacional do Colégio Franciscano Pio XII, instituição de educação
localizada no bairro do Morumbi, em São Paulo, trabalha a questão da
intervenção exagerada na vida do filho com as famílias, dando indicações e
sugestões que levem a criança à autonomia. “Pais e responsáveis devem deixar
que o filho vivencie as dificuldades. Fazer tudo por ele faz com que ele não
aprenda a trabalhar com a resolução de conflitos, essencial para sua formação
integral”, diz Sandra Braga, Orientadora Educacional do Ensino Fundamental II
do Colégio.
“Algumas
mães têm o ímpeto de proteger o filho de todos os perigos, erros, decepções e
tudo o que for negativo à vida dele. A ideia é acompanhar a vida da criança,
ser a mãe “submarino”, que só “submerge” quando for preciso. A supervisão é
necessária, mas a intervenção, somente quando ele não resolveu o problema”,
explica Sandra.
Quando
há um conflito com o aluno na escola, a tendência da família superprotetora é
defender o filho e manifestar que a penitência da escola é muito dura. “Vemos o
quanto eles querem evitar o sofrimento do filho. Orientamos então a olhar o
problema, mostrar para a criança onde ela errou e quais são as consequências,
tudo feito em parceria com a família”, comenta Sandra.
Por
fim, a orientadora destaca que pais, mães e responsáveis não intervenham até
que o filho consiga resolver. “Tudo isso começa na infância, como por exemplo,
não fazer a tarefa, não se meter no Whats App, não ligar para a mãe do amigo,
não comprar o tênis com velcro para que ele não tenha de amarrar, não carregar
a mala para que ele não carregue peso. É preciso soltar a rédea para ver como
ele se comporta. São estes pequenos detalhes que fazem parte da construção da
inteligência emocional da criança para que ela viva e resolva conflitos”,
finaliza.
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